Redação Portal
Apesar da falta de capacitação profissional e de um sistema educacional de formação da Odontologia, principalmente nos cursos de graduação e pós-graduação, ainda não preparados em avaliar o idoso como um todo e suas repercussões na cavidade bucal, de maneira individualizada, a Odontogeriatria vem ocupando um espaço de cuidado que vai além de consultórios. Fernando Luiz Brunetti Montenegro e Alexandre Franco Miranda, ambos odontogeriatras, em entrevista à mídia nacional, falam sobre o estado desta área do conhecimento no país.
Para Montenegro, “cada dia mais, diversos autores, muitos médicos, fazem publicações mostrando a relação dos dentes com Demência, Problemas Cardíacos, Problemas Pulmonares, Controle secundário da Diabetes e Hipertensão, no Ambiente de UTIs, em casas de repouso, em Pacientes Transplantados, no tratamento prévio antes de cirurgias cardíacas e radioterapia de cabeça & pescoço, na melhora das condições dietéticas em pacientes anêmico /debilitados, na reinserção social – pois com dentes de melhor aspecto, o idoso pode voltar ao mercado de trabalho, bem como estabelecer uma condição de saúde e qualidade de vida”.
De acordo com Miranda, a partir de um planejamento multi- interdisciplinar, diante de um contexto gerontológico, as condutas em saúde bucal devem ser realizadas por profissionais capacitados em avaliar o idoso como um todo. Segundo ele, “a saúde bucal é parte de um conjunto e a ocorrência de problemas afetam diretamente a saúde sistêmica desse grupo populacional e vice-versa. O conhecimento das enfermidades específicas do envelhecimento é de fundamental importância para um planejamento correto em saúde bucal”.
Uma correta mastigação, deglutição dos alimentos, absorção nutricional, autoestima, sorriso e uma odontologia a ser capacitada fazem parte da odontogeriatria gerontológica atual, diz Miranda. O tratamento odontológico de pacientes idosos pode ser credibilizado nas ações preventivas, tratamentos periodontais, restauradores e, principalmente na atualidade, reabilitadores (próteses e implantes).
Ambos os entrevistados assinalam que a odontogeriatria vai além do consultório odontológico. Miranda afirma que “a prática odontológica domiciliar e hospitalar (principalmente, nas unidades de terapia intensiva e, em alguns casos, utilização dos centros cirúrgicos) são algumas vertentes de atuação desconhecidas pelos próprios cirurgiões-dentistas, profissionais da saúde e sociedade”.
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