O tempo passa e quando menos esperamos, vemos que nossos ídolos envelheceram. Não poderia ser diferente, até os galãs acumulam cabelos brancos, dobrinhas e uma dorzinha ali e outra aqui.
E pior, se eles já não são os garotos de outrora, isso quer dizer que nós também não temos mais aquela pele de pêssego, cabelos virgens sem tintura e outros detalhes sórdidos que agora me fogem a mente. Ainda bem!
Mas o “galã” em questão é o sempre “bonitão”, competente, sério e difícil Antônio Fagundes e agora com seu jovem filho, Bruno que, por sinal, foram os convidados do programa “Marília Gabriela Entrevista” no dia 22 de maio no canal pago GNT.
Frase que Marília Gabriela apresenta os convidados:
“O teatro é o primeiro soro que o homem inventou para se proteger da doença da angústia” – Jean Louis Barrault, ator francês.
Antônio Fagundes tem 46 anos de carreira e continua um nome de peso na televisão, no cinema e no teatro após participar de aproximadamente 22 novelas, 40 filmes e 40 montagens. Já Bruno, de 22 anos, além de ser ator, é cantor, e parece querer seguir a trajetória de sucesso do pai. Neste momento, os dois atuam juntos no teatro pela primeira vez na peça “Vermelho” ” – texto sobre o artista plástico Mark Rothko.
A entrevista girou em torno da peça, da relação familiar, do inusitado encontro profissional entre pai e filho, claramente um encontro de gerações. Enfim, falou-se das coisas simples da vida.
Perguntado se houve tensão ou conflitos durante os trabalhos, Bruno responde: “Não há conflito, há simbiose”. E Fagundes complementa: “O que eu senti que foi muito bonito da nossa relação é que separamos o profissional do familiar”.
O entendimento afetuoso entre o homem experiente e o rapaz motivado e cheio de “quero mais” confirma as palavras delicadas de ambos. Ver Fagundes e Bruno juntos nos faz pensar como tudo que julgamos “aparentemente distante” pode se transformar em fonte de possibilidades e oportunidades. Não há desnível, só equilíbrio e aprendizado muito bem distribuídos dos dois lados.
Durante a conversa, Marília questiona Fagundes sobre o envelhecer. O ator responde: “É difícil a dor nas costas, a falta de fôlego. Antes eu ficava três noites sem dormir e agora preciso dormir oito horas. Então, naturalmente muda”.
Sobre ser considerado, ainda, o eterno “galã” da telinha, Fagundes explica que nunca se achou bonito: “Eu não sou o meu tipo de homem. Já ser um bom ator poderia me fazer desempenhar o papel de um homem bonito”. Nada como uma resposta espirituosa e inteligente.
Entrevistar Fagundes e não perguntar sobre sua vida amorosa parece impossível. Marília Gabriela não resiste; como sempre é direta e pergunta ao ator como é a vida de solteiro, já que ele foi casado por anos: “O casamento é uma instituição maravilhosa mas, ao mesmo tempo, é limitador. Ele te cria uma série de compromissos. Muitas vezes, você não faz porque não quer que o outro faça. Mas, na verdade, você gostaria de ter a liberdade de sair sem dizer aonde vai, voltar a hora que quiser, sem dizer aonde esteve”, conta Fagundes, que se diz feliz por “dispor da vida do jeito que quiser”.
Questionado se ele pretende mudar essa situação, Fagundes fala: “Nunca e sempre são palavras muito grandes!”
Frase final dos convidados:
Bruno Fagundes: “A arte é uma confissão de que a vida não basta”.
Antônio Fagundes: “Nós temos a ARTE para que a VERDADE não nos mate”.
Referências
EGO.GLOBO (2012). ‘É difícil a dor nas costas’, diz Antônio Fagundes sobre envelhecer. Disponível Aqui. Acesso em 21/04/2012.