A história da Telehelp se confunde com a história pessoal do engenheiro José Carlos de Vasconcelos. Há cerca de quatro anos, sua mãe, procuradora aposentada, uma mulher independente, sofreu uma queda em seu apartamento, assustando toda a família.
Sua grande preocupação, além da mãe não se machucar seriamente, estava em proteger sua autonomia. Ou seja, Vasconcelos não gostaria de tirar a mãe de sua casa e de sua rotina. Dessa combinação de fatores e do olhar empreendedor do engenheiro, somados à sua experiência no segmento, surgiu a Telehelp. Veja a seguir a entrevista concedida por José Carlos Vasconcelos ao
Portal do Envelhecimento:
Portal – O senhor conta que ficou preocupado em não privar sua mãe da vida independente que levava. Como conseguiu então resolver a questão?
JCV – Minha mãe sempre foi independente, não poderia tirar dela este direito. Como eu já havia trabalhado no segmento de monitoramento, mais precisamente, de alarmes, não foi difícil para que eu começasse a esboçar um produto que atendesse a essas necessidades.
Portal – E o que desenvolveu a partir daí?
JCV – Fui buscar tecnologia disponível para empreender o que eu estava imaginando em feiras de segurança fora do Brasil. O mercado de teleassistência, também chamado de telecare, é muito amplo e utilizado nos Estados Unidos e Europa, mas aqui ainda engatinha. Para desenvolver nosso produto, fui estudar o que já havia, importamos equipamentos.
Portal – E assim surgiu o seu equipamento?
JVC – De certa forma, sim. Hoje somos o Grupo Telehelp, uma aliança com experiência no mercado de monitoria de alarme e emergências médicas, com um comprometimento com investimento sustentado e de longo prazo. Nossos produtos estão baseados no monitoramento remoto, o que torna possível controlar à distância o idoso em atividade em casa, por exemplo.
Portal – Como funciona?
JCV – O que chamamos de TeleHelp é um serviço exclusivo. Um aparelho é instalado na residência do cliente e, com um toque, ele pede auxílio a uma Central de Atendimento, caso tenha necessidade. O TeleHelp também pode oferecer um botão de emergência pessoal, sem fio e à prova d’água, que pode ser utilizado como um colar ou pulseira. Isso permite que a pessoa circule por todos os cômodos da casa. Se sofrer uma queda, por exemplo, deve apertar qualquer um dos botões para avisar nossa Central, que funciona 24 horas.
Portal – E como essa Central age?
JCV – Temos atendentes bem capacitados, que numa emergência devem avisar pessoas escolhidas pelo cliente, como a família, ou até mesmo o médico, se for o caso. Nesta Central, o cliente, se assim desejar, pode deixar uma relação dos remédios que deve tomar em cada situação, e nesse momento, ser orientado por um de nossos atendentes.
Portal – Isso pode agilizar o tratamento enquanto o socorro não vem, certo?
JCV – Sim, ou pode até mesmo resolver, em alguns casos.
Portal – E a pessoa pode andar com este botão, levar uma vida normal?
JCV – Sim, isto é o principal. Pode andar, dormir. Nossa missão é permitir que pessoas da terceira idade ou aquelas com necessidades especiais, por exemplo, possam viver sozinhas e com independência, sem gerar estresse a elas ou preocupação excessiva a parentes e amigos.
Portal – E o produto é acessível a qualquer pessoa?
JCV – Sim. O custo tende a diminuir, pois a teleassistência é uma tendência em franca ascensão. E o cliente pode optar por serviços diferenciados, de acordo com seu perfil econômico e suas necessidades. Há serviços que vão sendo agregados. A orientação médica por telefone, entre outros. Mas o envio de ambulância não é nosso serviço principal.
Portal – O paciente pode resolver seu problema nesta conversa, então?
JCV – Claro, depende do problema, mas a ideia é que ele consiga resolver sem precisar ir a um hospital. Estamos falando em redução de custos, o que é muito importante quando se fala de uma população que envelhece. Minha mãe, por exemplo, antes de ter nossos serviços, fazia uma quantidade enorme de exames médicos. Muitos deles por insegurança. Depois que ela caiu, então, ficou muito assustada. Mas, quando colocou o aparelho, se tranquilizou.
Portal – Sentiu-se mais amparada?
JVC – Sem dúvida. Amparada e com independência. Como minha mãe, há muitos idosos nesta situação. O produto interfere até em sua autoestima, porque sente menos solidão e mais segurança. E digo a você que, quanto mais carente uma pessoa, mais ela necessita deste auxílio.
Portal – Mas não é um produto que todos podem ter.
JVC – Talvez ainda não seja, mas há uma crescente procura por parte do governo, com uma medida de saúde pública, e visando reduzir custos. Joinville, em Santa Catarina, por exemplo, contratou nossos serviços em 2008, justamente para idosos carentes. Lá, hoje, cerca de 2.500 idosos se valem do produto. Outros municípios de Santa Catarina também já nos contrataram, assim como a prefeitura de Campinas e Guarulhos.
Portal – Em termos de custo compensa aos governantes?
JVC – Muito. O número de idosos está crescendo em todo mundo. Nos EUA, um estudo avaliou que, para cada dólar investido em serviços de telecare, há 7 dólares economizados. Os planos de assistência médica também podem participar, oferecendo o serviço. Como eu já disse, o produto diminui muito a ida a médicos.
Portal – E como é a receptividade dos idosos carentes? Tão boa quanto foi com sua mãe, por exemplo?
JVC – Sem dúvida. Nesses lugares onde eles receberem o produto, muitos disseram não saber o que seria de sua vida sem o TeleHelp.
Portal – Como o senhor vê o mercado do envelhecimento hoje no Brasil?
JVC – Extremamente promissor. É um campo que deve crescer e muito, há oportunidades para vários tipos de produtos e serviços, sempre com a perspectiva de longo prazo.
Para saber mais, acesse aqui ou ligue para 3585-2000 (São Paulo) ou 4002-1128.