Produto das conclusões e recomendações feitas pelo Encontro Técnico sobre Prevenção das Quedas na Velhice da OMS (Organização Mundial de Saúde), em que instituições – acadêmicas e da sociedade civil – de todos os continentes apresentaram e discutiram ampla e profundamente as questões relacionadas às quedas na velhice. O encontro foi realizado em Victoria, Canadá, em fevereiro de 2007. O relatório inclui perspectivas internacionais e regionais sobre questões e estratégias ligadas à prevenção das quedas e se baseia em uma série de trabalhos anteriores preparados por profissionais internacionalmente reconhecidos. O relatório, de livre tradução da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, foi traduzido do documento original por Letícia Maria de Campos.
Três pilares do modelo de prevenção das quedas da OMS; Determinantes do Envelhecimento Ativo e sua relação com as quedas na velhice; Determinantes cruzados: Cultura e gênero; Determinantes relacionados a serviços de saúde e assistência social; Determinantes comportamentais; Determinantes relacionados a fatores pessoais; Determinantes relacionados ao ambiente físico; Determinantes relacionados ao ambiente social; e Determinantes econômicos.
Este relatório foi desenvolvido pelo Departamento de Envelhecimento e Curso de Vida (ALC) sob a direção de Alexandre Kalache e sob a coordenação de Dongbo Fu, que teve a assistência de Sachiyo Yoshida. A ALC contou com o apoio técnico e financeiro da Divisão de Envelhecimento e Idosos, a Agência de Saúde do Canadá; o Departamento de Saúde da Criança, da Mulher e do Idoso, o Ministério de Saúde da Grã Bretanha; e a Unidade de Prevenção e Pesquisa de Lesões da Columbia Britânica.
Na apresentação do relatório na versão em português, Alexandre Kalache, médico gerontólogo e hoje consultor internacional para políticas públicas para o envelhecimento, e Monica Perracini, fisioterapeuta gerontóloga, consultora para políticas de prevenção de quedas, escrevem o seguinte:
Ter independência funcional e autonomia é algo que todos nós valorizamos ao longo da vida. E, na velhice não é diferente. Mais de um terço das pessoas idosas sofrem pelo menos uma queda ao ano. Aquelas que caem mais de uma vez têm cerca de três vezes mais chance de cair novamente. As lesões decorrentes das quedas geram significativas limitações físicas e psicológicas aos idosos. Os custos relacionados ao seu tratamento são substanciais e tendem a aumentar nas próximas décadas com o crescimento da população idosa no Brasil e o fato de que os idosos estão ano após ano mais longevos. Chama atenção o fato de que a América Latina é a região que mais rapidamente envelhece hoje no mundo – o que implica em desafios importantes na implantação de políticas públicas que possibilitem a longevidade com melhor qualidade de vida.
Segundo Kalache e Perracini, o objetivo deste relatório é “pautar um modelo de Prevenção de Quedas, alicerçado no marco político do Envelhecimento Ativo da OMS com ênfase na perspectiva de curso de vida e intervenções intersetoriais”. Nesse sentido acredita-se que muitas vezes não se trata de criar novas politicas, mas sim apoiar quem já apoia. Se os governos, em todas as instâncias, tomassem isso como lema, certamente a populace idosa estaria muito mais assistida.
Enfim, o relatório, além de ser considerado por Kalache e Perracini de “importante documento que aborda os principais aspectos relacionados ao tema”, também subsidia gestores na implantação de políticas públicas intersetoriais, assumindo então a Prevenção de Quedas em Pessoas Idosas como uma prioridade de saúde pública frente ao envelhecimento no Brasil.
A versão original deste relatório está disponível no site Aqui
E a versão em português no site Aqui