Insulina no combate a ferimentos - Portal do Envelhecimento e Longeviver
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Insulina no combate a ferimentos

A pomada à base de insulina vem sendo testada com sucesso em humanos há cerca de um ano (foto: Antônio Scarpinetti – Ascom/Unicamp). Um produto inovador criado por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) pode ser uma solução para o tratamento de ferimentos em pacientes diabéticos. Uma pomada à base de insulina consegue acelerar o processo de cicatrização, além de ser uma alternativa mais barata de tratamento. Como a deficiência de insulina retarda a cicatrização, mesmo pequenos cortes podem levar diabéticos a contraírem infecções, o que pode causar até risco de amputação.

Igor Waltz *


O produto, patente número 500 da Unicamp, foi desenvolvido pelo endocrinologista Mário Saad e pela enfermeira Maria Helena Melo Lima, professores da Faculdade de Ciências Médicas. Os pesquisadores analisaram a ação estimulante da insulina sobre proteínas presentes na pele e constataram que a o hormônio poderia ajudar o tecido a crescer novamente.

Segundo Saad, a pomada faz com que o ferimento se feche em um período de tempo normal, pois aumenta a velocidade da cicatrização de um paciente em que esse processo aconteceria de forma retardada. “Com uma demora maior de cicatrização, aumenta o risco de a pessoa contrair uma infecção. Mas, além de usar a pomada, é preciso tomar outros cuidados, como fazer a assepsia local”.

Baixo custo
O produto foi testado durante cerca de um ano e meio em animais e tem obtido bons resultados nos testes com humanos, realizados há cerca de um ano. De acordo com Saad, houve uma grande preocupação dos pesquisadores para que a insulina não fosse absorvida pelo organismo dos pacientes. “Constatamos que o creme possui apenas um efeito local e não causa hipoglicemia nos pacientes”, afirma o médico. O diabetes atinge cerca de 10% da população adulta do Brasil e é causado pela deficiência na produção ou ação da insulina.

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A insulina, matéria-prima para a pomada, é encontrada a preços relativamente baixos no mercado, o que pode tornar o medicamento barato e de fácil acesso a grande parte da população. O médico afirma que outras pesquisas em vários lugares do mundo também buscam uma alternativa para acelerar o processo de cicatrização de ferimentos em diabéticos, mas os resultados têm tido custo elevado.

“Nos EUA foi desenvolvido o PDGF, um fator de crescimento derivado de plaquetas, aplicado também em pomada, que acelera a reconstituição do tecido. É um produto que precisa ser sintetizado, e por isso apresenta alto valor”, declara Saad. “O creme à base de insulina é uma alternativa mais barata”.


Fonte: Ciência Hoje On-line, 18/02/2008.Disponível Aqui

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