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Você está se preparando para garantir uma velhice segura com os recursos da aposentadoria? 

idoso olha pra tela de computador

Muitas das queixas dos aposentados dizem respeito a perdas financeiras e  mudanças de vida.


Aposentar-se pode representar ter tempo livre e independência para atividades prazerosas, reunindo com amigos, viajando ou desenvolvendo hobbies antes relegados a segundo plano. Porém, nem sempre é possível investir nessas atividades, gerando frustração pela falta de planejamento adequado para essa fase da vida. 

Muitas das queixas de quem se aposenta dizem respeito a perdas financeiras e a mudanças no estilo de vida em função disso. O profissional de mídias digitais Brad Lockyer apresenta resultados da pesquisa feita na Austrália pela companhia de seguros TAL, que comparou as expectativas dos australianos que se aproximam da aposentadoria com a experiência de outros que já estão aposentados. Segundo ele,

Para obter essa imagem, a TAL pesquisou 1000 adultos com 55 anos ou mais e descobriu que, em geral, tanto os pré-aposentados quanto os já aposentados desejavam ter uma melhor compreensão de suas finanças e de quais investimentos dariam frutos.

Ter acesso à educação financeira ainda é para poucos no Brasil. Já começa timidamente para crianças do ensino fundamental, em especial focando em desajustes de uma sociedade que vive largamente a era do consumo desenfreado, especialmente a partir do crescimento do e-commerce que foi potencializado na pandemia.

Nesse caso, a dificuldade em investir pensando no final de vida pode desvalorizar reservas financeiras e corroer o que poderia gerar o suporte para garantir maior segurança e conforto, em especial em uma moradia adequada e sustentável.

A expectativa de vida média na Austrália atualmente é de 81,2 anos para homens e 85,3 anos para mulheres – muito mais longa do que quando o sistema de aposentadoria foi introduzido pela primeira vez. Os entrevistados da pesquisa indicaram que estão preocupados que seu dinheiro não dure até o fim de sua vida.

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A mesma situação é vista no Brasil, que obrigada muitos trabalhadores a buscarem uma segunda renda depois da aposentadoria, na tentativa de manter o padrão conquistado anteriormente e que é ameaçado pela redução de entradas financeiras. 

Além de ficar sem dinheiro, a pesquisa da TAL mostrou que o declínio da saúde física e cognitiva é algumas das maiores preocupações. Em particular, os entrevistados estavam preocupados com sua capacidade de tomar decisões financeiras no futuro. 

Estar preparado para garantir uma velhice segura com os recursos da aposentadoria envolve decisões de como morar com dignidade, apesar do declínio físico e cognitivo natural e da diminuição da renda. A mudança de estilo de vida ameaça a manutenção de soluções de moradia que ameaçam o equilíbrio financeiro e pode, sim, ser prevista, ao adotar decisões que antecipam essas consequências.

Foto de Andrea Piacquadio/pexels.


Maria Luisa Trindade Bestetti

Arquiteta e professora na graduação e no mestrado da Gerontologia da USP, tem mestrado e doutorado pela FAU USP, com pós-doutorado pela Universidade de Lisboa. Pesquisa sobre alternativas de moradia na velhice e acredita que novos modelos surgirão pelas mãos de profissionais que estudam a fundo as questões da Gerontologia Ambiental. https://sermodular.com.br/. E-mal: maria.luisa@usp.br

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