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A boa velhice

As conversas que tive com profissionais de marketing mostraram que há medo da saúde debilitar, do mercado de trabalho ficar restrito, da beleza não ser mais a mesma, mas acima de tudo que existe uma potência de vida enorme a ser explorada e que ainda não tem forma, um convite para uma nova geração reinventar a velhice.

Patricia Yamakawa Yoshioka (*)


A nossa visão sobre o envelhecimento é repleta de preconceitos tão enraizados que nem nos damos conta do quão cruel estamos sendo com a gente mesmo, afinal (se não morrermos antes) ficaremos todos velhos. Esta foi a primeira de muitas provocações do curso de extensão intitulado Fragilidades na Velhice: Gerontologia Social e Atendimento, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), coordenado pela professora Beltrina Côrte. Eu, como publicitária, fiquei curiosa em explorar este assunto na área do marketing, entender se quem produz as campanhas publicitárias que envolvem de alguma forma o público velho tem clareza de estar representando este público de forma justa e real.

Entendi que uma boa forma seria uma pesquisa com profissionais de marketing que tiveram desafios voltados para a velhice. Essa experiência foi inspiradora, as conversas caminharam não só para a reflexão de que sim existe um tabu sobre o envelhecimento em todas as suas nuances, medo da saúde debilitar, do mercado de trabalho ficar restrito, da beleza não ser mais a mesma, mas acima de tudo que existe uma potência de vida enorme a ser explorada e que ainda não tem forma, é um convite para uma nova geração reinventar a velhice.

“Nós envelhecemos como vivemos”, outro forte chacoalhão durante o curso que me deu coragem para investigar os meus próprios medos da velhice, conversei horas com os meus avós, ambos com mais de 85 anos, para descobrir duas coisas importantes: a vida precisa de sentido, um propósito, e ele muda ao longo da vida, mas ele precisa estar lá! E que o meu avô quer ser cremado e suas cinzas jogadas no rio (ele nunca tinha falado sobre morte, muito menos de como queria seu funeral) mas ele finalizou:

– nem pense em abrir a urna no caminho, vai que passa um vento e cai tudo na estrada! Não quero ficar na estrada não! – e gargalhou. 

Essa jornada para compreender envelhecimento me permitiu olhar todo o meu futuro de outra forma, o filme que produzi como trabalho final, abaixo, é um pedacinho desta transformação do envelhecer melhor, tema que eu estou perdidamente apaixonada, absolutamente grata por poder vislumbrar e se possível contribuir para uma velhice mais divertida para todos!

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Desejo a todos uma boa velhice!

(*)Patricia Yamakawa Yoshioka – Formada em Farmácia e Bioquímica pela USP, MBA em Marketing pela FGV. Trabalha como publicitária no ramo financeiro. Atualmente muito entusiasmada sobre o assunto envelhecimento. E-mail: patricia.yama@gmail.com


Serviço
Curso Fragilidades na Velhice: Gerontologia Social e Atendimento
Início: 21 de março de 2020
Término: 06 de junho de 2020
Horário: Sábado, das 9h às 13h
Inscrições abertas e com desconto de 20% até 02/12
Matrículas até 22/01/2020
Local: Campus Vila Mariana, próximo ao metrô Santa Cruz
Saiba mais em: https://www.pucsp.br/pos-graduacao/especializacao-e-mba/fragilidades-na-velhice-gerontologia-social-e-atendimento#inscricoes


Beltrina Côrte

Jornalista, Especialização e Mestrado em Planejamento e Administração do Desenvolvimento Regional, Doutorado e Pós.doc em Ciências da Comunicação pela USP. Estudiosa do Envelhecimento e Longevidade desde 2000. É docente da PUC-SP. Coordena o grupo de pesquisa Longevidade, Envelhecimento e Comunicação, e é pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa do Envelhecimento (NEPE), ambos da PUC-SP. CEO do Portal do Envelhecimento, Portal Edições e Espaço Longeviver. Integrou o banco de avaliadores do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior – Basis/Inep/MEC até 2018. Integra a Rede Latinoamericana de Psicogerontologia (REDIP). E-mail: beltrinac@gmail.com

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