Cada vez mais observamos a tecnologia despontar com algum aparato moderno para o socorro rápido, para o cuidado, o humor e diversão. Nos últimos anos vem se observando uma grande evolução da tecnologia sendo grande seu impacto na saúde. Ressonância magnética, ultrassonografia, tomografia computadorizada – são muitas as opções existentes hoje para diagnóstico, prevenção e cura. Existem ainda equipamentos voltados para terapias, como os que permitem a fragmentação de pedras nos rins, a hemodiálise, o cateterismo, endoscopia, cirurgias minimamente invasivas, feitas com auxílio de câmaras minúsculas, e muito mais.
Gisnelli Bataglia Mincache *
Mas e o acesso? Estará ao alcance de todos? O Sistema Único de Saúde tem como garantir a universalização desses avanços tecnológicos? Esta é a pergunta que continuamente fazemos ao lermos notícias, como a que se intitula “Sistema alerta por SMS em caso de queda de idosos”, de Helder Robalo. Ela chama a atenção para o uso da tecnologia digital. Nela lê-se o seguinte:
“Uma aplicação que alerta por SMS os familiares de um idoso de uma queda ou que permite saber quais os monumentos que existem na zona onde um turista se encontra são dois dos projectos desenvolvidos pelo Centro de Investigação Fraunhofer Portugal para Soluções de Comunicação e Informação Assistidas (Aicos), o primeiro centro de investigação da Associação Fraunhofer Portugal Research”.
“Um dos projectos que o Aicos está a desenvolver é uma aplicação para telemóvel baseada no sistema operativo da Google, o Android. Uma das características do Mover é o de funcionar como alerta em caso de quedas e servir ainda de aplicação life style para combater o sedentarismo (ver caixa)”.
O Android é um Sistema Operacional aberto/livre que pode ser instalado em celulares atuais com todos os recursos do Google: gmail, mapas, docs e tudo que oferece atualmente a empresa Google.
Com certeza este celular irá contribuir para um atendimento mais rapido a pessoas idosas que por ventura sofram alguma queda.google Acredito que seus benefícios irão se estender e se interligarem a outros serviços já existente em Portugal, como o projeto Complemento Solidário do Governo Civil de Braga que “que estudavam um telemovel que vêm com uma pré-marcação de contatos de familiares e amigos escolhidos pelos idosos e com ligação direta ao centro de saúde de sua região e aos centros dia.
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- 24/06/2016
E para a felicidade de todos, a empresa está contatando “agentes no mercado de telemóveis e da prestação de cuidados a cidadãos séniores, com o intuito de aperfeiçoar o projecto”.
Com certeza a empresa deveria contatar as pessoas idosas para aperfeiçoarem os aparelhos com seu uso diário, pois são eles que irão utilizar, e certamente serão grandes consumidores. Por isso nda melhor do que ouvir deles mesmos suas sugestões.
Um projeto de ponta que utiliza um novo conceito de interação entre telefonia celular e Internet, que desponta a ponta de um grande iceberg para o desenvolvimento de um celuar que atenda a necessidade da pessoa idosa, mas que deve ter todo o cuidado para não desapontar pelo simples fato de não saber ouvir as próprias pessoas idosas na utilização destes aparelhos.
Humor em botão e iPad
Li a matéria abaixo e confesso ter ficado bastante indignada com a maneira como a notícia de uma nova tecnologia chega até nós.
Estou falando do BuddyRadio, tecnologia de ponta, ponta da cama, ou do criado mudo. Na verdade um rádio super inteligente (será?) que está conectado as redes sociais e envia o estado de humor do paciente idoso para tais redes.
Vamos ler a notícia:
“Pense na sua avó ou no seu avô usando o twitter ou o Messenger. Difícil de visualizar a cena? Agora os velhinhos têm uma forma de ficarem conectados com você o tempo todo, sem precisarem se preocupar em usar um computador”.
Creio que o autor desta notícia está equivocado quando nos convida a imaginar nossos avós utilizando o twitter ou o Messenger, essa é uma prática atual!
“ O BuddyRadio é um rádio que fica conectado com redes sociais (como o twitter). Através dele, sua avó pode mandar mensagens simples de como está se sentindo (feliz, triste) ou até pedir ajuda no caso de alguma emergência. Tanto filhos, como netos e enfermeiros podem ficar sabendo das condições do usuário”.
“Além disso, o próprio idoso também se sente melhor podendo usar novas tecnologias, sem precisar lutar contra o computador”.
Li a frase acima e é claro, viajei… imaginem um idoso lutando com um computador!!!
Projetado para serviços de saúde, os usuários – os avôs – enviam mensagens pré-escritas para filhos e netos, com o simples toque de um botão.
Vejam, com o toque de um botão eles descrevem seu estado humor. O equipamento é utilizado para uma comunicação básica, permite que pessoas acamadas se comuniquem com familiares sobre seu estado emocional. Agora fiquei em dúvida, o que é comunicação mesmo?
Em outra matéria finalizada com chave de ouro, li o seguinte:
A mídia social foi feita apenas para pessoas mais velhas. As redes sociais fariam todo mundo feliz, dando um jeito de seu avô transmitir pra você um sentimento sem te prender por tanto tempo em um telefone durante horas por mês. Mas não é possível ainda filhos e netos retornarem os recados, mas não fiquem tristes, pois a Rádio Buddy está corrigindo isso na versão 2. Vejam que desconforto, filhos e netos ainda terão que pegar o telefone e ligar para eles.
Voltemos ao rádio e vejamos a felicidade do idoso em usar essa nova tecnologia: ele toca o botão e filhos e netos recebem a notícia: “vovó está feliz!” “vovó agora está triste!”, Help!!! Vovó está morrendo!!!”. Cadê a felicidade???
iPad – Eu e a almofada
Esta é a Tradução fiel para iPad… Pensei, ora se ele fica no colo, em nossas pernas e aparentemente não corre o risco de sufocar o processador – isto acontece com os note books – então por que não?
A notícia “Americana de 100 anos compra iPad e torna-se estrela do YouTube”, transformou Virginia Campbell, 100 anos, em uma estrela, após ter sido filmada utilizando um iPad. O vídeo se tornou viral, tendo já sido visto por mais de meio milhão de pessoas.
No vídeo, Virginia Campbell aparece sentada no sofá do apartamento que ocupa no Mary’s Woods Retirement Community usando o seu iPad.
Observemos o posicionamento do iPad no colo de Virginia sobre uma almofada.
Apesar de nunca antes ter tido um computador, “quando ela ouviu falar do iPad, quis um”, escreveu o jornal “The Oregonian”.
Para quem não sabe o iPad é um aparelho híbrido do iPhone e notebook, desenvolvido pela Apple que traz como principal novidade a convergência das mídias agregando as principais funcionalidades de equipamentos já conhecidos, como notebooks, netbooks, PDA (Assistente Pessoal Digital), smartphones (telefone inteligente) e e-readers (Leitor de livros digitais). O iPad possibilita a leitura de jornais, revistas, livros, assistir programas de TV, jogar games e navegar na internet. É um aparelho revolucionário na informática, mais multimídia, ele reinventa o modo de acessarmos o conteúdo digital.
“Apesar de acabar por servir de publicidade gratuita ao novo aparelho da Apple, é de frisar que Virgínia, que durante toda a vida foi uma ávida leitora, estava impossibilitada de o fazer por sofrer de glaucoma (uma doença que atinge o nervo óptico). Com o iPad, a idosa consegue aumentar o tamanho da letra e, por isso, pode regressar à sua paixão pela leitura. Outros leitores electrónicos, como o Kindle e o Sony Reader, também permitem fazer aumentar o tamanho da letra, transformando-se em instrumentos úteis para os mais idosos e para todos aqueles que têm problemas de visão”.
Sou uma entusiasta da tecnologia e do trabalho com pessoas idosas e tenho certeza que a publicidade gratuita de Virgínia estimulou outros tantos idosos a adquirirem o iPad. Infelizmente o valor para aquisição deste aparelho no Brasil está próximo aos R$ 2.500,00, o que impossibilita a aquisição para muitos. Acredito que suas funcionalidades convidativas, e de fácil aprendizado chamam a atenção dos mais velhos, então aguardemos a redução em seu valor.
*Gisnelli Bataglia Mincache é mestranda em Gerontologia pela PUC-SP e pesquisadora mentora do Portal. Responsável pela editoria Tecnologias. E-mail:gisnelli@gmail.com