Políticas públicas de habitação para pessoas idosas são urgentes e podem apropriar-se, com vontade política, de experiências bem-sucedidas em outros países.
Diversos debates sobre a qualidade da moradia na velhice têm ampliado o interesse em garantir que haja políticas habitacionais que atendam a população idosa brasileira. De acordo com a matéria Longevidade nas cidades: precisamos de adaptar os espaços a pensar nos mais velhos, da jornalista Sofia Correia Baptista, as principais ideias abordadas em um webtalk dedicado à longevidade foram diferentes experiências sobre habitação e organização urbana.
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A partir de Washington, nos Estados Unidos, Bradley Schurman referiu como pequenas mudanças, como por exemplo instalar dispositivos de apoio na casa de banho ou melhorar a luminosidade dos espaços, podem fazer a diferença.
Adaptações simples podem ser feitas sem grandes alterações na organização original da moradia, a começar pela observação do que pode ser um obstáculo ou risco para quedas. Móveis instáveis ou em excesso, tapetes que enrolam ou deslizam e alturas que exijam esforços desnecessários, são alguns dos elementos a serem revistos e ajustados. Mas moramos além da unidade habitacional, portanto o entorno igualmente deve ser revisto e adaptado pelo poder público, se oferecer riscos.
Ser possível caminhar em passeios sem buracos ou barreiras, em ruas com bancos disponíveis e onde é simples subir para entrar no autocarro, foram alguns exemplos dados por José Carreira – fundador e presidente do movimento Stop Idadismo – para cidades mais amigas dos idosos.
Já para o jornalista André Rito, que escreveu a matéria As cidades de que precisamos para chegarmos mais novos a velhos, o projeto Casinhas do Pinhal é considerado único no país, composto por 10 casas pré-fabricadas em um ambiente sem “os obstáculos típicos das grandes cidades que tornam o espaço público pouco acessível aos mais velhos”.
Ao contrário do que acontece na grande cidade, aqui o isolamento e a solidão não fazem parte da rotina, o que se explica com a facilidade de movimentos e a solidariedade entre os vizinhos. (…) Mas será que este modelo poderia ser replicado na escala de uma comunidade urbana? Atualmente, vários municípios estão a projetar as suas cidades no sentido de as tornar mais amigas dos idosos. (…) Trata-se de uma mudança radical do paradigma urbano, onde se estima que dentro de uma década viverão a maioria das pessoas acima dos 65 anos. É esse um dos principais desafios das autarquias: adaptar a cidade às necessidades desta população.
A informação possibilita alcançar resultados concretos e efetivos no aprimoramento da moradia de pessoas idosas, especialmente quando escuta ativamente as experiências dos cidadãos idosos. Políticas públicas de habitação para pessoas idosas já são urgentes e podem apropriar-se de experiências bem-sucedidas em outros países, com o reconhecimento das boas práticas e a vontade política de garantir qualidade de vida.
Fotos de Rdne Stock project/pexels.