A ideia é que ele seja uma solução simples, um curativo que possa ser aplicado às várias partes do corpo e apresente alto desempenho. Projetado para ser pequeno, flexível e descartável após o uso, o produto utiliza fonte de luz e bateria flexíveis envoltos por uma biomembrana. A proposta é que esse curativo promova a redução e bloqueio da dor através de doses precisas de aplicação e isso, segundo os pesquisadores, é a chave do tratamento com a fototerapia.
Agência Usp *
No ano passado publicamos uma pesquisa de doutorado de Marcelo Victor Pires de Sousa realizada em 2014 no Instituto de Física na USP que conseguiu pela primeira vez mapear ação terapêutica do laser, esclarecendo os mecanismos de ação da modulação da dor. A pesquisa concluiu que a iluminação transcraniana, com laser de comprimento de onda adequado, reduz a dor em várias situações, em diversas partes do corpo, pois age bloqueando a troca de sinais elétricos entre os neurônios.
Os resultados obtidos com o estudo levaram à criação da empresa Bright Photomedicine, que atualmente desenvolve o Light-Aid®, um tipo de curativo aplicado à pele que visa bloquear a dor por meio de reações fotoquímicas. O equipamento, que já foi patenteado pelo pesquisador, funciona acompanhado de um aplicativo que controla a dose e o tipo de luz exata para cada paciente.
No final de 2015, Bright Photomedicine conquistou a primeira colocação no programa de aceleração de startups da Startup Farm, realizada na USP, com o tema “Disrupt: transformando ciência em negócios tecnológicos”.
A ideia é que ele seja uma solução simples, um curativo pequeno, flexível e descartável após o uso
que possa ser aplicado às várias partes do corpo e apresente alto desempenho. O produto utiliza fonte de luz e bateria flexíveis envoltos por uma biomembrana. Foram desenvolvidos um software e aplicativo para dispositivos móveis que permitem adequar a melhor dose possível ao tratamento, levando em conta as características pessoais do usuário. A proposta é que esse curativo promova a redução e bloqueio da dor através de doses precisas de aplicação e isso, segundo os pesquisadores, é a chave do tratamento com a fototerapia.
Pesquisa
Para entender a ação do laser terapêutico contra a dor, foi estudada a região do córtex somestésico primário de camundongos – área do cérebro em que todas as informações sobre dor, em humanos e em animais, são interpretadas. Ao aplicar feixes de laser nessa região, Marcelo de Sousa descobriu, então, que ele agia bloqueando a transmissão de impulsos elétricos entre os neurônios, reduzindo a propagação da dor. “Essa é uma técnica que deveria ser difundida e muito usada, porque só traz benefícios ao paciente”, afirma.
Os resultados mostraram que, após a terapia com laser, a sensação da dor foi reduzida em quatro vezes e o efeito anestésico demorou seis horas para passar. Além disso, não foram identificados marcadores de inflamação e queimadura – o que indica ausência de efeitos colaterais.
Segundo a professora Elisabeth Yoshimura, orientadora da pesquisa, “de tudo que já se estudou nessa área de fotomedicina, com as potências e energias empregadas, e nos comprimentos de onda usados, é possível dizer que em humanos não há efeitos colaterais. Essa técnica já é empregada em fisioterapia, odontologia e em medicina, principalmente como anti-inflamatório, cicatrizante e analgésico, em aplicações locais”.
Reconhecimento
O estudo de Marcelo recebeu menção honrosa no Prêmio Capes de Tese de 2015, ocasião em que o Programa de Pós-Graduação em Física da USP também foi homenageado e recebeu menção honrosa pela excelência no trabalho de formação que vem empreendendo ao longo dos anos.
(*)Do USP Online, com informações Assessoria de Comunicação do IF e da Acadêmica Agência de Comunicação. Acesse Aqui