O tempo é mesmo implacável, não respeita galãs e menos ainda nós, pobres mortais, escravos do consumo e da imagem de contornos perfeitos. Os sinais surgem, denunciam e atacam a imposição de um padrão estabelecido pelos outros: a ode a uma juventude eterna, um brinde a Dorian Gray e a sua travessia pelos séculos.
Como diz a própria reportagem, “por mais que as pessoas tentem burlar as leis da natureza, não adianta, o tempo é cruel e vingativo e ninguém escapa, nem mesmo os bonitões, ricos e famosos”. Nem o charmoso e discreto ator Alexandre Borges, 45 anos.
Em entrevista ao Jornal A Tribuna, o ator se autodefiniu um galã da terceira idade. Segundo ele, é natural que o tempo passe, os antigos ídolos perdem vez para os garotões e aqueles que fizeram sucesso no passado se mantem, sim, no patamar de queridinhos, mas de um público um pouco mais velho.
O galã ainda explica: “Meus cabelos já estão grisalhos (risos). Tenho essa coisa de saber o estágio, o momento para quem vou falar mais e que vai me ouvir. Assistir a um trabalho de um ator de 25 anos é diferente de ver um trabalho de um ator de 50 anos. É uma coisa de geração”.
Sendo assim, por que não ficamos com as sugestivas palavras do falecido ator Mario Lago sobre fazer as pazes com o “Destemido Sr. Tempo”:
“Eu fiz um acordo com o tempo…
Nem ele me persegue, nem eu fujo dele…
Qualquer dia a gente se encontra e,
Dessa forma, vou vivendo
Intensamente cada momento…”
