Como prevenir novos contágios nas ILPIs com a liberação do uso de máscaras? - Portal do Envelhecimento e Longeviver
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Como prevenir novos contágios nas ILPIs com a liberação do uso de máscaras?

Se antes já era sabido que até uma gripe pode ser grave, agora ficou evidente que os cuidados com higiene e autoproteção nas ILPIs são essenciais


Apesar do sofrimento, o longo período de pandemia pela Covid-19 trouxe muitas experiências úteis às Instituições de Longa Permanência para Idosos, as ILPIs. Essas moradias institucionais sofreram um impacto significativo em março de 2020, quando ficou evidente o necessário distanciamento social e a busca por soluções paliativas para enfrentar uma doença desconhecida e muito grave, especialmente para pessoas com comorbidades. O primeiro grande enfrentamento foi o de criar protocolos para a higiene de pessoas que vinham de fora, fossem administrativos ou cuidadores, esses em contato direto com os moradores.

Faltavam máscaras, álcool 70º e outros materiais, além do necessário recondicionamento de rotinas de chegada, com trocas de roupas e lugar para depositar objetos e calçados. O outro grande desafio foi criar estratégias para justificar o impedimento de visitantes às casas, antes com a presença de amigos, familiares, voluntários e estagiários de universidades em diferentes formações, complementando o suporte profissional, especialmente para instituições com quadros restritos ou que se tornaram desfalcados em função de baixas e desistências de colaboradores.

Quando as vacinas foram aplicadas e reforçadas no final de 2021, tudo parecia aproximar-se de um final com alívio e mais segurança. Porém, um surto da gripe Influenza tornou a assombrar muitas moradias institucionais ainda prevenidas contra o perigo do contágio, em pleno verão e contra qualquer expectativa de que doenças do sistema respiratório estivessem fora do controle.

Depois disso, a nova variante Ômicron ameaçou o retorno aos riscos da Covid-19, mas a vacinação demonstrou que tinha feito a diferença, já que os óbitos decorrentes dessa fase foram, em sua maioria, de pessoas não vacinadas. Novas medidas de distanciamento foram adotadas, além do arrocho de cuidados com pessoas vindas de fora e que, principalmente, tivessem utilizado transporte público, onde a tendência à aglomeração é incontrolável. 

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Neste mês de abril de 2022, voltamos a frequentar as moradias institucionais para as atividades pedagógicas do curso de Gerontologia, pois as vivências possíveis são fundamentais para a formação dos futuros profissionais que serão responsáveis por planejamento e gerência dos processos de envelhecimento, seja de indivíduos, de grupos ou de comunidades inteiras, através de políticas públicas. Os cuidados continuam, com a exigência de uso das máscaras, da higienização constante dos ambientes e das trocas ou proteção das roupas.

Apesar dos sorrisos escondidos pelas máscaras, há olhares animados por perceberem novamente a realidade desejada. É preciso que todos estejamos preparados para novos momentos de apreensão por surtos como esses que assolaram o mundo. Se antes já era sabido que até uma gripe pode ser grave, agora ficou evidente que os cuidados com higiene e autoproteção são essenciais para que não haja tantos sobressaltos e impactos como esse da pandemia, que trouxe adoecimentos de toda ordem. Idosos institucionalizados estarão, a partir de agora, ainda melhor cuidados nas ILPIs. 

Foto destaque de Engin Akyurt/Pexels


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Maria Luisa Trindade Bestetti

Arquiteta e professora na graduação e no mestrado da Gerontologia da USP, tem mestrado e doutorado pela FAU USP, com pós-doutorado pela Universidade de Lisboa. Pesquisa sobre alternativas de moradia na velhice e acredita que novos modelos surgirão pelas mãos de profissionais que estudam a fundo as questões da Gerontologia Ambiental. https://sermodular.com.br/. E-mal: maria.luisa@usp.br

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