A pandemia já fez mais de 300 mil vítimas no Brasil

A pandemia já fez mais de 300 mil vítimas no Brasil

Não podemos menosprezar o número de vítimas; são vidas humanas abreviadas pela Covid-19. Não são somente números, são pessoas, são vidas tiradas, são histórias abreviadas… Essa realidade é, acima de tudo, um caminho que exige cuidado, zelo ético pelos que mais sofrem.

Robson Ribeiro (*)


“Diante desta pandemia que a resistência de Santo Oscar Romero nos fortaleça diante das forças de mortes que querem nos dominar. Sejamos sempre empenhados na defesa e preservação da vida.”


A pandemia do COVID-19, vivenciada pelo mundo inteiro, já fez milhares de vítimas. Hoje, 24/03/21, enquanto escrevemos este texto, um ano após o registro da primeira morte por Covid-19, o Brasil chega ao número de 300 mil mortes registradas pela doença. Nesta semana temos ainda outra marca: o governo federal apresentou o seu quarto ministro da saúde, mostrando total despreparo e falta de diálogo frente aos problemas atuais.

Trata-se de uma realidade nunca antes concebida. É preciso nos apoiar na realidade, encarar o que estamos vivendo. Não podemos deixar de lado a gravidade dos acontecimentos.

Não podemos menosprezar o número de mortos; são vidas humanas abreviadas pela COVID-19. Encontramos relatos de pessoas que sofreram as consequências diretas dessa difícil realidade. Não são somente números, são pessoas, são vidas tiradas, são histórias abreviadas… Essa realidade é, acima de tudo, um caminho que exige cuidado, zelo ético pelos que mais sofrem.

E agora, o que fazer?

Diante dos desafios, somos chamados a nos colocar no processo de reinvenção do cotidiano. Um mundo realmente novo só será possível sob a condição de sermos responsáveis por ajudar a construir a mudança que esperamos e de ousar em construir este mundo de transformação e esperança. A realidade atual vivenciada é um convite a olhar para o nosso caminho, criar esperança e gestar uma realidade nova, novos projetos e outro jeito de viver: mais humano, mais ético e solidário.

Para tanto, faz-se necessário, observar o caminho do encontro com o próximo e a necessidade de falar do outro frente aos desafios atuais. É necessário mudar… Agir com consciência. Cuidar dos que mais precisam e estão fragilizados e se tornam mais vulneráveis  em uma sociedade insensível à dor dos outros e cujos governantes não enxergam outra realidade a não ser a econômica!

Em um período tão complicado, onde a morte bate à nossa porta, o período quaresmal nos faz refletir nossa proposta enquanto cristão e nosso amor pelo próximo. Sendo assim, corroborando o tema da Campanha da Fraternidade desse ano: “Cristo é a nossa paz: do que era dividido fez uma unidade” (Ef 2,14ª). Lembra-nos em seu objetivo geral, o convite para que as comunidades de fé e pessoas de boa vontade pensem, avaliem e identifiquem caminhos para superar as polarizações e violências através do diálogo amoroso, testemunhando a unidade na diversidade.

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Exercer o cuidado no amor ao próximo

Hoje, ao contabilizarmos nossos mortos, em sua maioria pobres, observamos como é dura a solidão. Que poderia ser evitada por meio do amor aos mais necessitados. Que nossa vida nossa vida seja um ressoar dos dons de Deus no cultivo do amor ao próximo. Pelo mundo morrem muitos por conta de um negacionismo em uma pandemia que já contabiliza mais de 3.000 mortes por dia!

Para tanto, é necessário fazer ecoar apalavra de Deus em todos os lugares e que ela seja para nós a força necessária para seguir em frente. Assim, a vida deve valer mais que meros procedimentos econômicos de manutenção do poder, mas que o combate ao Corona vírus seja a prioridade de cada governante e de cada membro da sociedade que se importa com a vida do próximo.

Um testemunho que nos fortalece

Por fim importa recordar o martírio de Santo Oscar Romero que com seu modo de agir e a sua forte resistência frente aos poderosos nos recorda que, a opção da Igreja pelos pobres e injustiçados é a essência da identidade cristã, do seguimento de Jesus, do verdadeiro sentido da missão. No dia 24 de março de 1980, portanto há 41 anos, Dom Romero foi fuzilado, em meio aos doentes de câncer e enfermeiros, enquanto celebrava uma missa na capela do Hospital da Divina Providência, na capital de El Salvador. Foi morto ‘por ódio à fé’, a mando da junta militar que dominava o país (Jaime Patias). Dom Romero foi beatificado em 23 de maio de 2015 e canonizado pelo Papa Francisco em 14 de outubro de 2018.

Diante desta pandemia que a resistência de Santo Oscar Romero nos fortaleça diante das forças de mortes que querem nos dominar. Sejamos sempre empenhados na defesa e preservação da vida.

(*) Robson Ribeiro de Oliveira Castro – Leigo, casado, pai da Emília e do Francisco. Mestre em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE), em BH. Membro do Conselho Regional de Formação (CRF) – LESTE II do CNLB.


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