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Me sinto só!

É fato que a solidão afeta o bem-estar, a autoestima e a rotina de quem sofre com ela. Os sentimentos de vazio e tristeza são comuns a pessoas que se sentem solitárias e, com eles, dificilmente há motivação para reverter o caso. A solidão, apesar de ser universal, é complexa e única a cada indivíduo.


De acordo com uma pesquisa realizada pela sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia em parceria com a Bayer, o maior medo do idoso brasileiro é a solidão, seguido pela preocupação com a incapacidade de enxergar ou se locomover e o desenvolvimento de doenças graves em terceiro lugar. Mas por que será que a solidão está no topo da lista dos medos dos idosos brasileiros?

A solidão é um estado de quem se sente só, provocado por um sentimento de vazio interior que, na maioria das vezes, é proveniente da falta de interação, de diálogo e de convívio com outras pessoas. Também pode ter raízes mais profundas relacionadas a fatores genéticos, emocionais e comportamentais.

Independente da causa, é fato que a solidão afeta, e muito, o bem-estar, a autoestima e a rotina de quem sofre com ela. Os sentimentos de vazio e tristeza são comuns a pessoas que se sentem solitárias e, com eles, dificilmente há motivação para reverter o caso. A solidão, apesar de ser universal, é complexa e única a cada indivíduo.

Embora a solidão esteja frequentemente relacionada ao isolamento ou a falta de companhia, ela pode aparecer quando há outras pessoas em volta, porém com as quais não há uma conexão que torne essas relações significativas. Pode não ser apenas a ausência real de companhia, mas um estado de quem se sente desamparado.

A solidão se torna mais grave quando está atrelada ao sentimento de desamparo. O desamparo desperta a sensação de não proteção e abandono, a pessoa passa a ficar desorientada porque sente que não tem um ponto de referência e um apoio em sua vida.

A solidão é uma condição que se conecta fortemente com a depressão podendo ser uma de suas consequências, sendo que o contrário também é verdadeiro, a depressão também é uma das possíveis causas da solidão, já que ela pode levar a pessoa a um estado de isolamento, sensação de desesperança e a ideia de que a vida não vale a pena.

Para muitos idosos estar só não é problema, pois veem o tempo que se está sozinho como um momento de dedicação pessoal, ou seja, um período no qual se pode fazer coisas de que gosta, que lhe trazem bem-estar. Mas isto normalmente acontece quando o idoso tem certeza da força dos seus vínculos sociais. Apoio e presença de familiares e amigos são um forte fator de proteção contra o sentimento de solidão. Uma vez que o idoso se percebe amparado e bem atendido, ele sente mais confiança em estar sozinho.

A solidão pode causar efeitos graves na saúde, pesquisadores da Universidade de Chicago descobriram que o isolamento pode aumentar o risco de morte em 14% nas faixas etárias mais avançadas. O estresse provocado por essa sensação induz respostas inflamatórias nas células, afetando entre outras coisas, a produção de leucócitos, estruturas que defendem o organismo de infecções.

Uma pesquisa realizada com idosos portugueses evidencia que idosos que reportam níveis elevados de solidão estão mais frequentemente polimedicados, ou seja, estão tomando mais remédios e por um período mais prolongado, além de somatizarem mais. Como consequência a solidão leva a um aumento da utilização dos serviços de saúde.

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Como evitar a solidão na terceira idade?

– Manter-se fisicamente ativo: Estudos com idosos evidenciam que a atividade física reduz a chance do idoso desenvolver depressão. Fazer parte de um grupo que pratique exercícios é uma ótima alternativa.

– Mantenha-se intelectualmente ativo: Estudos evidenciam que a solidão está ligada a piora das funções cognitivas. Para manter o cérebro ativo e evitar declínio cognitivo é importante aprender novas atividades. Aprender a tocar um instrumento musical, uma nova língua, um tipo de artesanato, aprender a utilizar o celular e navegar na internet.

– Amplie sua rede social: Ter amigos estimula o idoso a sair de casa e manter a mente ativa, não contando apenas com a presença da família.

Curiosidades

– A Inglaterra lançou um serviço pioneiro que recebe ligações de pessoas mais velhas e solitárias. O último relatório das atividades diz que são feitas em média 1,4 mil chamadas por dia de idosos que, de outra maneira, não teriam com quem conversar.

– No Japão idosos estão cometendo delitos para propositalmente irem para a cadeia e terem interação, pois se sentem sozinhos e invisíveis em casa.


Quais ocupações estão sendo dadas aos idosos residentes nas instituições de longa permanência? Quais os critérios de escolha? Elas satisfazem as necessidades físicas, emocionais e sociais de cada morador? Estas questões serão respondidas no curso que Maria Amélia Ximenes Correia Lima – Terapeuta Ocupacional, Especialista em Psicologia da Saúde e em Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana; Mestre em Gerontologia Social e Doutora em Ciências Sociais pela PUC/SP – ministrará no Espaço. Inscrições abertas: https://edicoes.portaldoenvelhecimento.com.br/produto/curso-fazeres-em-ilpis/

Lidiane Andreza Klein

Psicóloga, Especialização em Neuropsicologia (UFRGS), Mestre em Psicologia e Saúde (UFCSPA) e Doutoranda em Ciências da Reabilitação (UFCSPA). Blog: https://www.lidianekleinpsicologa.com/blog. E-mail: lidiklein@msn.com

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