Desafios do envelhecimento populacional em São Paulo: um olhar para os 471 anos

Desafios do envelhecimento populacional em São Paulo: um olhar para os 471 anos

Com 471 anos de história, São Paulo se consolida como um dos maiores centros urbanos e envelhecimento da população.


A cidade de São Paulo, em seus 471 anos, celebra um marco histórico e demográfico: o crescente aumento da expectativa de vida de sua população e, consequentemente, uma população a caminho de uma velhice cada vez mais avançada. O aumento significativo no número de pessoas idosas traz consigo uma série de desafios que exigem atenção, repasse de recursos e planejamento por parte do poder público, da família e da sociedade como um todo.

São mais de 2 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, representando 17,7% da população paulistana, já superando o percentual de crianças, e ocupando hoje a segunda posição atrás apenas da população adulta, indicando uma importante transformação no perfil da cidade.

Quase 60% das pessoas idosas da cidade é composta por mulheres, que são maioria entre os idosos. São 1.209.107 mulheres contra 813.953 homens, ou seja, um excedente de aproximadamente 400 mil mulheres na faixa etária de 60+. No grupo acima dos 80 anos, essa diferença é ainda maior: o número de mulheres é superior ao dobro de homens.

Os dados, apresentados pela Prefeitura de São Paulo, Fundação Seade e IBGE revelam um cenário em que a população idosa representa uma parcela cada vez mais expressiva da sociedade paulistana. Especialmente a população mais envelhecida, aquela com mais de 80 anos, concentrada principalmente nos distritos como Alto de Pinheiros, Jardim Paulista, Vila Mariana, Consolação e Pinheiros. Essas regiões, geralmente, apresentam maior renda e infraestrutura. Mas o maior número de pessoas acima de 60 anos tem cor e se concentra na zona leste da cidade, região com menor infraestrutura e menor renda, demandando abordagens interseccionais nas políticas públicas.

sao paulo em dia de chuva

Ante um cenário em constante transformação, focamos aqui nos desafios a serem enfrentados, quanto a:

Idosos que vivem sós: A crescente proporção de pessoas idosas que vivem sozinhas exige políticas públicas que garantam sua segurança, bem-estar e acesso a serviços essenciais. O isolamento pode virar solidão e afetar a saúde mental e física das pessoas mais velhas, tornando-as mais vulneráveis a doenças e quedas.

Saúde: As doenças crônicas são mais prevalentes entre as pessoas idosas, exigindo um sistema de saúde preparado para atender suas demandas específicas. A falta de acesso a medicamentos, a dificuldade de locomoção e a escassez de profissionais especializados em gerontologia e geriatria, por exemplo, são alguns dos desafios a serem superados.

Habitação: A formulação de políticas públicas para a habitação e urbanização no Brasil deve incluir a perspectiva do envelhecimento populacional. A adaptação das moradias para atender às necessidades das pessoas idosas é fundamental para garantir sua autonomia e segurança. A falta de acessibilidade, a dificuldade de realizar pequenas reformas e a escassez de moradias adequadas para pessoas idosas são problemas comuns. A inclusão de critérios de acessibilidade e adaptação para idosos nos projetos habitacionais é essencial para garantir o direito à moradia digna e independente para essa parcela da população.

Assistência social: A demanda por serviços de assistência social para pessoas idosas, como programas de convivência, atendimento domiciliar e proteção social básica, tende a aumentar. É preciso garantir que esses serviços sejam ofertados de forma adequada e equitativa, levando em conta as demandas do envelhecimento do envelhecimento.

Transporte: A acessibilidade ao transporte público é um desafio para muitas pessoas idosas, que enfrentam dificuldades para se locomover devido a limitações físicas ou falta de informação. A cidade apresenta muitas barreiras, como apontado na obra A pessoa idosa na cidade de São Paulo: subsídios para a defesa de direitos e controle social.

Inclusão digital: A inclusão digital das pessoas idosas é fundamental para garantir seu acesso à informação e aos serviços online, além de sua inserção na sociedade. A falta de infraestrutura de internet, assim como a falta de conhecimento sobre as tecnologias digitais e o custo dos equipamentos são barreiras a serem superadas.

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O papel do poder público

Para enfrentar esses desafios, é fundamental que o poder público implemente políticas públicas eficazes e inovadoras, como consta na legislação brasileira, especialmente no Estatuto da Pessoa Idosa, com foco em:

Promoção do envelhecimento ativo: Incentivar a prática de atividades físicas, a participação em atividades culturais e sociais e o desenvolvimento de habilidades.

Fortalecimento da rede de atenção à saúde: Ampliar o acesso a serviços de saúde especializados para idosos, investir na formação de profissionais e promover a prevenção de doenças crônicas.

Adaptação do ambiente urbano: Tornar a cidade mais acessível e acolhedora às pessoas idosas, com a construção de calçadas adequadas, a instalação de rampas, a adaptação do transporte público, um melhor atendimento público, entre outros.

Promoção da autonomia: Incentivar a autonomia das pessoas idosas, oferecendo serviços de apoio domiciliar, teleassistência e programas de convivência.

Letramento digital: Oferecer cursos e atividades para promover a inclusão digital das pessoas idosas, combatendo as fake news e facilitando o acesso a serviços online e informações relevantes.

Algumas considerações

O envelhecimento da população é um fenômeno global e irreversível. No entanto, ele também representa uma oportunidade para construir uma cidade mais inclusiva e humana. Ao investir em políticas públicas que promovam o envelhecimento ativo e saudável, São Paulo pode se tornar referência em qualidade de vida para seus cidadãos mais experientes. Não basta ser considerada no papel uma cidade amiga da pessoa idosa. Ela precisa ser!

Foto: arquivo Portal


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