Os temas memória, lembrança e esquecimento são vistos, de modo geral, como ligados ao envelhecimento e, quase sempre, considerados como sinal de doença…
O que é Memória?
Para Izquierdo, é a aquisição, conservação e evocação das informações, dos fatos vividos por cada indivíduo. Tanto a formação da memória quanto sua extinção – os esquecimentos – estão vinculadas a um sistema complexo, sendo que a formação das memórias de longa duração “dependem de forma direta das modificações bioquímicas estruturais, derivadas da síntese de novas proteínas durante e depois da formação de cada uma delas”.
Surge aqui uma primeira abordagem – memória como resultado de uma interação bioquímica que pode facilitar ou impedir a cognição, o aprendizado e sua utilização, e a formação das próprias memórias.
Como isto acontece?
São três os passos necessários: a codificação de informações – elas chegam ao cérebro por meio dos órgãos dos sentidos; a armazenagem das informações – elas são codificadas, estruturadas e armazenadas no cérebro (em diferentes áreas); a manutenção e recuperação das informações – transformação das informações em lembranças permanentes, passíveis de recuperação.
De fato, a formação de uma memória de longa duração, e que podemos também chamar de memória autobiográfica, envolve uma série de processos metabólicos; que ocorrem nas diferentes estruturas cerebrais; que compreendem diversas fases; e que requerem entre três e oito horas para se completarem.
Estudos mostram a existência de uma rede no cérebro responsável pelo processo das recordações, e que as memórias de curta e longa duração usam as mesmas células, mas enzimas diferentes, por isso são independentes. Enquanto esses processos não estiverem concluídos, as memórias de longa duração permanecem instáveis. O conjunto desses processos, assim como o seu resultado final, denomina-se consolidação e, só então, as memórias podem ser recuperadas.
Um acontecimento só é mantido na memória, e passível de ser recuperado, se for modulado pela emoção e, assim, lembramos porque muitos desses fatos são acompanhados de uma forte carga emocional “num momento de hiperatividade dos sistemas hormonais”, diz Izquierdo.
Podemos destacar também outro aspecto: sem necessidade, motivação, interesse, ou afetados por diferentes fatores externos, e que envolvem níveis variados de emoção, o processo de conhecimento fica incompleto.
O que nos é indiferente, ou que não mobiliza nossos desejos e sentimentos, pode não ser incorporado como conhecimento e aprendizado e, assim, não fica consolidado e, portanto, geralmente não pode ser recuperado, pois não se transforma em memória de longa duração.
Nesse sentido podemos pensar que fica gravado o que teve significado, mas, como vimos acima, esses sistemas complexos que envolvem a formação das memórias são os mesmos que envolvem os esquecimentos e, assim, nem todas as memórias de longa duração podem vir à tona somente pelo nosso desejo de lembrar.
Os temas memórias, lembranças e esquecimento são vistos, de modo geral, como ligados ao envelhecimento. Rememorar seria uma característica própria aos idosos, e os esquecimentos, quase sempre, considerados como patologia – uma doença. Mas, e os esquecimentos diários comuns a todas as faixas etárias? Onde larguei as chaves? O livro emprestado pelo colega, ou retirado na biblioteca? O compromisso com um amigo ou familiar? E o terrível “branco” nas provas, no vestibular, naquele concurso tão importante?!
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