Ambiente virtual e o processo de envelhecimento

Ambiente virtual e o processo de envelhecimento

Faz-se necessário criar a atitude, o movimento de apertar os nós das redes que existem e criar outras, tanto como maneira de renovação dos próprios hábitos de vida, mas também para evitar a tristeza, a falta de amparo que a solidão de uma rede vazia ou frouxa traz. Assim, é importante criar novos laços, novas amizades, novos grupos sociais, novas rotinas, novas ideias, que promovam novos encontros e o consequente fortalecimento das redes que nos sustentam.

 

Às vezes ouvimos coisas que não apenas se registram na memória, mas se imprimem na alma. Recentemente assisti a uma palestra da Dra. Acely Hovelacque, proferida a um grupo específico, quanto ao ambiente organizacional, mas, aproveito para compartilhar da ideia dela para o processo de envelhecimento. Ela traz uma comparação com a realidade virtual que se instalou em nossas vidas com a maneira de nos posicionarmos neste momento histórico que estamos inseridos.

A primeira verdade sobre o mundo virtual é que precisamos de rede. Em nossa vida, quais são as redes que nos sustentam? O que nos mantém funcionais, ativos, integrados? A tendência natural, em processo de envelhecimento, é desligar de determinadas redes – trabalho, pela aposentadoria; família, seja pelo óbito dos entes queridos, pela vida corrida nossa, de nossos pares e filhos; social, pelo adiamento dos encontros pessoais, sejam os infinitos motivos, e realizados, trocados muitas vezes, por whatsapp, facebook, telefone, mas, não o contato olho no olho, pele na pele e, outras tantas. Faz-se necessário, criar a atitude, o movimento de apertar os nós das redes que existem e criar outras, tanto como maneira de renovação dos próprios hábitos de vida, mas também para evitar a tristeza, a falta de amparo que a solidão de uma rede vazia ou frouxa traz. Assim, é importante criar novos laços, novas amizades, novos grupos sociais, novas rotinas, novas ideias, que promovam novos encontros e o consequente fortalecimento das redes que nos sustentam.

Para que a rede funcione, ela precisa de uma conexão. A que temos nos conectado? Temos ouvido nosso coração, ou estamos sempre cumprindo aquilo que o outro espera de nós? Estamos conectados ao que escolhemos ou estamos vivendo conforme é possível, dentro de curtas expectativas? Quais são os sonhos da mocidade? Foram realizados? O que se quis para si, e não foi possível antes, como posso adequar para realizar agora? O que nos faz bem? O que faz nossa alma vibrar, sentir que “a bateria está carregada”? O que preciso fazer, passo a passo, para que a bateria esteja 100% completa, respeitando o próprio tempo que ela precisa para completar o processo? O envelhecimento causa a enorme vantagem de trazer a sabedoria em si – que é muito mais do que só o conhecimento. Ela soma experiência com emoção. Se estivermos conectados com nosso coração, ouviremos nosso sábio interno que nos ajudará a seguir adiante, de forma bastante assertiva. O sábio interno se manifesta na quietude, no silêncio, na busca por si, quando se medita, quando se pensa sem julgar o outro ou a si, sem buscar respostas, quando, simplesmente, se observa a vida e decide por escutar com o coração.

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Acrescento ainda – qual ferramenta utilizamos para acessar a rede? Estamos buscando novas tecnologias, novos conhecimentos, novos conceitos, novos horizontes, ampliando o autoconhecimento, ou estamos nos deixando de levar com as velhas expressões “sempre fiz assim”, “a vida toda me comportei dessa maneira”.   Atualizamo-nos conforme nossa zona de conforto pede, ou nos deixamos levar dentro do fluxo da vida.

A ideia aqui, é saber re-significar nossas experiências, dar nova direção à nossa maneira de agir, não se aprisionar ao passado, lembrar que tudo passa, que nada é permanente, que as atualizações que o mundo virtual nos obriga, também são fundamentais no mundo real. Portanto, busquemos viver o melhor de nós a cada momento, a cada encontro, a cada olhar, troca de palavras, gesto para com o outro da rede. O amanhã virá sim e será sempre fruto da conexão que se fizer no presente. Que ela seja feita com entrega, com maior amorosidade, de forma consciente, responsiva, sustentável e ilimitada.

 

 

 

 

Ana Cristina Curi

Psicóloga formada pela PUC-MG. Especialista em terapia sistêmica e psicologia transpessoal. Membro do Colégio Internacional de Terapeutas. E-mail: [email protected]

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Psicóloga formada pela PUC-MG. Especialista em terapia sistêmica e psicologia transpessoal. Membro do Colégio Internacional de Terapeutas. E-mail: [email protected]

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