O livro Corpo, moda e ética: pistas para uma reflexão de valores, organizado por Cristiane Mesquita e Kathia Castilho e editado pela Estação das Letras e Cores, recém lançado no mercado, é uma leitura imprescindível para quem trabalha com a corporeidade.
Logo na apresentação, as autoras assinalam que especialmente a partir dos anos 1950, o corpo vem protagonizando uma etapa histórica na qual se apresenta como portador-vetor-expositor dos mais intensos paradoxos contemporâneos e se mostra tão fortalecido quanto fragilizado, tão famoso quanto esquecido, tão exposto quanto blindado, tão visível quanto inexpressivo nos remetendo justamente aos intensos paradoxos que residem na dimensão corporal, cenário de fronteiras despedaçadas e aberturas multiplicadas aos mais diversos tipos de ação, intervenção, reconstrução, ressignificação e remanejamento.
As ressonâncias de alguns desses movimentos vertiginosos parecem ter evocado uma palavra a tomar corpo: o termo ética volta a ecoar no final dos anos 1990, quase como que nos forçando a pensar e buscar a abertura de novos possíveis e de modos de funcionamento que possam construir melhor o século que começou, de maneira a nos relacionar melhor com o planeta, consigo mesmos e com os outros.
Conteúdo
Entre os temas abordados na coletânea, estão os seguintes: Para ser contemporâneo da biopolítica: corpo, moda, trevas e luz, escrito por Helena Katz; Beleza.jpg − Borrando os limites da realidade, de Fernanda Baeza Scagliusi e Roberto Manoel dos Santos; O Padrão modelo, de Silvana Holzmeister;
Muitos babados e poucos laços…, de Alessandra Sapoznik, Ana Cecília C. Mesquita, Camila Junqueira, Liliane B.V.G. Mendonça, Mabel Casakin, Magdalena Ramos, Maria Manuela A. Moreno, Mario Pablo Fuks e Susana Diaz; Envelhecimento e velhice: pistas e reflexões para o campo da moda, de Patrícia Yokomizo, Caroline Miranda Bernardo, Larissa Henrici Silva, Patrícia Melo, Thaís Yoshioka, Andrea Lopes; Invisíveis ou inclassificáveis? Gênero, corpo e envelhecimento na cultura brasileira, de Mirian Goldenberg; Corpo, moda e ética no viver do funk proibidão, de Tatiana Rovina Castro Pereira; e Publicidade, moda e consumo na infância: uma delicada relação, de Lais Fontenelle Pereira.
