O câncer de mama ainda é o tumor que mais acomete e mata mulheres no Brasil e no mundo, segundo a Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer das Nações Unidas. A doença terá maior incidência nos seguintes estados, de acordo com o INCA: Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Paraná. Entre os estados em que mais morrem mulheres estão Rio de Janeiro (16,80 por cem mil), Rio Grande do Sul (15,54 por cem mil), Distrito Federal (15,40 por cem mil) e São Paulo (14,65 por cem mil).
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O diagnóstico precoce é a principal forma de prevenção, segundo as sete recomendações lançadas no último seminário sobre câncer de mama: “Controvérsias no tratamento de câncer de mama no estadiamento inicial”. A critério médico e na suspeita da doença, mulheres de todas as idades podem fazer a mamografia. Infelizmente o rastreamento, que diminui a mortalidade em cerca de 30% nas mulheres entre 50 e 69 anos de idade ainda não é uma prática organizada no Brasil. Enquanto vemos a dificuldade em oferta nos exames pelo SUS, há um exagero nas ressonâncias magnéticas nos países desenvolvidos como a Noruega. O abismo entre essas nações e o Brasil é grande quando se fala de verba para um tratamento adequado.
Até dentro do nosso país existem essas diferenças porque populações ribeirinhas na região Norte ou no sertão do Nordeste não dispõem do mesmo tratamento e informação como em outras mais desenvolvidas, mesmo o Nordeste possuindo bom sistema de referência e contra referência SUS.
Muitas mulheres amapaenses descobrem que tem câncer de mama tarde demais, quando o tumor já está em metástase, o que quase sempre leva ao óbito. O tratamento é muito caro, e acrescentamos as dificuldades encontradas por essas pacientes no serviço público. É o caso de Jane Ruth Amaral, que há um ano faz quimioterapia depois de descobrir tumor na mama já com metástase no pulmão e nos ossos e não pode interromper o tratamento porque o laboratório onde faria um exame que custa RS 500,00 não é mais conveniado SUS; ou de Maria Lúcia Mascarenhas, que precisa do medicamento TACSOL fornecido pelo Hospital Geral do Amapá para continuar o tratamento.
Pensando em situações como esta, a ONG Américas Amigas em parceria com a Marinha estão atravessando os rios Amazônia em um navio
preparado com o equipamento necessário ao diagnóstico da doença, principalmente naquelas áreas onde o acesso se faz ou por barco ou por helicóptero. A Portaria 1101, GM de 12/06/2002 recomenda como parâmetro assistencial: disposição de 1 mamógrafo para cada 240.000 habitantes. O oncologista Sérgio Simon fala que a péssima distribuição dos mamógrafos impede uma mulher com sintomas da doença atravessar um rio para averiguar a saúde da própria mama, ou a própria saúde, mesmo com o cálculo a respeito da distribuição esteja de acordo.
Uma pergunta pode ser feita: e com o diagnóstico positivo, qual o procedimento? A esfera estadual de governo terá o compromisso de providenciar o tratamento?
O exemplo deveria se estender a populações do Nordeste, ou de outras regiões brasileiras inacessíveis. Que tal incorporar na rede assistencial Ministério da Saúde? Seria um grande benefício para a comunidade carente. Leia mais Aqui / Aqui / Aqui / Aqui / Aqui / Aqui / Aqui