Chuck Feeney, o herói de Bill Gates, tem 85 anos e nasceu em Nova Jersey. É descendente de irlandeses e vive modestamente de aluguel em um pequeno apartamento na baía de São Francisco, Califórnia. O herói é um ser que admiramos por sua coragem e nele nos espelhamos. Tem como característica o altruísmo, ou seja, atuar visando o bem-estar de terceiros sem esperar nada em troca.
Chuck Feeney, o herói de Bill Gates, tem 85 anos e nasceu em Nova Jersey. É descendente de irlandeses e vive modestamente de aluguel em um pequeno apartamento na baía de São Francisco, Califórnia.
Formou-se em hotelaria, mas seu faro para negócios o tornou milionário ao criar o conceito de duty-free shopping. Fundou, com um sócio, a rede DSF presente em portos e aeroportos.
O herói de Chuck pode perfeitamente ser Robin Hood, aquele que tirava dos ricos para dar aos pobres. O.k., não é por aí, afinal, Chuck até favorecia os ricos ao vender sua mercadoria livre de taxas.
Ele começou pelos portos antes de chegar aos aeroportos. Nesta área, ele e um sócio iniciaram os negócios em Hong Kong e expandiram para os Estados Unidos. Descobriram uma mina. Os resultados vinham em ondas caudalosas, rios de dinheiro. Milhões, bilhões fluíam para o mar de contas da dupla.
Com tanto dinheiro, Chuck poderia adquirir o que bem entendesse e ostentar, como é comum aos novos milionários. Nada disso passou por sua cabeça. Anonimamente, começou a repassar sua grana para uma fundação que, por sua vez, distribuía o dinheiro para entidades que acabavam por devolver tudo à sociedade.
O primeiro passo foi na área da educação. A escola na qual Chuck se formou no colegial recebeu 250 mil dólares, e a faculdade em que ele fez hotelaria viu sua conta crescer em quase um bilhão. Neste caso, pediu, sempre por meio de terceiros, que 350 milhões fossem investidos na criação de um campus tecnológico.
Doou para os irlandeses. Chuck tem dupla cidadania. Um bilhão para ajudar com o processo de paz e mais um bilhão para a educação.
Ao perceber que o Vietnam ainda sofre as consequências da guerra, mandou 350 milhões para a saúde.
Não dá para rastrear o que Chuck fez com seu dinheiro por meio da fundação, pois um dos critérios para quem recebe a verba é manter sigilo.
Chuck nunca se expôs e ninguém sabia que era ele por trás da fundação. Hoje sabemos que ele repassou bilhões nas mais diversas áreas, mas principalmente em saúde e educação.
Quem o conhecia de perto e observava sua vida, achava-o um tremendo mão-de-vaca. Não frequentava bons restaurantes, não dirigia um carrão, não passeava de iate, não tinha casa na praia e não usava roupas de marca. Chuck é casado e tem cinco filhos, mas ninguém na família ostenta.
A verdade é que Chuck nunca foi o milionário que essas pessoas imaginavam. Ele reservou dois milhões de dólares para sua velhice e todo o excedente ele repassou para a fundação. Por fim, resolveu repassar até sua parte na empresa.
Chuck foi “desmascarado” quando o sócio da DSF recebeu uma proposta da gigante Loius Vuitton e resolveu vender a empresa. Descobriu que seu sócio não era Chuck, como imaginava, mas The Atlantic Philanthropies. Não entendeu. Chuck vendeu sua parte para uma entidade filantrópica? Não. Chuck deu sua parte. Deu tudo o que ganhou e só reservou para si uma “pequena” poupança.
A venda se concretizou e a história veio a público, revelada por uma jornalista da área de economia.
Com a venda, a Atlantic faturou quase dois bilhões de dólares e seu caixa nunca mais secou. Em 2016 tinha mais de um bilhão para doar. O sucesso de Chuck segue. Caras como Bill Gates passaram a contribuir e influenciar outros bilionários a transferir dinheiro para o caixinha da fundação.
Chuck Feeney, com seu exemplo, deixou o anonimato e se tornou um herói de verdade e sem cobrar taxas. Duty-free. Enquanto isso, num país chamado Brasil, os milionários… Urh! Nunca ouviram falar em Chuck Feeney.