O IPEA publica trimestralmente, desde março de 1996, um Boletim sobre Conjuntura do Mercado de Trabalho. A partir do número de maio de 2012, número 51, incluiu uma seção sobre o idoso no mercado de trabalho, na qual estão inseridos dados atualizados sobre a) População Economicamente Ativa Idosa, b) População Idosa Ocupada, c) População Idosa Desempregada, d) Rendimentos, e) Informalidade, e f) Concessão de Benefícios Monetários: Previdenciários e Assistenciais.
Segundo Ana Amélia Camarano, coordenadora de População e Cidadania do IPEA, estas informações são desagregadas por sexo e grupos de idade, quando possível. Por ser esse o primeiro número, foram incluídas também três notas técnicas analisando a situação do idoso na atividade econômica ou saída desta.
O boletim é publicado em papel e pode ser acessado também no link: Disponível Aqui.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) é uma fundação pública vinculada à Secretaria de Assuntos Estratégicos, e fornece suporte técnico e institucional às ações governamentais, possibilitando a formulação de inúmeras políticas públicas e programas de desenvolvimento brasileiro, e disponibiliza, para a sociedade, pesquisas e estudos realizados por seus técnicos.
Leia a seguir a apresentação do Boletim na íntegra:
Este número do boletim Mercado de Trabalho: conjuntura e análise busca apresentar um panorama do funcionamento do mercado de trabalho metropolitano no primeiro trimestre de 2012, com base nos indicadores divulgados pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De uma maneira geral, os principais indicadores analisados apontam um bom desempenho do mercado de trabalho brasileiro no período. Podemos destacar a elevação significativa dos rendimentos reais do trabalhador em comparação com o primeiro trimestre de 2011. Vale ressaltar também que, ainda que tenham sofrido uma elevação no mês de março, as taxas de desemprego e de informalidade ainda registram em 2012 valores menores do que aqueles registrados no primeiro trimestre dos anos anteriores.
Os dados da PME para abril de 2012, recém-divulgados pelo IBGE, confirmam, em geral, o bom desempenho do mercado de trabalho. A queda da taxa de desemprego mostra uma reversão da trajetória ascendente verificada no primeiro trimestre do ano. Talvez a única exceção digna de nota seja uma queda no rendimento médio do trabalhador; ainda assim, o valor registrado se mostra bastante superior ao registrado em abril de 2011.
Adicionalmente, este número do boletim contém três notas técnicas que abordam um mesmo tema: os efeitos gerados pela transição demográfica e pela participação do idoso no mercado de trabalho na economia brasileira, seja no âmbito da previdência, da produtividade do mercado de trabalho ou do crescimento econômico.
Na primeira nota, Ana Amélia Camarano, Daniele Fernandes e Solange Kanso discutem o processo de saída dos trabalhadores brasileiros da atividade econômica. A análise empírica realizada nessa nota utiliza os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicí- lios (PNAD)/IBGE de 1998, 2003 e 2008 e os registros administrativos do Ministério da Previdência Social. O principal objetivo da nota é entender em que momento da vida os indivíduos deixam o mercado de trabalho e passam a receber o benefício da aposentadoria.
A segunda nota, escrita por Fernanda J. A. P. Nonato, Rafael H. Moraes Pereira, Paulo A. Meyer M. Nascimento e Thiago Costa Araújo, diz respeito ao perfil da força de trabalho brasileira. O objetivo desse trabalho é discutir três fatores que têm contribuído de maneira decisiva para as mudanças observadas no perfil da oferta de força de trabalho brasileira ao longo dos últimos 30 anos e suas implicações para as próximas décadas. Para tanto, os autores também utilizam os dados da PNAD. A última nota, assinada por Romero Rocha, apresenta uma discussão sobre os efeitos da transição demográfica na produtividade no mercado de trabalho. A ênfase dada no artigo retrata duas consequências do envelhecimento da população brasileira: i) redução do tamanho da população em idade ativa (PIA); e ii) redução da parcela dos indivíduos mais produtivos na força de trabalho. O autor sugere que estes efeitos negati- vos podem ser atenuados com a adoção de políticas tradicionais, tais como investimento em capital humano e, em particular, melhoria da qualidade da educação primária, aliada com investimentos efetivos no treinamento dos trabalhadores mais velhos.Cabe salientar que, dando continuidade ao tema idoso no mercado de trabalho, este número do boletim traz em seu Anexo Estatístico um suplemento com diversas tabelas informativas sobre a questão da população idosa no mercado de trabalho brasileiro.
A seção Economia Solidária e Políticas Públicas, por sua vez, apresenta três textos que tratam de diversos aspectos relacionados à inserção de empreendimentos solidários em cadeias produtivas, assim como sobre os desafios que esses empreendimentos se defrontam na busca de geração de trabalho e renda aos seus associados. Mais especificamente, o tex- to de Daniel Francisco Nagao Menezes trata do incentivo legal à criação de cooperativas populares, dado pela Lei no 12.305/2010 (Lei dos Resíduos Sólidos). O segundo texto, de autoria de Katia T. P. da Silva e Rodrigo Ramiro, versa sobre a experiência de incubação de cooperativas populares na cadeia produtiva do turismo no Nordeste brasileiro. O terceiro e último texto, de autoria de Clara Marinho Pereira, utiliza a base de dados do Sistema Nacional de Informações em Economia Solidária (Sies), para verificar em que medida os processos coletivos de empreendimentos solidários determinam o seu êxito econômico e respectivo engajamento na luta contra problemáticas públicas.
Informações
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