Com a aproximação das eleições, podemos ser alvo de desinformação e fake news. Mas podemos evitá-las conhecendo onde buscar conteúdos confiáveis a respeito.
Bruno Ferreira, do EducaMídia 60+
Já sabemos que desinformação e fake news podem causar problemas reais. No período eleitoral esse tipo de fenômeno pode se intensificar, seja para colocar em dúvida as eleições em si, seja para difamar candidaturas e prejudicar a imagem de pessoas públicas ou projetos políticos. E para isso, pessoas mal intencionadas recorrem a técnicas bastante sofisticadas, fazendo com que as fake news e outras formas de desinformação sejam mais difíceis de serem identificadas.
Uma delas é o deep fake, que diz respeito à utilização de técnicas avançadas de edição para alterar o ambiente, o rosto ou a fala de uma pessoa. Alguns vídeos sobre deep fake circularam e impressionaram pessoas nas redes sociais.
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Um deles foi a de uma criança apoiando-se em grades, aparentemente à beira de um abismo. No entanto, ela estava num lugar seguro e plano. Seu pai, um hábil editor de vídeos, mudou o cenário do contexto original colocando como fundo para a imagem do filho um precipício e uma queda d’água. Há outros vídeos, como um da BBC News, demonstrando como o rosto do ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama pode ser alterado com essa técnica.
Um recurso como este pode provocar muito estrago no contexto eleitoral, pois podemos ver a imagem de políticos num contexto e falando coisas que não são reais, mas que foram inventadas com a intenção de comprometê-las. Onde, então, encontrar informações confiáveis sobre eleições, diante de um cenário tão desafiador para a verificação de mensagens desse teor, muitas tão bem produzidas tecnicamente que apenas peritos experientes conseguem avaliar e determinar se são fraudulentas ou idôneas?
Imprensa profissional
A imprensa profissional é sempre uma fonte confiável. Isso porque jornalistas procuram confrontar as afirmações de políticos no período eleitoral com outras fontes de informações, evidenciando distorções que algumas figuras apresentam em seus discursos. A imprensa profissional pode ter um posicionamento político no contexto eleitoral, promovendo coberturas mais favoráveis a candidatos e partidos específicos. Mas isso não significa que vai inventar mentiras sobre candidaturas que não defende.
Além disso, a imprensa presta serviço ao eleitor e à sociedade como um todo ao informar sobre o processo eleitoral em si. Em jornais e sites de notícias, é possível encontrar informações sobre datas, horários, locais de votação e tudo o que é necessário para exercer esse direito tão importante.
Agências de checagem
Outra frente da imprensa profissional são as agências de checagem, especializadas em verificar informações que viralizam nas redes. Caso as agências identifiquem imprecisões ou mentiras nessas mensagens, elas comunicam ao grande público sua descoberta.
Alguns veículos jornalísticos já têm departamentos de checagem e, em seus portais de notícias, informam sobre esse tipo de verificação. Muitos veículos de imprensa, desde as eleições de 2020, ao mesmo tempo em que promovem debates entre candidatos, designam profissionais para checar as afirmações que eles fazem, publicando posteriormente sobre verdades, mentiras e imprecisões ditas pelos postulantes durante o confronto de ideias. As agências de checagem também estão atentas às mentiras que circulam sobre o processo eleitoral, desmentindo inverdades.
Canais oficiais do TSE e TREs
Também temos o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que é o árbitro das eleições. Ele é imparcial com relação às candidaturas, mas está atento ao cumprimento da legislação eleitoral por parte dos partidos políticos e da sociedade como um todo.
O portal do TSE e os canais dos Tribunais Regionais Eleitorais (TRE) e suas páginas nas redes sociais são fontes de informação seguras sobre as eleições. Além de informações sobre candidatos e partidos, o TSE e os TREs são fontes oficiais de prestação de serviço ao cidadão, informando sobre regularidade do título de eleitor, locais de votação e regras para votar.
Na dúvida, questione e busque mais informações
Se receber conteúdos não verificados por aplicativos de mensagens e redes sociais lembre-se de acessar uma dessas fontes de informação para avaliar a confiabilidade do que recebeu. É importante lembrar que supostos fatos que parecem bombásticos ou de extrema relevância, de interesse público nacional, se não estiverem relatados em diferentes veículos de imprensa, dificilmente será uma informação confiável.
E lembre-se: compartilhe conteúdos que você sabe que foram verificados, como os da imprensa profissional e de agências de checagem. Caso amigos ou parentes compartilhem fake news nos grupos dos aplicativos de mensagens, compartilhe no mesmo grupo conteúdos de fontes confiáveis, que sirvam para contrapor a desinformação postada. Você não precisa bater boca ou se desgastar. Mas não silencie diante de uma desinformação. Contribua para que sua rede interrogue as informações que recebe. Os conteúdos do módulo 3 e do módulo 7 (veja abaixo) do programa EducaMídia 60+ podem ajudar você a explorar fontes confiáveis e a verificar conteúdos duvidosos.
Leia e divulgue a cartilha “Informação nas eleições”
Foto destaque: Agência Brasil