Parecia tudo tão normal para Vincent, a bebida, o cigarro, os xingamentos, os furtos, os maltratos gratuitos, o ódio… até o momento que novos vizinhos chegam e mudam a sua vida, aí o espectador se emociona, respira fundo e tenta não chorar, o que é impossível…
“Um santo vizinho” apresenta um texto final que há muito tempo não se via. O espectador é pego pela emoção e, ao mesmo tempo, sente-se convidado a refletir sobre seus preconceitos e o modo como a sociedade julga as pessoas, sem as conhecê-las.
Bill Murray deu vida a Vincent, protagonista do longa, que a princípio seria interpretado por Jack Nicholson. Murray foi espetacular e interpretou Vincent com a maestria de sempre, aquele estereótipo politicamente incorreto que bebe, fuma, xinga, furta, maltrata gratuitamente as pessoas e odeia o mundo, mas que na verdade, tem um bom coração. Um fato que demonstra isso é que Vincent tanto ama sua mulher, que sofria de Alzheimer, a ponto visitá-la toda semana no hospital se passando de médico e dando a ela um breve momento de lucidez. Essas circunstâncias criaram essa personalidade dentro de Vincent, dando a impressão que a vida o tenha derrotado, até o momento que novos vizinhos chegam e mudam a sua vida.
O filme, escrito e dirigido por Theodore Melfi, tem dois gêneros bem distintos, comédia e drama, ou como muitos classificam por aí como comédia dramática, e aborda temas como preconceito, a convivência na sociedade, o Alzheimer e o quanto é difícil lidar com a doença e a relação de amizade entre adultos e crianças.
Destaque também para as atuações de Melissa McCarthy, Maggie, mãe de Oliver (Jaeden Lieberrther) que se sobressaiu no papel do jovem garoto, que se torna amigo de Vincent. Já Naomi Watts, que fez o papel da prostituta Daka, a princípio fica um pouco deslocada no roteiro, mas no fim ela se torna uma peça muito importante para o desfecho da história.
“Um santo vizinho” é uma daquelas obras essenciais do cinema, que merece ser vista por todos, e traz com ela algumas lições de vida e reflexão sobre as pessoas. O filme é muito envolvente e o final vai fazer você emocionar.
Escrito por Rodrigo Gueiros