Apesar de leis que garantem direitos à população idosa, a vida na zona rural tem um cotidiano marcado por distâncias, falta de serviços e resistência de quem envelhece.
Viver a velhice em áreas rurais de Vitória da Conquista, no sudoeste baiano, é enfrentar diariamente o abismo entre o que está escrito na lei e o que se concretiza na vida real.
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Embora a Constituição e o Estatuto da Pessoa Idosa assegurem direitos fundamentais como, saúde, transporte, participação social, lazer e dignidade, essas garantias permanecem distantes, quase inalcançáveis para milhares de pessoas idosas do campo.
Na zona rural de Conquista vivem cerca de 36 mil pessoas idosas, segundo o último censo. É nesse território, onde o tempo corre em outro ritmo e as distâncias são longas, que as políticas públicas ainda não chegam com a mesma força.
O transporte escasso, o acesso precário aos serviços de saúde e a ausência de espaços de convivência fazem com que o envelhecer seja, muitas vezes, um exercício de resistência.
O artigo do Conquista Repórter revela histórias que dão rosto a essa realidade. Seu Nego, de 80 anos, perdeu a visão e depende da ajuda dos vizinhos para se locomover. Já Seu Pretim, de 67, lida com hipertensão e diabetes, mas precisa pagar caro para se deslocar até a cidade e ter acesso a consultas médicas. São vozes que ecoam um mesmo sentimento: o de abandono.
Como reivindicar um direito que sequer é conhecido? A pergunta feita por uma das pesquisadoras resume o desafio central.
Mais do que a ausência de políticas, há também um vazio de informação e de presença do Estado. No campo, envelhecer continua sendo, para muitos, sinônimo de isolamento.
Mas também há força, muitas pessoas idosas seguem trabalhando na roça não apenas por necessidade, mas porque o trabalho ainda é parte de sua identidade, da sua história de pertencimento à terra e é ali que continuam resistindo e afirmando sua existência.
Para conhecer essas histórias em profundidade e entender os caminhos possíveis para tornar o envelhecimento rural mais digno e visível, leia o artigo na íntegra no Conquista Repórter.
Foto: Afonso Ribas
