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Lian Gong: uma ginástica terapêutica e preventiva chinesa

Os exercícios têm como finalidade reestabelecer os movimentos naturais do corpo e tem sido utilizado com o intuito de reduzir a frequência de síndromes dolorosas e o surgimento de dores.

Em colaboração com Larissa Silva Costa (*)


A ginástica terapêutica denominada Lian Gong é uma prática corporal chinesa que significa o fortalecimento harmonioso do corpo e que permite que o indivíduo se mova sempre respeitando suas condições físicas. O método é considerado pelo Conselho Nacional e pelo Conselho de Práticas Corporais de Shangai como uma das técnicas mais representativas da cultura milenar chinesa na área de práticas corporais, tanto na China quanto no exterior.

Trata-se de prática lançada em 1975, pelo Dr. Zhuang Yuan Ming, conceituado ortopedista da medicina tradicional chinesa, que articulou seus conhecimentos adquiridos pela prática médica junto com os conhecimentos milenares extraídos do Dao In (ginástica terapêutica relacionada com a indução da circulação do QI-energia vital- e do sangue), manobras manuais, massagens terapêuticas e artes marciais.

Os exercícios têm como finalidade reestabelecer os movimentos naturais do corpo, tanto na musculatura quanto nas articulações, permitindo o alongamento, fortalecimento do tônus muscular, consciência postural, promoção do aumento da capacidade respiratória, produção de endorfinas e reequilíbrio das energias. Além disso, o método é utilizado com o intuito de reduzir a frequência de síndromes dolorosas e o surgimento de dores.

O Lian Gong contempla 54 exercícios divididos em 3 partes. Dessa forma, há 3 séries de 18 exercícios cada uma, o que justifica a sua denominação “Lian Gong em 18 terapias” (Lian Gong Shi Ba Fa):

Parte 1: denominada Lian Gong Anterior, constitui-se de 3 séries, cada uma com 6 exercícios, visando prevenir e trata dores no pescoço, ombros, costas superiores, região lombar e membros inferiores, como se observa na figura abaixo:

https://www.uai.com.br/app/noticia/saude/2013/05/14/noticias-saude,194585/liang-gong-promete-alivio-de-dores-e-e-oferecido-de-graca-em-bh.shtml

Parte 2: denominada Lian Gong Posterior, constitui-se de 3 séries, também totalizando 18 exercícios, que visam prevenção e tratamento de dores que envolvem articulações de braços e de pernas, permitindo o relaxamento de contraturas e aderências dos tecidos moles das articulações, de tal modo que permite que essas deslizem facilmente, reduzindo ou eliminando as dores articulares e melhorando o tônus muscular e funções motoras.

https://www.uai.com.br/app/noticia/saude/2013/05/14/noticias-saude,194585/liang-gong-promete-alivio-de-dores-e-e-oferecido-de-graca-em-bh.shtml

Parte 3: atua no fortalecimento das vias respiratórias e cardiovasculares.

https://www.uai.com.br/app/noticia/saude/2013/05/14/noticias-saude,194585/liang-gong-promete-alivio-de-dores-e-e-oferecido-de-graca-em-bh.shtml

Os movimentos são realizados de forma lenta, contínua e combinados com a respiração natural de fácil assimilação, com média diária de 12 minutos de duração e movimentos executados em pé. Não há necessidade de roupas especiais para a sua prática e há o acompanhamento de músicas exclusivas para a realização das manobras, sendo que a prática deve ser realizada preferencialmente em ambientes tranquilos para favorecer a apreciação da atividade. Não há restrição de idades para a prática.

A prática do Lian Gong possibilita o conhecimento do corpo, a consciência da relação do ser com o universo e estimula a adoção de hábitos saudáveis, melhorando a qualidade de vida e desenvolvimento de habilidades pessoais. Para realizar o Lian Gong, há 11 princípios:
1 – Movimentação global, foco específico.
2 – Treinar com alegria.
3 – Realizar o movimento de forma lenta, homogênea e contínua.
4 – Coordenar movimento e respiração.
5 – Movimento com o corpo ordenado, estruturado e alinhado.
6 – O movimento deve ser amplo.
7 – Mobilizar a força interna.
8 – A finalidade principal é obter o QI.
9 – Prática com dosagem adequada.
10 – Aperfeiçoar a prática gradativamente;
11 – Prevenir doença e tratar delas está na persistência e regularidade das práticas.

Em 2006, o Ministério da Saúde do Brasil incorporou o método no Sistema Único de Saúde (SUS), como uma Prática Corporal da Medicina Chinesa, uma Prática Integrativa e Complementar à Saúde. Ainda, em 2010, o governo chinês concedeu ao Lian Gong em 18 Terapias o título de patrimônio Cultural Intangível da Humanidade e em 2015, a prática foi adicionada à lista de Treinamento de Alto Nível para Promoção da Saúde.

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Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA LIAN GONG EM 18 TERAPIAS. Sobre Lian Gong. Disponível em: < https://www.associacaobrasileiralg18terapias.org/sobre-lian-gong >. Acesso em: 24 fev. 2021.

BRASÍLIA. Manual de Normas e Procedimentos das Atividades do Núcleo de medicina Natural e terapêuticas de Integração Numenati. Brasília: Secretaria do Estado de Saúde do Distrito Federal, 2005. 244p. Disponível em: < https://docplayer.com.br/28990028-Manual-de-normas-e-procedimentos-das-atividades-do-nucleo-de-medicina-natural-e-terapeuticas-de-integracao-numenati.html>. Acesso em: 22 fev. 2021.

BRASÍLIA. Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal. Saúde oferece Lian Gong como modalidade terapêutica. Brasília: Secretaria de Saúde do Distrito Federal, 2013. Disponível em: < https://agenciabrasilia.df.gov.br/2013/09/22/saude-oferece-tecnica-chinesa-como-modalidade-terapeutica/>. Acesso em: 25 fev. 2021.

KAKIHARA, Tárzia; DUARTE, Juliana; OLIVEIRA, Fernandina Marques de; DORO, Vanessa Cristina de Miranda. Lian Gong como forma de melhorar a qualidade de vida de idosos institucionalizados. Fisioterapia Brasil, v. 12, n. 2, p. 84-88. Abril, 2011. Disponível em: https://portalatlanticaeditora.com.br/index.php/fisioterapiabrasil/article/download/804/1688/4913 . Acesso em: 23 fev 2021.

(*) Larissa Silva Costa Larissa é estudante de Enfermagem do Centro Universitário São Camilo e estagiária (Bolsa Talento) da Coordenadoria de Extensão Universitária.

Foto de Marcus Aurelius/Pexels


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Maria Elisa Gonzalez Manso

Médica e bacharel em Direito, pós-graduada em Gestão de Negócios e Serviços de Saúde e em Docência em Saúde, Mestre em Gerontologia Social e Doutora em Ciências Sociais pela PUC SP. Orientadora docente da LEPE- Liga de Estudos do Processo de Envelhecimento e professora titular do Centro Universitários São Camilo. Pesquisadora do grupo CNPq-PUC SP Saúde, Cultura e Envelhecimento. Gestora de serviços de saúde, atua como consultora nas áreas de envelhecimento, promoção da saúde e prevenção de doenças, com várias publicações nestas áreas.

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