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Ovo, de proibido à preferido

Com o avanço das pesquisas e dos conhecimentos sobre a composição nutricional dos alimentos e sua influência na saúde, o ovo passou a ser aclamado como alimento importante para a força física e até para melhorar a estética. A proteína da clara do ovo é a fonte preferida dos praticantes de exercícios físicos.

 

Na minha infância toda criança devia comer um ovo quente todo dia. Os médicos da família diziam que era para crescermos fortes e saudáveis.

Logo mais, já nutricionista, as orientações eram para restringir o consumo de ovo na semana. O alto teor de colesterol da gema do ovo poderia aumentar esta gordura no sangue, complicando ou desencadeando problemas cardiovasculares.

E atualmente, na mira das redes sociais, o ovo é aclamado como alimento importante para a força física e até para melhorar a estética.

De fato, com o avanço das pesquisas e dos conhecimentos sobre a composição nutricional dos alimentos e sua influência na saúde, a proteína da clara do ovo, isenta de gordura, é a fonte preferida dos praticantes de exercícios físicos, mas podemos estender suas qualidades nutricionais para todas as pessoas.

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O ovo é rico em vitaminas, proteínas, como a albumina, e também em antioxidantes, como colina, biotina e carotenóides (luteína e zeaxantina). Considerado uma proteína de alto valor biológico, pois contém todos os aminoácidos essências (que nosso corpo não produz), o consumo de 2 ovos por dia corresponde a aproximadamente 20% das recomendações diárias de proteína e contribui no crescimento e reparo dos músculos. As vitaminas presentes no ovo são, particularmente, as lipossolúveis (A, D, E, K), presentes na gema e as do complexo B, hidrossolúveis, sendo as vitaminas B1 (tiamina) e B12 (cianocobalamina) situadas no albúmen (clara) e B2 (riboflavina) e B9 (ácido fólico), igualmente distribuídas na gema e clara.

Além disso, a ingestão de alimentos fonte de colina por indivíduos praticantes de exercício físico é importante, pois ela está envolvida na formação da acetilcolina, um neurotransmissor no sistema nervoso central, cuja liberação inicia o processo de contração muscular.

Em relação ao teor de gordura presente na gema, segundo a nova Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia, as principais gorduras responsáveis pelas doenças cardiovasculares são as gorduras saturadas e trans, provenientes principalmente de alimentos industrializados (biscoitos recheados, bolos, sorvetes, margarina) e de origem animal (frango com pele, carnes vermelhas gordas, embutidos em geral e lácteos na sua forma integral).

Assim, se não houver outra causa para restringir o ovo, podemos incluí-lo diariamente na dieta.

A Diretriz afirma que o colesterol dietético não é o grande responsável pela elevação do colesterol sanguíneo (principalmente a fração ruim, o LDL-c).

Não é bem o bom ou ruim colesterol, mas o tipo de gordura, ou seja saturada, insaturada e poliinsaturada. Estas duas últimas, presentes nos peixes, castanhas em geral, abacate e óleos vegetais, ajudam no aumento do bom colesterol. Por isso a quantidade de gordura saturada e colesterol presente na gema do ovo não interfere diretamente no desequilíbrio do colesterol no sangue, se a dieta for equilibrada com as gorduras mais saudáveis.

Tânia Rodrigues

Nutricionista pela Universidade de Mogi das Cruzes- 1995. Especialista em Fisiologia do Exercício - UNIFESP e Nutrição Esportiva - ASBRAN Sócia Diretora Técnica da RGNutri - Assessoria Nutricional. Mestranda em Gerontologia Social - PUC-SP. E-mail: taniarodrigues@rgnutri.com.br

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