Perfil epidemiológico e correlação com osteoporose em idosos com fratura no terço proximal do Fêmur - Portal do Envelhecimento e Longeviver
Ícone do site Portal do Envelhecimento e Longeviver

Perfil epidemiológico e correlação com osteoporose em idosos com fratura no terço proximal do Fêmur

A população de idosos, de acordo com a OMS, é composta por indivíduos com mais de 60 anos, vem crescendo no Brasil. A longevidade é uma realidade mundial, com isso observa-se que esse novo contingente populacional tem sua qualidade de vida alterada. Segundo dados do IBGE no ano de 2000 a população idosa representava 8,6% do total e, em 2020, deverá corresponder a 14%, ou cerca de 31 milhões de pessoas. Esse aumento da longevidade Brasileira deve-se, em grande parte, aos avanços da medicina bem como a ascensão econômica do país. Entretanto, acompanhado desse envelhecimento populacional vem às moléstias e traumas característicos onde podemos destacar as fraturas de Fêmur.

Marcel Henrique Arcuri(*) – marcel.arcuri@hotmail.com


A fratura do fêmur em idosos é algo corriqueiro no cotidiano do departamento de ortopedia e traumatologia de qualquer hospital. Entretanto possui alta gravidade com difícil tratamento e recuperação. Apenas 50% dos pacientes recuperam a atividade funcional prévia e a qualidade de vida, havendo comprometimento das atividades cotidianas e perda da independência (SERNBO; JOHNELL, 1993). A taxa de mortalidade no primeiro ano após sua ocorrência varia de 20 a 30%. Parte dos óbitos é atribuída a comorbidades preexistentes e 25% aos próprios agravos da lesão (KANIS et al., 2003).

A incidência deste tipo de fratura aumenta com a idade devido a um aumento na prevalência de quedas, que podem ter como causas de fundo doenças neurológicas, acuidade visual diminuída, fraqueza muscular, diminuição de equilíbrio e, principalmente, uma maior prevalência de osteoporose . Com isso faz-se a relação entre a fratura do fêmur e os idosos, muitos desses diagnosticados com osteoporose. O conceito de Osteoporose é definido como um distúrbio osteometabólico caracterizado pela diminuição da densidade mineral óssea, com deterioração da microarquitetura óssea, levando a um aumento da fragilidade esquelética e do risco de fraturas .

A prevalência de osteoporose e a incidência de fraturas variam de acordo com o sexo e a raça. As mulheres brancas na pós-menopausa apresentam maior incidência de fraturas. A partir dos 50 anos, 30% das mulheres e 13% dos homens poderão sofrer algum tipo de fratura por osteoporose ao longo da vida , sendo mais propicia a ocorrência de fratura do terço proximal do fêmur, epífise distal do rádio, colo do úmero, maleolares ou do corpo vertebral, o que acarreta uma piora na qualidade de vida. O custo social e econômico da fratura de fêmur é elevado e decorre, dentre outros fatores, da morbimortalidade da própria fratura e das doenças associadas, de um período de internação variável, muitas vezes em unidade de terapia intensiva, cuidados clínicos e cirúrgicos, além de programas de reabilitação por períodos prolongados. Se faz necessário a elaboração de estratégias de prevenções e consciência das complicações que podem se associar a este problema de saúde publica.

Referências

  1. IBGE. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Censo Demográfico 1991 e 2000 e Contagem Populacional 1996. [citado 2006 Out 22]. Disponível Aqui.
  2. Vilas-Bôas Júnior A, Vercesi AE, Bodachne L, Vialle LRG. Estudo epidemiológico de fêmur proximal em idosos. Acta ortop bras 1996; 4(3):122-126.
  3. Kanis JA. Assessment of fracture risk and its application to screening for postmenopausal osteoporosis. WHO Technical Report Series – 843, Geneva, 1994.
  4. WHO study group. Assessment of fracture risk and its application to screening for postmenopausal osteoporosis. WHO Technical Report Series no. 843. Geneva: World Health Organization, 1994:1-129
  5. Torgerson DJ, Bell-Syer SEM. Hormone replacement therapy and prevention of nonvertebral fractures – a metaanalysis of randomized trials. JAMA 285(22):2981, 2001.
  6. Hannan EL, Magaziner J, Wang JJ, Eastwood EA, Silberzweig SB, Gilbert M, et al. Mortality and locomotion 6 months after hospitalization for hip fracture: risk factors and risk-adjusted hospital outcomes. JAMA. 2001;285(21):2736-42

(*)Marcel Henrique Arcuri – graduando em Medicina UNIFESO – Centro Universitário Serra dos Orgão.

Portal do Envelhecimento

Sair da versão mobile