A saúde mental é tão importante quanto a física, e cuidar dela é parte essencial do tratamento.
Os medicamentos de uso contínuo são indispensáveis para o controle de muitas condições crônicas, como hipertensão, diabetes e transtornos metabólicos. No entanto, a utilização prolongada desses fármacos pode ter um impacto significativo na saúde mental dos pacientes, um aspecto frequentemente negligenciado.
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O equilíbrio entre medicar a doença e preservar a saúde mental é essencial para garantir a qualidade de vida do paciente.
Alguns exemplos de como os medicamentos podem impactar a saúde mental do paciente:
1) Interferência química: muitos medicamentos atuam no sistema nervoso central, afetando neurotransmissores e, consequentemente, o humor e as emoções. Medicamentos como antidepressivos, antipsicóticos e até anti-hipertensivos, quando utilizados a longo prazo, podem desencadear sintomas como ansiedades, depressão e alterações no sono.
2) Depleção de nutrientes essenciais: conhecida como deficiência nutricional, ocorre quando o organismo não tem a quantidade adequada de vitaminas, minerais, carboidratos, fibras, proteínas e lipídios. Os medicamentos contínuos, como os usados para controlar colesterol (estatinas) ou diabetes (metformina), distúrbios gastrointestinais (omeprazol/prazois), podem causar deficiência de nutrientes essenciais, como vitaminas b, magnésio e coenzimas, que são fundamentais para a saúde mental. A falta desses nutrientes impacta diretamente o funcionamento do cérebro e a produção de substâncias que regulam o humor.
3) Adaptação e dependência: em alguns casos, o uso prolongado do medicamento pode levar à adaptação do organismo, exigindo doses cada vez maiores para o mesmo efeito, o que aumenta o risco de efeitos adversos, inclusive os que afetam a saúde mental. Além disso, a interrupção abrupta ou inadequada pode causar sintomas de abstinência, como ansiedade intensa, insônia e alteração de humor.
Foto de Anna Shvets/pexels
É fundamental que pacientes em uso contínuo de medicamentos estejam cientes dos possíveis impactos na saúde mental e que recebam acompanhamento farmacoterapêutico regular com um farmacêutico clínico especializado, para avaliar os riscos e ajustar o tratamento de forma segura. O equilíbrio entre saúde física e mental deve ser a prioridade, e medidas preventivas, como suplementação nutricional e o monitoramento frequente, podem ser estratégias importantes.
Se você ou alguém que conhece utiliza medicamentos contínuos e sente alterações no humor ou na qualidade de vida, busque orientação de um profissional especializado. A saúde mental é tão importante quanto a física, e cuidar dela é parte essencial do tratamento.
Foto destaque de Tima Miroshnichenko/pexels.