O desafio dos tempos

Qualquer pessoa que tenha sentido o poder da auto-observação vai perceber como é muito desinteressante despender muito tempo pensando em sua própria vida.


Se uma pessoa olha para o percurso de sua vida, observando, de maneira altruísta, para o que experimentou na infância, juventude etc., de acordo com a idade em que esteja, de lá surgem, como das profundezas cinzentas do Espírito, várias pessoas que tiveram alguma relação com sua vida nos diferentes tipos de relacionamentos que estabeleceu.

Olhe para a sua vida de modo a prestar menos atenção ao que lhe interessa em sua própria pessoa e muito mais para essas pessoas que entraram em contato consigo, seja como educadores, amigos, ajudando ou apoiando seus projetos, talvez, e, muitas vezes, ferindo-o de forma útil.

Uma coisa será então evidente. É desta maneira que uma pessoa tem que observar a si mesmo o que se tornou. Muitas vezes algo importante em nós é devido ao fato de que uma pessoa ou outra entrou em contato conosco em uma certa idade, e, talvez, sem sabermos, ou estarmos plenamente conscientes desse fato, chamou nossa atenção para algo.

Em um sentido abrangente, uma pesquisa, consistente e objetivamente conduzida de nossas vidas, deve ser composta de todos os tipos de coisas que não nos dão ocasião para mergulhar egoisticamente em nosso próprio ser, mas nos levam a ampliar nossos pontos de vista para que possamos incluir essas pessoas que entraram em contato conosco.

Mergulhando com amor real no que veio a ser a nossa vida, descobriremos que o que possa ter evocado alguma antipatia em nós em um determinado período não nos é mais tão desagradável quando depois de certo tempo, possamos perceber certas conexões internas. O fato de termos sido afetados de maneira desagradável, em um determinado momento, por uma pessoa ou outra, poderia ter sido útil para nós. Muitas vezes ganhamos mais em relação ao dano que uma pessoa faz para nós do que de favores concedidos por outro(s).

Seria vantajoso para uma pessoa se frequentemente exercitasse tal tipo de pesquisa em relação à sua vida, atentando para a sua vida com as suas convicções fluindo dessa sua auto-observação. “Quão pouca ocasião eu realmente tenho tido de me ocupar comigo mesmo! Quão imensamente mais rica minha vida se torna quando olho para todos aqueles que entraram na minha vida!”

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Desta forma, quando realizamos uma pesquisa tão altruísta, nos libertamos de nós mesmos. Em seguida, escapamos daquele terrível mal de nossos tempos, aos quais observamos tantas vítimas que é o de pensar em nós mesmos.

É extremamente necessário nos libertarmos desse tipo de pensamento sobre nós mesmos. Qualquer pessoa que tenha sentido – mesmo que por uma única vez, o poder de tal auto-observação da forma descrita, vai perceber como é muito desinteressante despender muito tempo pensando em sua própria vida.”

Fonte
Palestra 5 de Rudolf Steiner – GA 186 – Dornach, Suíça, 7 de dezembro de 1918. Tradução livre de Rubens Augusto Dias Serralheiro. Disponível em: https://www.facebook.com/groups/drrudolfsteiner/permalink/1140148346799663 em 31.03.2022 às 09h47.

Foto: Pexels-pixabay


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