O profissional de odontogeriatria pode fazer atendimento em hospitais (UTIs e quartos), casas de repouso e na residência do paciente, oferecendo orientações corretas aos familiares e à equipe que atende o idoso.
Fabiane Bondan e Fernando Luiz Montenegro (*)
Uma saúde bucal de qualidade faz parte do bem-estar de todo ser humano, proporcionando qualidade de vida nesta fase tão importante do viver das pessoas. Essa população, com 60 anos ou mais de idade, necessita de cuidados específicos e profissionais qualificados para atendê-los em todas suas áreas de envolvimento, pois agora há uma superposição de sinais e sintomas que um profissional dedicado a esta faixa etária está acostumado a levar em consideração.
A odontogeriatria trata disso, apresentando algumas particularidades nessa área, tanto nos consultórios dentários tradicionais como nos atendimentos em casa.
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Um atendimento domiciliar, ou onde o idoso estiver vivendo (casas de repouso, hospitais), traz conforto e segurança ao paciente e à sua família também.
O home-care influencia, também, na otimização dos leitos hospitalares, proporcionando o convívio do idoso no meio em que sempre viveu, incluindo familiares e equipe de apoio (cuidadores e profissionais que o atenderão) e ver sua casa, suas coisas, mantém o paciente mais feliz em seu dia-a-dia.
Engana-se quem acredita que todos os idosos precisam usar dentadura por não terem mais seus dentes naturais ou alternativas de recuperá-los. Essa valorização da saúde bucal cresceu muito nos últimos anos e, como consequência, a busca por serviços especializados nessa área já que hoje há formados especialistas em odontogeriatria, voltados exclusivamente na atenção a estas pessoas.
Perdas dentárias e próteses impróprias fazem com que a mastigação correta diminua até 85%, ocasionando, dessa forma, uma alimentação insuficiente e com menor frequência, modificando o estado nutricional do paciente e podendo levá-lo a estados de anemias profundas até.
A saúde do corpo do idoso também pode ser alterada pelas doenças bucais, que agravam o quadro dos diabéticos e hipertensos e influenciam diretamente em doenças cardiovasculares sem contar no agravamento das respiratórias, inclusive a terrível e muito frequente pneumonia.
Outro fator importante que merece destaque é a digestão, que inicia pela boca, sobrecarregando (com essas complicações) os movimentos estomacais e gerando as constipações tão comuns nestes pacientes, mas que devem ser evitadas pelo uso de fibras (das saladas), água, banana e evitando os alimentos que “travam os intestinos”.
Medicamentos, normalmente utilizados por idosos, trazem efeitos colaterais como boca seca, e alterações no paladar, levando ao mau-hálito e formação de cáries dos problemas periodontais (do osso de suporte dos dentes entre outras afecções bucais.
Pacientes com Alzheimer, Parkinson e derrame cerebral, incluindo os acamados, precisam de uma higiene oral minuciosa e eficiente para que seu quadro de saúde não se agrave e para isto todo o time de cuidadores e de familiares deve ser detalhadamente instruídos de como fazer uma higiene bucal eficiente neste paciente, em todas as refeições.
O profissional de odontogeriatria pode fazer atendimento em hospitais (UTIs e quartos), casas de repouso e na residência do paciente, oferecendo orientações corretas aos familiares e à equipe que atende o idoso.
Leituras sugeridas
BRUNETTI, RF, MONTENEGRO FLB. Odontogeriatria – Noções de interesse clínico. São Paulo: Artes Médicas, 2002, 481p.
MONTENEGRO FLB, MARCHINI L. Odontogeriatria: uma visão gerontológica. Rio de Janeiro: Ed. Elsevier, 2013, 360p.
PROGER- Programa Atualização Gerontologia SBGG, Ciclo 2, vol 1, Porto Alegre, Edit Artmed, 2016, p. 99 a 150.
Sites para ler sobre o assunto:
www.odontogeriatria.dr.odo.br
www.jornaldosite.com.br
www.portaldoenvelhecimento.com.br
(*) Fabiane Bondan é jornalista de conteúdos na Internet e Fernando Luiz Montenegro é Mestre e Doutor pela FOUSP. E-mail: fbrunetti@terra.com.br
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