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Pandemia: perigos da inatividade física para o idoso em isolamento social

Conheço pessoalmente um idoso adepto a corridas de rua que com a pandemia maratonou em seu quintal, concluindo 21 km em pouco mais de 2 horas e 32 minutos, e não pense que sua casa foge do padrão da maioria dos brasileiros. Se você não tem quintal, pode fazer uma caminhada dentro de casa?


O isolamento social, fortemente aconselhado pelas autoridades de Saúde e necessário para diminuir a rápida propagação do Coronavírus, não deve ser motivo para a inatividade física. Seja para quem praticava modalidades esportivas como ginástica, musculação, Jogos esportivos etc., seja para quem realizava exercícios mais leves como a caminhada em parques, na rua e para aqueles que realizavam sessões de Fisioterapia. Cada um deve se adaptar à realidade atual de acordo com o que já praticava e com as possibilidades que possui neste novo cenário, respeitando a orientação do isolamento.

A pergunta é: O que é possível fazer neste momento? Devemos ser resilientes e buscar alternativas que nos ajudem a manter a saúde física e mental.  Sempre há algo a fazer, sejamos cuidadosos e criativos.

A inatividade física, principalmente para o público idoso pode ser muito prejudicial, mesmo que seja por um período “curto” de “quarentena”.  Não sabemos até quando teremos que enfrentar o isolamento, mas sabemos que cada dia conta, se considerarmos a perda de massa muscular e mobilidade das articulações, por exemplo. 

Quem já está acostumado a realizar exercícios físicos rotineiros, consegue perceber que, bastam alguns dias sem a atividade física, para um corpo mais rígido, com algumas dores recidivantes, ou com dificuldade em realizar movimentos que antes eram mais facilmente realizados, como passar da postura sentada para em pé.

Outro alerta importante que vale fazer aqui é o aumento do risco para quedas. Com a inatividade física, a diminuição da mobilidade e surgimento de novas ou antigas queixas de dor, o risco de cair está aumentado. Sem falar que muitas pessoas querem “aproveitar o tempo extra” e aproveitam para fazer atividades muitas vezes arriscadas como podar aquela árvore da frente de casa, subindo em escadas extensíveis… ou fazer aquela faxina limpando do teto ao rodapé… jogando água com sabão em todos os pisos. Devemos, sim, ocupar o nosso tempo da maneira que melhor entendermos, tempo produtivo, tempo prazeroso… mas nunca devemos nos esquecer da segurança, pois seria um grande pesadelo ter que ir ao hospital neste momento de pandemia, devido a uma queda, não é mesmo? Mas a queda é um capítulo a parte desta pandemia, vale aqui apenas o alerta!

Voltando a falar dos exercícios físicos, vale a pena movimentar- se! Quem estava acostumado a caminhar diariamente pelas ruas, vale considerar o espaço do quintal. Conheço pessoalmente um idoso adepto a corridas de rua que recentemente maratonou em seu quintal, concluindo 21 km em pouco mais de 2 horas e 32 minutos, e não pense que sua casa foge do padrão da maioria dos brasileiros. Se você não tem quintal, pode fazer uma caminhada dentro de casa? Pode fazer exercícios sentado na cadeira com algum material disponível em seu domicílio, como garrafinhas de água, travesseiros, cabo de vassoura. Pode fazer alongamentos se já estava acostumado a praticá-los?  

Quem estava sendo acompanhado por um profissional de Educação Física ou Fisioterapeuta, por exemplo, deve acessar esse profissional que é responsável por seu acompanhamento e conhece o seu histórico de saúde para verificar qual seria a forma mais segura da prática ser adaptada e garantida em tempos desafiadores como o que vivemos.

A Fisioterapia por exemplo, com permissão de seu Conselho Federal*, em caráter de excepcionalidade, para minimizar a desassistência durante o período de pandemia da COVID-19, pode oferecer atendimentos não presenciais realizados por meio de tecnologias de comunicação, sempre respeitando as regras para tal realização, garantindo a segurança do paciente neste tipo de assistência.

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Vale a pena ressaltar também que se você não estava acostumado a praticar nenhum tipo de atividade física, o isolamento social durante a Pandemia não é o melhor momento para iniciar, pois é necessário avaliação e acompanhamento profissional, caso contrário, situações graves podem surgir. 

Os cuidados que devemos tomar em Época de Pandemia são inúmeros, mas não devemos abandonar o autocuidado. O cuidado com a saúde do corpo e da mente. Manter-se ativo, fisicamente, gera impactos positivos no âmbito emocional, que nos ajuda no enfrentamento dessa fase sem precedentes pela qual atravessamos. Que saibamos aproveitá-la com a sabedoria de um idoso, com a energia de um jovem e com o otimismo de uma criança.

Estamos Juntos!

Resolução COFFITO nº 516/2020 que suspende os efeitos do art. 15, inciso II do código de ética e permite o atendimento não presencial em modalidades específicas e bem descritas, realizados por meio de Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs). Notícia disponível em: http://www.crefito3.org.br/dsn/noticias.asp?codnot=7793, acesso em 27/04/2020.

Foto destaque: Steshka Willems/Pexels


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Gabriela Correia

Fisioterapeuta. Mestre em Ciências (USP). Pós-Graduada em Gerontologia Social (PUC-SP). Membro da Associação Brasileira de Fisioterapia em Gerontologia. Colaboradora do Portal do Envelhecimento. E-mail: gabriela.correia@gmail.com

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