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Ser velho!

Percebem-se atitudes sociais em relação à velhice predominantemente negativas, resultantes de falsas crenças a respeito da capacidade dos velhos em relação ao trabalho, ao aprendizado e à adaptação a novas situações. Os estereótipos levam à discriminação e, por sua vez, afetam a qualidade de vida e o bem estar de quem se encontra em situação de exclusão.

Danilo Santos de Miranda *

 

Em que momento a juventude tornou-se valor? Em que momento a experiência que servia de esteio para transmissão de modos de vida e de organização social passou a ser desconsiderada?

Alguns especialistas apontam para o final do século XIX, quando o processo de industrialização acarretou transformações políticas, econômicas e sociais.

Enquanto outros apontam para meados do século XX, após a segunda guerra mundial, quando o mundo conheceu novas formas de comunicação e se transformou em uma “aldeia global” envolvida por mudanças na constituição da família e nos relacionamentos.

O distanciamento social entre jovens e velhos é um fenômeno da contemporaneidade, provocado por uma sociedade que estabelece uma série de espaços exclusivos para atender as diferentes faixas etárias, como a escola, os escritórios, os asilos e, também, os espaços destinados ao lazer. Não à toa, a falta de convívio resulta no desconhecimento entre as pessoas, o que pode vir a gerar preconceitos.

Percebem-se atitudes sociais em relação à velhice predominantemente negativas, resultantes de falsas crenças a respeito da capacidade dos velhos em relação ao trabalho, ao aprendizado e à adaptação a novas situações. Os estereótipos levam à discriminação e, por sua vez, afetam a qualidade de vida e o bem estar de quem se encontra em situação de exclusão.

Não surpreende que o imaginário social exponha o preconceito entre gerações, conferindo aos jovens qualidades associadas à força e à agilidade e, aos velhos, atributos como carências, fragilidade e passividade.

Desde a década de 1960, quando o Sesc São Paulo passou a atuar junto à população idosa, possibilitando a sociabilização e o acesso a bens culturais, o objetivo do Trabalho Social com Idosos tem sido acolher essa parcela da população. Ao mesmo tempo, tem chamado a atenção da sociedade para a importância de perceber o idoso como sujeito social. Experiências relevantes como essas podem transformar as perspectivas e expectativas traçadas socialmente para os velhos.

Por isso, o sentido de um bom envelhecer deve estar aliado a valores como pertencimento e sociabilidade, uma via para combater preconceitos que interferem ou anulam as possibilidades dos idosos de aprimorar a aprendizagem e desenvolver novas habilidades.

* Danilo Santos de Miranda é Diretor Regional do SESC

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Leia a revista na íntegra: Disponível Aqui

Sumário

– O envelhecimento e a moda: tecendo reflexões por Denise Pollini

– Grupos sociais: instrumento na manutenção da saúde do idoso? por Ana Cristina Soares Melo e Cláudia Ferreira Melo Mafra, Marco Aurélio Marques Ferreira, Emília Pio da Silva, Núbia Cristina de Freitas e Estela Silva da Fonseca

– Saúde mental e envelhecimento: uma experiência com estimulação cognitiva por Marluce Auxiliadora Borges Glaus Leão, Eliana de Fátima Almeida Nascimento, Joelita Pessoa de Oliveira Bez e Yuri Borges Glaus Leão

– Muito além do encontro: as percepções de idosos e a prática de exercícios físicos em grupo por Thabata Santos Ventura e Graciele Massoli Rodrigues

– Entrevista: Roger Chartier

– Fotografia: Rafael Costa

– A percepção da saúde do idoso e os fatores associados: em foco o Programa Municipal da Terceira Idade, Viçosa-MG por Alessandra Vieira de Almeida, Simone Caldas Tavares

– Painel de Experiência: Minhas memórias, nossas histórias: relatos de um projeto com idosos frequentadores do Sesc Santana – São Paulo por Neide Alessandra Périgo Nascimento e Nárlon Cássio Boa Sorte Silva

– Resenha: A Máquina de fazer espanhóis por Virgínia Chiaravalloti

Revista Estudos sobre Envelhecimento, Volume 25, Número 61, Novembro de 2014, traz as seguintes matérias:

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