28.197 idosos portugueses vivem sozinhos ou em situação de isolamento

28.197 idosos portugueses vivem sozinhos ou em situação de isolamento

Portugal – A GNR sinalizou, no âmbito da operação Censos Sénior 2013, 28.197 idosos a viverem sozinhos ou em situação de isolamento, divulgou hoje a Guarda Nacional Republicana (GNR). Paralelamente, e à semelhança de anos anteriores, a GNR realizou no dia 31 de outubro a Operação “Idosos em Segurança 2013” que visou “potenciar o sentimento de segurança” junto da população idosa.

Agência Lusa *

 

Assim, no âmbito do policiamento, os militares afetos à operação efetuam um conjunto de ações de sensibilização que compreendem contactos com a população idosa, quer nos seus locais de residência, quer em locais onde seja possível a sua concentração (ações de sala).

Estes encontros destinam-se a transmitir aos idosos uma série conselhos em relação aos procedimentos de segurança a ter em situações de burla, contos do vigário e furtos em residências.

A operação visa promover uma maior proximidade da Guarda à população idosa, através da distribuição de desdobráveis com conselhos de segurança, bem como através da distribuição do Cartão Sénior, com os contactos dos militares dos núcleos Idosos em Segurança.

Os que vivem com cônjuges, trabalham à noite para pagar despesas de demências

O presidente da Alzheimer Portugal, João Carneiro da Silva, em entrevista à imprensa portuguesa, alertou que há idosos com 80 anos a trabalhar à noite para poder pagar as despesas diárias, agravadas com a situação de demência dos cônjuges. Ele contou que há cuidadores de doentes a viverem “situações mesmo graves”, que a associação não pode abandonar.

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Apontou o caso de um idoso com a mulher acamada que, aos 80 anos, “tem de trabalhar à noite para ter um complemento sobre a sua reforma para poder pagar as despesas, nomeadamente a renda de casa”. Estas situações vão sobrecarregando a associação que também atravessa momentos difíceis devido à atual conjuntura económica do país.

“Fizemos investimentos pesados para uma associação desta natureza com ónus de pagamentos de juros. Isto ligado a uma limitação de receitas, que normalmente eram propiciadas por entidades privadas e entidades públicas, leva-nos a ter que fazer milagres”, disse o presidente da associação.

Milagres porque “não podemos entrar numa corrida de dispensa de pessoal, como se faz, infelizmente, em muitos sítios, porque temos compromissos contratualizados com a Segurança Social e com outras instituições e que se não tivermos pessoal não podemos manter esses contratos e não temos maneira de ajudar os doentes”, explicou.

“É uma gestão muito difícil porque 70% dos nossos encargos são com pessoal”, disse, desabafando: “Estamos numa crise de sustentação parecida com o país”. Por outro lado, há comparticipações de utentes em centros de dia e apoio domiciliário muito baixas, mas que não podem ser aumentadas devido às graves dificuldades económicas que atravessam.

“As comparticipações que são devidas aos familiares baixaram radicalmente. Temos comparticipações ridículas, porque são muito pequenas, mas ligadas à situação social e económica das pessoas são muito pesadas para elas”, adiantou. Quando a associação pretende “melhorar essas comparticipações as pessoas descrevem o quadro de penúria [em que vivem], o que limita qualquer hipótese de alterar esses valores”.

“Não podemos abandonar essas pessoas e continuamos a prestar o mesmo serviço”, mas estas situações, que estão a “aumentar significativamente”, vão “sobrecarregando a instituição porque os custos reais desta prestação de serviço é muito elevada, porque se baseia em pessoal”.

Neste momento, “é muito difícil sustentar uma associação com 25 anos e que tem um orçamento entre apoios e serviços que presta que já ultrapassa um milhão de euros”, frisou, ressalvado que esta situação atinge outras instituições do país. Para a gerir é necessário um “cuidado extremo”: “Estamos diariamente a observar a tesouraria para saber se podemos assumir no mês seguinte os encargos com os doentes, com as entidades com quem temos protocolo e os trabalhadores da associação”.

A Alzheimer Portugal foi fundada em 1988 com o objetivo de promover a qualidade de vida dos doentes, dos seus familiares e cuidadores, contando atualmente com mais de 9.000 associados.

Fonte: Agência Lusa. Acesse Aqui 

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