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Congresso discute tendências sobre câncer de próstata

Entre os dias 4 até 6 deste mês, o câncer de próstata foi destaque em mais um Congresso Paulista de Urologia. A décima edição do evento trouxe, entre outras novidades, uma discussão importante no que diz respeito a prevenção de problemas prostáticos. A nova tendência mundial recomenda que os pacientes com níveis de PSA (Antígeno Prostático Específico) abaixo de 2,5 no sangue sejam enquadrados no grupo de risco.


Durante muito tempo o nível 4 foi considerado normal, mas essa taxa vem caindo, o que aumenta as chances de cura do câncer. “Esse novo nível traz com certeza mais diagnósticos precoce com possibilidade de cura”, destaca o chefe do Setor de Urologia da Clínica Medcenter de São Bernardo, Renato de Oliveira Branco.

Segundo o urologista, essa mudança é feita de acordo com evidencias clínicas que mostram que o nível 2,5 como o mais indicado. “Ainda há laboratórios que consideram o nível 4 normal, o que não é errado, mas já pode ser visto como uma desatualização”, observa o médico.

O que preocupa o especialista é a desatualização dos médicos, que podem ainda consideram o nível 4 normal e não encaminhar o paciente para tratamento. “Pode acontecer de algum paciente não ser enquadrado no grupo de risco com o nível 4 e quando acusar um nível menor no exame o problema já esteja muito adiantado”, lamenta.

O número de casos novos de câncer de próstata estimados para o Brasil neste ano de 2008 é de 49,5 mil. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, esse tipo de câncer é o mais freqüente em todas as regiões do País, com destaque para a região sudeste, que apresenta a incidência de 63 casos novos a cada 100 mil pessoas. De uns tempos pra cá, vem sendo observado um aumento nas taxas de incidência desse problema, no País, dado influenciado especialmente pelo rastreamento através do teste PSA, ou simplesmente o exame de sangue da próstata, como é mais conhecido.

Embora as estatísticas apontem que o número de procura por prevenção ao câncer de próstata esteja crescendo, Branco destaca que ainda falta em termos de conscientização. “Esse cenário está mudando, observamos hoje que ao mesmo tempo que as pessoas tem um tabu, um preconceito, também tem um interesse maior por esse assunto”, diz.

Esse receio encontrado por grande parte dos homens, esbarra na faixa socioeconômica das pessoas, considera o especialista. “A população com poder socioeconômico mais baixo infelizmente tem um preconceito maior, principalmente no caso do exame de toque, que costuma assustar”, observa.

De acordo com o especialista o preconceito no caso da prevenção do câncer de próstata já está fora de moda há muito tempo. “Há mais ou menos quatro décadas os homens se orgulhavam por nunca terem feito um exame de toque, hoje, esse pensamento é ignorante”, orienta.

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Prevenção

Para garantir uma porcentagem de cura na casa dos 80% o problema na próstata deve ser diagnosticado de forma muito precoce. “Nos casos avançados não existe cura, há apenas a possibilidade de prolongar a vida com uma qualidade melhor”, esclarece.

Outro importante detalhe é para a ausência total de sintomas nos casos precoces. “A maior parte dos tumores que são tratados não apresentam sintomas, a partir do momento que o paciente começa a sentir alguma coisa é preciso procurar tratamento, pois o câncer já esta em nível avançado”, alerta o médico. Por isso a necessidade de uma prevenção prostática, especialmente a partir dos 45 anos para a população geral e nos casos em que há histórico familiar com parente direto, pai e irmão, a atenção deve ser redobrada e o check-up deve começar mais cedo, a partir dos 40 anos.

Tratamentos

Um dos temas mais comentados durante o Congresso Paulista de Urologia foi a Cirurgia Robótica. O novo método, no qual braços robóticos auxiliam o urologista garantindo maior precisão nos movimentos na hora da operação, já é uma realidade nos Estados Unidos e vem apresentando bons resultados no Institute of Robotic Surgery.

“É uma grande evolução, parece ser interessante porque traz resultados interessantes para médicos e pacientes, porém é uma tecnologia muito cara e por isso não é realidade para o Brasil”, comemora Branco.

Além do mais, conforme explica o urologista, a tecnologia não dispensa a prevenção, já que só traz benefícios nos casos em que a doença é diagnosticada precocemente. “O paciente que faz a prevenção e o diagnóstico precoce pode usufruir dessa tecnologia, diferente de quem ignorou a prevenção achando que a tecnologia compensa o desleixo”, fala. Mas os pacientes brasileiros não precisam se preocupar com relação a tratamentos, segundo o chefe do setor de urologia os métodos convencionais vêm ganhando melhorias ao longo do tempo e hoje se tornaram bastante seguros.

Fonte: Repórter Diário, 12/9/2008. Disponível Aqui

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