De segunda a sexta-feira, das 6h45 às 9h, a carioca Heloiza Loyola, 73, aposentada, frequenta a academia para praticar hidroginástica, musculação e pilates. Aos sábados, faz caminhadas de uma hora pela praia. Heloiza Loyola representa os brasileiros que, na terceira idade, optaram pelo exercício ao invés do sedentarismo.
Agência Comunicado / Texto e foto
A prática de atividades físicas está atrelada a diversos benefícios para a saúde. De acordo com Mariana Asmar Alencar, fisioterapeuta e presidente do Departamento de Gerontologia da SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia), na terceira idade existe uma tendência à perda fisiológica, que pode ser amenizada com a prática de exercícios. “A perda fisiológica, ou envelhecimento do corpo, geralmente começa em torno dos 25 anos. Se a pessoa se mantém ativa desde cedo, não sofrerá grandes impactos na terceira idade”, explica. Entre os principais benefícios de se exercitar, Mariana destaca a melhora do sistema cardiovascular e imunológico, maior disposição e qualidade de vida, e manutenção da musculatura.
Para a psicóloga consultora da Netfarma, Marina Vasconcellos, os benefícios das atividades físicas para pessoas acima de 60 anos vão além do físico. Segundo a especialista, é natural que com o envelhecimento, a pessoa precise cada vez mais de ajuda para realizar atividades que antes fazia sozinha. A partir do momento que o idoso perde independência em algum grau e começa a sofrer com limitações físicas, passa a sentir-se à margem da sociedade. “A atividade física traz a sensação de inclusão e combate tais limitações. Ainda que a pessoa se exercite sozinha, está fazendo parte de algo”, afirma a psicóloga.
A ciência já comprovou que praticar atividades físicas, em junção a bons hábitos alimentares, implica em longevidade e qualidade de vida. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indicam que, nos últimos 10 anos, a expectativa de vida média do brasileiro aumentou para 74 anos.
Heloiza Loyola se mantém ativa desde a infância, mas foi a recomendação médica que a fez incluir a caminhada em sua rotina. “O médico disse que a caminhada ajudaria a controlar a pressão arterial”, ela diz. Para os que não tiveram o hábito de se exercitar na juventude, como Heloiza, a fisioterapeuta Mariana Asmar Alencar afirma que sempre é tempo. “Os iniciantes devem passar por uma avaliação médica, com exames que indiquem possíveis limitações cardiovasculares e cardiorrespiratórias, e procurar um educador físico para elaborar um plano de treino personalizado. Também é recomendado que evitem as atividades de alto impacto nas articulações”, diz.
E como escolher em meio a tantas atividades? Danças, atividades em grupo, individuais e tantas outras! Para acertar na escolha e dar continuidade ao plano de treinos, é preciso se atentar ao objetivo (“Precisocontrolarapressãoarterial?”, “Emagrecer?”) e escolher a atividade que mais proporcione prazer, se encaixe facilmente na rotina e respeite as limitações físicas. “Uma vez que falamos de pessoas diferentes, com níveis de saúde e rotinas diversificadas, não existe apenas uma atividade ideal para esta ou aquela idade. Por isso é importante personalizar o treino”, destaca Mariana.
Para aqueles que não possuem condições financeiras de frequentar academias particulares ou pagar um educador físico, vale procurar iniciativas gratuitas oferecidos pelos Governos estaduais, por exemplo.
Além de personalizar o treino, é importante se atentar ao traje – o calçado adequado pode evitar quedas e lesões articulares – e à hidratação do corpo. O idoso tem, em média, apenas 50% de água no corpo, enquanto uma pessoa jovem tem em média 70%. É recomendado ter à mão uma garrafa de água de um litro, e beber nos intervalos do treino.