Levantamento realizado nas 26 capitais e no Distrito Federal revela que 5,6% da população brasileira declara ter diabetes, mostrando a tendência de a doença crescer no Brasil. A pesquisa mostra ainda que o percentual em homens subiu de 4,4%, em 2006, para 5,2%, em 2011. Apesar do aumento, a quantidade de homens que informam ter a doença continua sendo inferior à das mulheres (6%).
A pesquisa foi divulgada durante o Fórum Pan-Americano de Ação Contra as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) realizado recentemente em Brasília, pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e a diretora do Departamento de Análise de Situação em Saúde do Ministério da Saúde, Deborah Malta.
Deborah Malta, na ocasião, declarou à imprensa que “o diabetes é uma doença de grande magnitude e compõe o conjunto das Doenças Crônicas Não Transmissíveis, responsáveis por 72% dos óbitos no Brasil. A doença é fator de desfecho para outros agravos, como doenças cardiovasculares, e é provocada por excesso de peso, alimentação inadequada, tabagismo, entre outros”.
CONFIRA TAMBÉM:
Segundo Deborah Malta, “no Brasil, temos cerca de 148 mil internações devidas ao diabetes. Além disso, seguimos com tendência de aumento na mortalidade por causa da doença. E nossa meta é reduzir esse número”. O ministro Alexandre Padilha disse que é necessário “reforçar as ações de prevenção e diagnóstico precoce entre os homens, um fator que pode ser decisivo no enfrentamento do diabetes”.?Ele destacou ainda a importância da educação: “A expansão da qualidade de educação tem um impacto decisivo, pois a pesquisa Vigitel mostra: educação influencia, sim, na saúde”.?
O estudo mostra que o diagnóstico de diabetes é mais comum em pessoas que estudam menos: 3,7% dos brasileiros com mais de 12 anos de estudos declaram ser diabéticos, enquanto 7,5% dos que têm até 8 anos de escolaridade dizem ter a doença. Uma diferença de mais de 50%.
A pesquisa traz dados inéditos do Vigitel 2011 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção Para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico). O Vigitel tem como objetivo monitorar a frequência e a distribuição de fatores de risco e proteção para DCNT em todas as capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal, por meio de entrevistas telefônicas realizadas em amostras probabilísticas da população adulta residente em domicílios servidos por linhas fixas de telefone em cada cidade.
O diabetes e´ considerado problema de sau´de pu´blica prevalente, em ascende^ncia, oneroso do ponto de vista social e econo^mico, com grande impacto na morbimortalidade – complicac¸o~es
cardi´acas, cerebrovasculares, vasculares perife´ricas, oculares, renais, neuropa´ticas, acelerando a morte e incapacidades.
Metas
O Ministério da Saúde vem, desde fevereiro de 2011, disponibilizando medicamentos gratuitos para hipertensão e diabetes nas farmácias credenciadas, através do programa Saúde Não Tem Preço que tem promovido a ampliação da rede Aqui Tem Farmácia Popular. Recentemente, o ministério elaborou o Plano de Ações Estratégicas Para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil, com metas até 2022, a fim de prevenir e reduzir as mortes prematuras por diabetes, câncer, hipertensão e outras doenças do aparelho circulatório e respiratório. Entre as ações desenvolvidas, está o Programa Academia da Saúde, criado pela Portaria nº 719, de 07 de abril de 2011, que tem como principal objetivo contribuir para a promoção da saúde da população a partir da implantação de polos com infraestrutura, equipamentos e quadro de pessoal qualificado para a orientação de práticas corporais e atividade física e de lazer e modos de vida saudáveis. Além de acordos com indústrias de alimentos para reduzir o sódio e a gordura dos produtos industrializados.
Referências
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Vigitel Brasil 2011. Disponível Aqui. Acesso em 08/5/2012.
BLOG da SAÚDE. Tendência de diabetes cresce no Brasil. Disponível Aqui. Acesso em 08/05/2012.