A XV Bienal do Livro Rio de Janeiro, neste ano, abriu espaço para vários eventos, palestras, discussões, debates em torno de vários temas, dentre eles: a concepção, incluindo os bastidores do Livro “A Cabana” escrito por William Paul Young, o drama da solidão no mundo moderno e o envelhecimento feminino.
Na pauta da discussão estavam a pressão social para que as mulheres se mantenham jovens, a preocupação com a estética e como as mais velhas são, de fato, as mais felizes.
Segundo Seixas, “A luta contra a velhice é uma luta perdida. As pessoas, em desespero, têm tomado chá de botox e perdem um pouco a noção. Ficam com cara de peixe, de Topo Gigio.”
Goldenberg comparou as brasileiras às mulheres alemãs, e afirmou que essa preocupação com a estética é maior nas mulheres daqui. Para a antropóloga, “As brasileiras envelhecem aos 25, 30 anos, porque têm muitas preocupações na cabeça. Reclamam que falta homem, que estão com celulite… Só pensamos no nosso corpo. Aos 40, elas dizem que se tornaram invisíveis, que passam por uma obra e ninguém fala nada. Já as alemãs estão preocupadas com o trabalho, com os amigos. Os homens na Alemanha têm medo de encarar uma mulher, porque elas não gostam de serem vistas como objetos sexuais”.
Vivemos a era da “tirania feminina”. Não creio que a procura por corpos e rostos perfeitos, plastificados, seja uma exigência masculina. Não culpemos o homem moderno, a questão é mais profunda e de múltiplas causas. A mulher moderna recebe e assume várias atribuições, de toda ordem, material e afetiva. E como fazer para dar conta de tanta coisa? Ser competente, desejável, uma perfeita mãe de família, grande amante e, como se tudo isso não bastasse, jovem.
É, parece demais! Mas, infelizmente, a corrida continua porque os dramas do envelhecimento feminino nunca estiveram tão atuais e estão, apenas, começando. Portanto, atenção pesquisadores para desbravar um vasto e complexo mundo feminino.
A respeito do título do debate – “Elas não envelhecem mais – As novas velhas” -, embora não comentado no mesmo, vale uma nota para reflexão: Será que para as mulheres de 60 anos e mais serem aceitas terão que carregar a palavra “novas” na frente?
Integra Aqui. Imagem – Jean Dominique Ingres – “A Grande Odalisca” 1814: Disponível Aqui