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Cidades mais amigáveis para envelhecer no futuro pós-pandemia?

À medida que navegamos no mundo pós-pandêmico, uma coisa permanece clara: o futuro é centrado no ser humano. Com essa reflexão, é possível prever cidades mais amigáveis para envelhecer no futuro pós-pandemia, onde de crianças até idosos possam compartilhar o espaço urbano com prazer e alegria.


O mundo tem enfrentado a angústia da espera por tempos de maior flexibilização das dinâmicas da cidade. As notícias que chegam de todos os continentes é de que o modelo híbrido no trabalho já é considerado certo, visto que demonstra vantagens de produtividade e de economia de recursos. Mesmo assim, esperam-se relações mais próximas em todas as instâncias da vida, o que leva a pensar em revisão no desenho das cidades, em especial na qualificação dos espaços urbanos e no enriquecimento da experiência ao utilizar esses ambientes.

Uma pesquisa sobre o tema aborda questões sobre o benefício de cidades menores e mais acessíveis, ao considerar a tendência de trabalho remoto. O que antes era privilégio de poucos, hoje se apresenta como solução em função do home office que provou ser possível para muitos trabalhadores, levando-os a mudar para lugares mais aprazíveis e, até, com custo de vida mais adequado ao orçamento.

À medida que aumentam as expectativas de “trabalho em qualquer lugar”, o futuro do escritório e o futuro das cidades (especialmente os centros da cidade) não são mais questões distintas. 

Os planejadores municipais tendem a rever a oferta de áreas de convívio e de comércio mais aprazíveis, assim como os empresários passaram a optar pelo cumprimento de metas de trabalho ao invés da cobrança de jornadas fixas, o que permite a adequação de rotinas pessoais às exigências profissionais. A satisfação com essa flexibilidade de horários aumenta a produtividade e até a qualidade dos resultados, possibilitando a melhoria das relações interpessoais.

Para manter os residentes e atrair novos, as cidades precisarão se concentrar no que as pessoas ainda amam na vida urbana – ótimos bairros, oportunidades de emprego e opções de transporte multimodal. (…) Repensar o zoneamento para fornecer opções de moradia mais acessíveis é fundamental. À medida que as empresas ao redor do mundo repensam quanto espaço precisam, as cidades devem aproveitar a oportunidade para converter antigos prédios de escritórios em unidades residenciais. 

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Ao envelhecer nessas cidades repensadas, é importante que seja revista a relação que existe entre o pedestre e o motorista, pois haverá a tendência de diminuir o fluxo de veículos. Serão necessárias ruas com passeios amplos, enriquecidos com mobiliário urbano e elementos de animação, trazendo prazer à experiência de caminhar com segurança. Assim, todos poderão vivenciar oportunidades para encontros positivos, a partir da calçada das suas casas até praças e parques com atrações especiais.

À medida que navegamos no mundo pós-pandêmico, uma coisa permanece clara: o futuro é centrado no ser humano. Com essa reflexão, é possível prever cidades mais amigáveis para envelhecer no futuro pós-pandemia, onde de crianças até idosos possam compartilhar o espaço urbano com prazer e alegria.

Fotos de Matteus Silva (destaque) e Mathias P.R. Reding/Pexels


Maria Luisa Trindade Bestetti

Arquiteta e professora na graduação e no mestrado da Gerontologia da USP, tem mestrado e doutorado pela FAU USP, com pós-doutorado pela Universidade de Lisboa. Pesquisa sobre alternativas de moradia na velhice e acredita que novos modelos surgirão pelas mãos de profissionais que estudam a fundo as questões da Gerontologia Ambiental. https://sermodular.com.br/. E-mal: maria.luisa@usp.br

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