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Quais exemplos podem oferecer boas práticas em residências seniores?

Moradias coletivas devam ser vistas como novas residências, com programa arquitetônico composto por dormitórios, salas de estar, banheiros, e tudo o mais, diferente somente pelo fato de ser compartilhado e com suporte para demandas específicas. Morar onde haja conforto e segurança com certeza garante mais prazer e felicidade. Um dos aspectos mais interessantes sobre o que tenho visto refere-se à manutenção da autonomia, no que acredito ser fundamental para garantia de conforto e aceitação.

Maria Luisa Trindade Bestetti *

 

Tenho perseguido informações sobre residenciais para idosos fora do Brasil e encontro algumas novidades que denotam boas práticas em diversos aspectos, desde os espaços determinados pelo programa arquitetônico até os processos que oferecem autonomia e definem as rotinas. Não cabem aqui os nomes e localizações, pois certamente há diferenças culturais que mudam comportamentos. Portanto, esta é uma reflexão que direciona a diferentes modos de ver como morar bem na velhice, em especial em residenciais seniores.

Um dos aspectos mais interessantes sobre o que tenho visto refere-se à manutenção da autonomia, no que acredito ser fundamental para garantia de conforto e aceitação. Há exemplos inclusive no Brasil onde é possível escolher unidades isoladas, como uma casa com jardim, pátio e liberdade para certas rotinas. Certamente destina-se a pessoas independentes, lugares intitulados Independent Living pelos americanos.

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As moradias assistidas já são oferecidas a idosos com algumas restrições e que precisam de alguma ajuda em atividades da vida diária, acomodados em apartamentos mais próximos da central que lhes dá suporte. Para pessoas com demências que já necessitam de uma supervisão constante o controle é imprescindível, o que não significa que haja restrições dentro de limites seguros. São as chamadas Memory Care pelos americanos, com atividades voltadas à estimulação da memória. E em casos de extrema fragilidade, as Nursery Homes, enfermarias para cuidados de longa duração, que no Brasil funcionam como hospitais de retaguarda.

Na maior parte das instituições brasileiras, idosos com diferentes graus de dependência compartilham o mesmo espaço, o que pode contribuir para dificultar os relacionamentos e a aceitação sobre moradias coletivas especializadas.

Outro aspecto muito interessante é criar espaços destinados a crianças, seja para visitantes ou para atender à proximidade de equipamentos infantis, tais como creches ou escolas de ensino fundamental. Há casos em que a vizinhança dos dois empreendimentos, a moradia e a escola, permite a convivência mais ou menos próxima entre gerações, havendo até casos em que o pátio de recreação é comum ou atividades são propostas com a participação de idosos e crianças. Intergeracionalidade não só empodera o idoso, pois pode se valer de sua experiência de vida para atuar como agente educativo, de modo tranquilo e participante. As crianças aprendem o respeito e a admiração aos mais velhos, de modo lúdico e prazeroso.

Finalmente, é importante pensar que moradias coletivas devam ser vistas como novas residências, com programa arquitetônico composto por dormitórios, salas de estar, banheiros, e tudo o mais, diferente somente pelo fato de ser compartilhado e com suporte para demandas específicas. Morar onde haja conforto e segurança com certeza garante mais prazer e felicidade.

* Maria Luisa Trindade Bestetti – Sou arquiteta e pesquiso sobre as alternativas de moradia para idosos no Brasil, especialmente sobre a habitação mas, também, o bairro e a cidade que a envolvem. Ser modular significa harmonizar todas as etapas da vida, atendendo desejos e necessidades. Se você tem mais de 50 anos e está preocupado sobre como morar na velhice, participe: leia, comente, pergunte, discuta!… Estamos vivendo mais e melhor, é preciso que pensemos nisso com a tranquilidade e a confiança necessárias para podermos viver muito com segurança e conforto. Acesse Aqui

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