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A vida que recomeça aos 100 anos

Com um sorriso no rosto e olhar atento, Pilar Cruañes Freixo se revela uma mulher encantadora. Ela completou 100 anos no dia de Nossa Senhora Aparecida no Brasil e, na Espanha – sua terra natal -, dia da Virgem Del Pilar.

Michele Stella *

 

A comemoração do centenário, em si, já fez de dona Pilar uma mulher abençoada. E sua história de vida justifica o brilho dos olhos como o de uma criança. “Fui sempre muito feliz”, afirma com simplicidade.

Para ela, este é o segredo da longevidade. “Como caçula entre sete irmãos, fui bastante estimada pela família. Só tenho boas recordações para contar”, garante, lembrando que chegou ao Brasil com seis anos, como imigrante.

Em Jundiaí, a juventude foi marcada pelos passeios na rua Barão, os momentos de lazer com a família na Padaria Central e, ainda, pelas peças de teatro assistidas no Teatro Polytheama quando o espaço, segundo Pilar, “se parecia com uma arquibancada de circo”.

Aos 40 anos, Pilar se casou com o alfaiate Antonio Freixo Filho. Confessa que casou-se tarde de acordo com as tradições da época, mas ao mesmo tempo revela mais uma de suas particularidades. “Eu era muito feliz com os meus pais, eles me amavam demais. Tinha medo de casar e perder essa felicidade”, argumenta.

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Entretanto, no casamento Pilar também foi uma mulher abençoada. Detalhes como as flores que o marido trazia com frequência do quintal para presenteá-la, o companheirismo e os cuidados são recordados por dona Pilar com satisfação.

Mãe de dois filhos e avó de cinco netos, ela ficou viúva há 23 anos. Mas não perdeu a alegria de viver. “Como eu era ciumenta, viu. Não deixava o meu marido sair sozinho de casa para canto nenhum. Ele era um homem muito bom e havia muitas mocinhas que estavam sempre de olho”, conta, explicando que é isso o que guarda para reviver os anos de felicidade ao lado do amado.

Satisfação

“Diariamente eu agradeço a Deus pela minha história de vida, que é muito bonita”, diz dona Pilar. Aos 100 anos, ela é uma pessoa lúcida e, de certa forma, independente. “Outro dia eu caí na cozinha, aquela queda me abalou”, brinca, detalhando: “Joguei longe o copo que estava em minhas mãos”.

Para dona Pilar, apenas a perda parcial da audição é lamentada. “É só isso o que me incomoda porque não consigo conversar direito com as pessoas”.

Apesar da saudade dos tempos que não voltam mais, Pilar se revela uma centenária contemporânea, por mais contraditório que isso seja. “A modernidade trouxe muitas coisas boas, só não pode haver extravagâncias”, avalia.

Fonte: *Agência BOM DIA, 12/10/2010. Acesse Aqui

 

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