Tomando como ponto de partida “1984”, de George Orwell, impossível não estabelecer paralelo com o mundo atual, dirigido por programas de inteligência artificial, que sugerem compras, produzem notícias falsas e mudam o passado. É sobre essas mudanças de passado que resolvi escrever.
Escrito por Barão de Lavapés
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Quando recebi o título de nobreza de Barão de Lavapés, percebi a importância de continuar, ainda que sem brilhantismo, a saga de meu ancestral intelectual Barão de Itararé. Passei, então, a ler obsessivamente livros que lera na juventude e percebi que havia entendido pouco das leituras anteriores, sem estabelecer as devidas relações entre seus conteúdos e a vida cotidiana.
Confesso que a releitura que mais me impressionou foi de “1984”, de George Orwell, que trata de uma sociedade hipotética com cidadãos vigiados permanentemente por um “Grande irmão” que, quando lhe é conveniente, muda o passado.
Impossível não estabelecer paralelo com o mundo atual, dirigido por programas de inteligência artificial, que sugerem compras, produzem notícias falsas e mudam o passado. É sobre essas mudanças de passado que resolvi escrever. Não sei se terei fôlego para manter a produção de textos tanto qualitativa quanto quantitativa.
Vou tentar, como já tentei muitas outras coisas. Focarei as constantes mudanças de passado, frequentes no nosso dia a dia. Como, do ponto de vista material, o passado já não existe, apresentarei o que vaga pela minha memória, com os erros e acertos naturais.
Alguns exemplos de mudanças de passado que, às vezes, ouço: “o nazismo deu uma grande contribuição para o desenvolvimento da medicina” ou “Pelé não foi tão grande jogador de futebol” ou “o genocídio de judeus, durante a Segunda Guerra Mundial, não aconteceu” ou, ainda, “a santa inquisição foi fundamental para o aprimoramento dos valores morais”.
Pretendo dar um tom positivo às análises, sem abandonar a visão crítica que desenvolvi ao longo da minha vida, com origens no meio de operários e culminando com a nobreza, compatível com a culta e justa burguesia brasileira, que ostento orgulhosamente.
Referências
ORWEL, George (2010). 1984. São Paulo: Companhia das Letras.