Uma das conseqüências do envelhecimento é justamente a perda gradual da massa óssea, mais especificamente a partir dos cinqüenta anos de idade, quando para algumas pessoas os ossos ficam porosos, frágeis e quebradiços e às vezes diminuem de tamanho.
Apesar do osso ser um tecido vivo que se renova permanentemente durante toda a vida, se adequando inclusive à perda diária de 300 a 700 mg de cálcio, se a pessoa tiver pouca atividade física ou ingerir pouco cálcio durante as primeiras décadas de sua vida, tem o risco de desenvolver osteoporose aumentado na velhice.
É verdade que podemos repor essa perda de cálcio através de uma alimentação adequada e da ingestão de suplementos. No entanto, fazer com que nossos ossos assimilem a reposição é o nosso maior desafio, uma vez que ela depende de vários fatores, entre eles sol, vitamina D, exercícios, fósforo, magnésio e estrogênio.
No entanto, só se pensa nela quando começam os riscos de fraturas, pois elas acabam complicando a saúde do idoso que passa a ter limitações e até mesmo dificuldade de locomoção. Cerca de 40% dessas pessoas apresentam complicações circulatórias, troboembólicas, infecções respiratórias e desencadeamento do diabetes, que podem resultar na morte. Complicações destas lesões podem resultar num longo período de internação hospitalar, deficiências e até a morte.
Os locais mais afetados por esse processo de descalficação são a coluna vertebral, as costelas e a bacia As mais comuns são as fraturas de punho, úmero (osso do braço que vai do ombro ao cotovelo), vértebras, costelas e, principalmente, a do colo do fêmur (osso único da coxa). O exame que pode ser feito para medir o nível de perda da massa óssea é chamado de densitometria óssea e é indicado para as pessoas que apresentam pelo menos dois fatores de risco para o desenvolvimento da doença. Nestes casos, a determinação da massa óssea é importante para auxiliar o tratamento.
Como ocorre
Pode ser agravada por conta da ansiedade, depressão, stress, falta de exercício, diarréia, disfunção na tireóide, excessos de proteína, gordura, sal, açúcar, fibras suplementares e ácido oxálico na comida, deficiência de ácido hidroclorídrico, ingestão habitual de álcool e cafeína, uso de antiácidos, tetraciclina, heparina, laxativos, diuréticos, anticonvulsivantes, aspirina e cortisona.
O consumo de refrigerantes, carnes conservadas, queijos fortes, molhos industrializados, pães e massas de farinha branca também atrapalham, já que nos faz absorver muito fósforo, mineral que inibe a absorção do cálcio se estiver em maior proporção. A lactose (açúcar lácteo) tem um papel decisivo na assimilação do cálcio do leite. Pessoas alérgicas ou cujo organismo não digere a lactose aproveitarão pouco cálcio, ainda que seu consumo de leite e laticínios seja grande.
Por que as mulheres são mais atingidas?
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A osteoporose afeta 25% das mulheres ocidentais com mais de 60 anos e apenas 8% dos homens. Quando a mulher se aproxima dos cinqüenta anos a produção de estrógeno diminui e a ovolução é interrompida. Com isso a mulher para de menstruar e algumas sentem dores de cabeça, dores pelo corpo, fadiga, ondas de calor, sudorese, secura vaginal, insônia, alteração do humor e aumenta a incidência de doenças coronarianas. Todas as mulheres têm perda de massa óssea em decorrência da queda dos níveis de estrógeno.
Uma das soluções para esses casos é a reposição hormonal, que protege contra as doenças coronarianas, reduz o risco de câncer uterino e é a melhor forma de interromper a perda de massa óssea e prevenir a osteoporose da pós-menopausa. Mulheres que tiveram câncer de seio ou que tenham enxaqueca, diabetes ou asma podem ter problemas com reposição hormonal. Nem sempre a menopausa requer o uso de drogas.
A osteoporose é mais comum em mulheres brancas e asiáticas. Mulheres negras têm uma densidade óssea inicial 25 a 30% maior que as brancas, ou seja, não precisam se preocupar tanto. A candidata mais forte à osteoporose é a mulher branca que tem ossos pequenos, fuma, bebe álcool ou descende de europeus do norte, especialmente se alguma mulher da família teve osteoporose.
Estudo recente envolvendo uma série de amostras de densidade óssea de mulheres de 20 a 88 anos mostrou, entretanto, que 50% da massa óssea são perdidos antes da menopausa.
Fatores de Risco
Os fatores de risco para a osteoporose são o histórico familiar de fraturas, fumo, mais de duas doses de bebida alcoólica por dia, baixo peso e baixa estatura com ossatura delicada, sedentarismo, idade avançada, uso contínuo de certos medicamentos como: corticoesteróides, anticonvuldivantes, ou metotrexate, ingestão inadequada de cálcio, ser da raça branca ou asiática.
Sintomas
Pode não haver nenhum sintoma até que algum osso quebre. Ossos quebrados são o problema mais comum para pessoas com osteoporose. Geralmente são os ossos da bacia, braços e punhos que se quebram.
Os ossos da espinha são também uma região comum de estreitamento. Geralmente, com o passar do tempo, os ossos da espinha (vértebras) enfraquecem um por um, causando perda de força, dor nas costas e postura curvada para a frente.
Cuidados básicos
Em certos casos, podemos corrigir o problema simplesmente mudando nosso estilo de vida, cortando hábitos como o fumo e a bebida, praticando mais exercícios físicos e cuidando melhor da alimentação.
Na verdade, uma mulher com alto risco de osteoporose faria bem em adotar uma alimentação mais vegetariana, pois perderia muito menos cálcio. É o caso das mulheres orientais, cuja taxa de osteoporose é baixíssima apesar do pequeno consumo de cálcio. Mas quando passam a comer uma dieta americanizada, muito rica em proteína, sua eliminação de cálcio pela urina aumenta, porque o organismo gasta muito cálcio para processar a proteína.
Para conservar a densidade óssea
Pessoas de 50, 60 e 70 anos que se exercitam têm 30% mais densidade óssea que as sedentárias, mas devem ser exercícios que estimulem o alongamento dos músculos, como andar, correr, dançar, andar de bicicleta. Nadar não conta, porque a água não oferece resistência que os músculos e ossos possam enfrentar.
Para garantir a vitamina D
Ela é sintetizada na pele quando tomamos sol e possibilita a absorção de cálcio nos intestinos. Meia hora de exposição por dia, com o mínimo de roupa é suficiente para as pessoas de pele clarinha; as mais morenas precisam duas ou três vezes mais tempo. Gema de ovo e fígado de galinha são boas fontes de vitamina D.
Cuidar das glândulas
Manter a tireóide, adrenais, ovários e pâncreas funcionando bem: este equilíbrio é essencial para o seu balanço de cálcio.
Não fumar
As mulheres que fumam têm menos densidade óssea que as não fumantes.
Cuidado com o excesso de proteína
A dieta muito proteica aumenta a perda de cálcio pela urina, especialmente se for proteína animal, que tem maior volume de certos ácidos cujo efeito é retirar cálcio dos ossos. No interior do Japão, pessoas idosas que nunca consumiram mais de 300 mg diários de cálcio têm muito menos osteoporose que as norte-americanas, que consomem 800 mg de cálcio por dia. Mas as japonesas comem apenas 30 g de proteína por dia, enquanto as americanas comem 80 g ou mais.
Variar as fontes de cálcio
Não precisa depender do leite: agrião, folhas de batata-doce, caruru/bredo, melado, espinafre, folhas de nabo, couve-chinesa, todos eles são boas fontes de cálcio se você comer em porções generosas. Se quiser garantir mais ainda a presença de cálcio na comida, use o pó da casca de ovo – seque ao sol, ou torre no forno; bata no liquidificador ou moa no pilão até obter um pó fininho. Guarde num vidro, usando uma colherinha de café por dia, na sopa, no feijão ou no mingau, deixando antes de molho num pouquinho de vinagre ou limão para desmanchar a estrutura microscópica que prende o cálcio.
Evitar refrigerantes
O nível de fósforo no organismo tem que ser um pouco menor que o de cálcio para haver uma boa absorção. Os refrigerantes usam muito fósforo em suas fórmulas – em cada copo de coca-cola há 116 mg – e uma pessoa que toma refrigerantes regularmente acaba se expondo aos riscos de perda óssea e hiperparatireoidismo.
Controlar sal, açúcar e fibras
O alto consumo de sal faz perder cálcio na urina, o consumo de açúcar também – só que, no caso do açúcar, a ação é indireta: ele provoca a eliminação de cobre, que faz falta para a mineralização dos ossos.
Farelo de trigo ou biscoitos de fibras podem impedir a absorção de cálcio,
principalmente se a pessoa consumir basicamente farinhas e grãos refinados, como farinha de trigo branca, pão branco, macarrão branco, arroz branco. A pessoa que usa grãos integrais não tem esse problema, a não ser que coma um excesso de fibras adicionais.
Minerais e na vitamina C
A ingestão adequada de cálcio, fósforo, magnésio, manganês, zinco e cobre pode ser decisiva para a sua saúde óssea; se for o caso, peça à sua médica a indicação de suplementos.
O magnésio ativa a vitamina D e permite que o cálcio forme cristais nos ossos.
Tem sido usado em doses de 500 mg diários. O boro reduz a excreção de cálcio e magnésio pela urina e tem uma ação positiva sobre o estradiol-17-beta que é a forma de estrogênio mais ativa no sangue.
A vitamina C é fundamental para a síntese do colágeno, tecido conjuntivo dos ossos. Tem sido usada a dosagem de 2 g diários.
Suplementos de cálcio?
Não devemos confiar totalmente nos suplementos porque eles podem simplesmente não funcionar. O sistema mais sofisticado do organismo é o que cuida da absorção de cálcio. Ele modula a secreção de hormônios, secreção de muco, utilização de nutrientes, eliminação de resíduo celular, contração muscular, secreção ácida do estômago, resposta inflamatória, cura de lesões. A quantidade necessária a cada momento depende de um conjunto de circunstâncias.
Se tomarmos suplementos de cálcio nas refeições corremos o risco de não aproveitar o cálcio e ainda inibir a absorção de ferro, manganês e zinco, elementos-traço essenciais à saúde. Em entrevista à grande imprensa, o Dr. Jeffrey Bland diz que os suplementos dão uma falsa sensação de segurança às pessoas – “elas acham que é uma resposta fácil para a dificílima questão de como conduzir a vida. “Sou contra essa mentalidade band-aid”, resmunga.
Capítulo do livro: Só Para Mulheres, de Sonia Hirsch
Fontes: Disponível Aqui