Residências intergeracionais podem ser uma boa solução para a coabitação entre jovens e pessoas idosas se houver parcerias com chance de convivências harmoniosas
Muitas famílias compartilham suas moradias com integrantes de três gerações e, a depender da configuração dessa unidade habitacional, podem viver em harmonia e produzir subjetividades de modo positivo. Mas há um momento ao longo da formação profissional dos jovens em que muitos buscam soluções próximas das instituições onde cursam seu aprendizado formal, nem sempre encontrando boas soluções de permanência durante esse período.
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Por outro lado, há idosos que ficam sozinhos pela perda de cônjuges ou por constituírem famílias muito pequenas. Algumas vezes permanecem nas moradias originais com espaços ociosos e poderiam torná-las rentáveis, se adotassem o modelo de residência intergeracional.
O artigo de Frankie Adkins para a BBC, intitulado “Os estudantes que dividem casa com aposentados”, aponta soluções encontradas junto a universidades inglesas, canadenses, americanas e em outros países que oferecem a coabitação como solução para estudantes e pessoas idosas.
… (há) uma tendência maior de moradia multigeracional: estudantes e cidadãos idosos vivendo juntos. Nos últimos anos, projetos incentivando gerações diferentes a dividir residência surgiram em todo o mundo, incluindo em universidades, como no Canadá, na Califórnia (EUA) e na Holanda. (…) Teoricamente, a moradia multigeracional é uma solução inteligente para dois importantes problemas modernos: a falta de moradia acessível para os jovens e o aumento da solidão entre as pessoas mais idosas.
Nem sempre é uma solução bem-sucedida, segundo o autor. O ideal de encontrar jovens dispostos a oferecer atenção aos conviventes mais velhos a qualquer momento, mesmo em período de provas e outros exames, pode ser comprometido pela falta de tempo ou tolerância. Por outro lado, se houver hábitos e rotinas rígidas, que tornam a pessoa idosa inflexível quanto a essa flutuação de momentos dedicados pelos parceiros de moradia, a possibilidade de conflitos pode tornar-se irreversível.
Porém, tomados os devidos cuidados para estabelecer uma boa relação entre eles, a possibilidade de evitar a solidão do indivíduo idoso e de resolver com qualidade a moradia de custo acessível ao estudante jovem traz qualidade de vida a ambos e o enriquecimento de vínculos sociais importantes e duradouros.
Estudos indicam que a solidão grave pode gerar depressão e pensamentos suicidas, redução da saúde cardíaca ou cardiovascular e até aumento do risco de morte prematura. Por outro lado, uma enorme quantidade de pesquisas realizadas em todo o mundo destaca as dificuldades cada vez maiores enfrentadas pelos jovens para encontrar moradia a preços que eles possam pagar.
Enfim, residências intergeracionais podem ser uma boa solução para a coabitação entre jovens e pessoas idosas se houver um sistema organizado que busque parcerias com chance de convivências harmoniosas. Selecionar os perfis pode possibilitar um compartilhamento enriquecedor para todos.
Foto destaque de Andrea Piacquadio/pexels
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