Sexo na velhice: um desconhecido, uma obrigação? - Portal do Envelhecimento e Longeviver
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Sexo na velhice: um desconhecido, uma obrigação?

É impressionante como, atualmente, alguns temas tomam uma proporção gigantesca, seja nas rodas de conversa “um pouco mais intelectualizadas”, nos grupos de estudos, seminários, congressos, artigos científicos e principalmente entre os profissionais da área da saúde que tem verdadeiro tabu em relação ao tema sexo. O que seria, assim, tão importante? Bem, falamos da existência de uma sexualidade, aquela da terceira idade, que, até bem pouco tempo, era tida como desconhecida, enigmática e cheia de mistérios e preconceitos.


Podemos pensar que tais questões ainda existem, não foram superadas, e estão mais presentes do que nunca. Mas o problema é que tudo se passa num clima velado dos “não-ditos”, do politicamente correto (muito em moda, hoje em dia). Falamos aos quatro ventos o quanto somos liberais, mas quando se trata de alguém muito próximo das nossas relações, nos tornamos descaradamente preconceituosos, afirmando com veemência que “existe sim uma idade para as pessoas pararem de ter um relacionamento sexual ativo e saudável”.

O que quer dizer tudo isso? A resposta não poderia ser pior: temos data de validade até para fazer sexo. Comemoramos a data de fabricação e lamentamos a chegada do fim. E tudo isso comandado por nós, numa espécie de competição de quem consegue mais por mais tempo. Uma frase, aparentemente ingênua e muito bem recebida, de maneira geral é: “E se há desejo e afeto, não há porque parar”. Se analisarmos esta afirmação, a mensagem implícita é que não se deve parar, ou seja, acabamos caminhando para o padrão, o esperado para qualquer indivíduo “normal”: a obrigatoriedade do ato sexual.

É importante entender que as pessoas são livres e que sexo e prazer podem ser feitos de diversas maneiras, à gosto do freguês, da disponibilidade e da criatividade de cada um.

Entretanto, não se pode questionar que “vários fatores influenciam na perda da sexualidade ao longo do tempo. Dentre as razões se encontram as fisiológicas e psicológicas (perda de algum ente querido), econômica e fatos que ocorrem no cotidiano que às vezes não afetam diretamente o indivíduo, mas o sensibilizam de forma que a sexualidade fica mais debilitada”.

Mas é claro que as dores, perdas e sofrimentos podem nos alcançar em qualquer fase da vida. A velhice não é sinônimo de ausência de sexo, no sentido de deixarmos de ser produtivos, estéreis ou secos.

Outro ponto: sexo não equivale a promessa de felicidade. Mas daí entramos num terreno caudaloso: aquele da tirania da felicidade, mais uma árdua obrigação. Pôxa, que fardo, quantas atribuições e deveres!

E não faltam dicas para um bom sexo e todo tipo de “psicologismo”. Da mesma maneira que nos tornamos grandes experts como técnicos de futebol, o mesmo ocorre na prática do aconselhamento sexual.

De cara, uma frase que surpreende é: “Atividade sexual em qualquer idade é demonstração de um estado de boa saúde física e mental”. Então, sexo estaria relacionado à normalidade física e mental? Existem limites para o desejo, a excitação e o prazer do orgasmo? Com certeza não: “É um mito achar que a terceira idade seja assexuada, isso ocorria há duas ou três décadas!”.

Os anos provocam mudanças, algumas boas outras más. Não há como evitá-las. O desafio é aprender e entender esses novos jeitos de ver e ser, tão particulares e especiais, próprios de cada indivíduo e para isso não há receita de bolo que solucione nossas angústias e inquietações.

Mas como muitos apreciam uma boa dica, talvez essas possam ajudar a encantar seu dia a dia sexual e outros, talvez, nem tanto:

“- Aprendam a valorizar a possibilidade de estar com o parceiro;

A campanha do Ministério da Saúde sobre sexo na terceira idade aconselha: experimentar a vida e aprender a se adaptar a algumas mudanças sexuais é o principal fator que determina o prazer sexual”.

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A visão de Helô Pinheiro sobre sexo e envelhecimento

Julgamos que para alguns famosos ou famosas, principalmente os considerados eternamente belos, o envelhecimento seja algo enfrentado com certa tranquilidade. Ledo engano, caro leitor. Helô Pinheiro, pode ser um exemplo. A sempre jovem garota de Ipanema (pelo menos no nosso imaginário) diz que “prefere não contar abertamente quantos anos fez recentemente”.

Entretanto, “ela não nega que já passou dos sessenta anos de idade. Feliz e sempre ativa, ela está vivendo uma ótima fase profissional à frente de dois programas de televisão – De Cara Com a Maturidade, na Band, e Ser Mulher no canal pago Bem Simples – e não pretende parar até o último dia de sua vida”.

Mãe de quatro filhos e avó de três netinhas, ela revela para O Fuxico como é sua vida sexual depois dos sessenta: “Não é nada explosivo! Não considero serem as noites mais calientes, já que temos uma defasagem hormonal. Não é algo rotineiro. O sexo fica mais espaçado, mas o relacionamento é verdadeiro depois dos sessenta, nada falso ou forçado”.

Helô expõe sua intimidade de maneira franca e coerente. Poucos fazem isso, preferem manter e vender uma imagem “ideal”, aquela que melhor condiz com os anseios do outro, desse social cruel e exigente.

Mais uma vez, Helô usa e abusa da franqueza, característica pouco encontrada atualmente: “O homem fica mais brando. Eu cheguei a escutar um ator mais velho dizendo que era pegador e agora está mais calmo. Depois de uma certa idade fica algo mais brando, sossegado e calmo. Tem gente que não assume, canta de galo e diz que dá três por dia”.

Ela continua: “O mais importante é qualidade e não quantidade. Depois da terceira vez, a mulher já está sem vontade. O tamanho [do pênis] e essas coisas também não considero importante.”

Referências

GAVRANIC, A. (2012). Saiba como apreciar o sexo na terceira idade. Disponível Aqui. Acesso em 29/07/2012.

MENEZES, M.D. (2012). Sexo na terceira idade pode ser prejudicial a saúde?. Disponível Aqui. Acesso em 04/06/2012.

O FUXICO (2012). Helô Pinheiro diz que sexo na terceira idade não é ‘explosivo’. Disponível Aqui. Acesso em 29/07/2012.

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