Idosos: presentes, ativos e ligados nas redes sociais - Portal do Envelhecimento e Longeviver
Ícone do site Portal do Envelhecimento e Longeviver

Idosos: presentes, ativos e ligados nas redes sociais

Tecnologia ao alcance de todos, esta é a frase da hora e não importa a idade. Criança, jovem, idoso, muito idoso, não importa, todos se falam, se conectam numa rede sem fim, aqui, ali e mais longe ainda. Facebook, Twitter, Orkut e tantas outras redes de relacionamento agora se tornaram acessíveis, também, a turma da terceira idade. Os próprios idosos e especialistas comentam os benefícios que este tipo de “abertura para a vida” proporciona, além da possibilidade de ativação e manutenção das conexões cerebrais até ter com quem partilhar problemas pessoais, ideias, inquietudes que não desejam dividir com a família. Coisas simples que os mantém vivos, “ligados” e conectados a um círculo social cada vez mais ativo.

 

 

A dona de casa Licinia Vaz Fernandes, 59 diverte-se ao comentar: “A segunda coisa que faço todos os dias é ligar o computador e acessar Orkut e Facebook. A primeira é acordar”. E ela não deixa de mencionar o “recadinho” noturno que ela ainda não leu. Mas Licinia não se considera “escrava” da máquina e das redes. Para ela: “Tem que ser saudável. Mas eu confesso que gosto mesmo. Encontro muitos amigos do passado e faço muitos outros novos”.

A psicóloga clínica e psicanalista pela Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP) Blenda de Oliveira cita prioridades na vida do idoso: “O idoso não pode abrir mão de ter amigos e de cuidar da saúde. São duas coisas muito importantes para ter uma boa velhice”. Ela entende e reforça a importância das redes sociais na rotina de quem envelhece. São contatos que permitem conhecer pessoas, fazer e manter amizades virtuais, reencontrar velhos amigos e até amores perdidos no tempo além de os colocarem sintonizados com as mudanças no mundo.

Para o médico geriatra e responsável pelo laboratório de análises clínicas do Hospital Santa Virgínia Alexandre Fortini, “o círculo social feito pessoalmente ou através das mídias sociais, além de beneficiar a saúde mental do idoso, também fornece suporte para um período de perdas. A terceira idade é um período onde você perde amigos e familiares. Ter amigos ajuda a encarar e aceitar melhor essas perdas.”

A reportagem conta como as amizades virtuais ajudaram a dona de casa Licinia a enfrentar os problemas cotidianos: “Como sempre fui de manter amizades, tenho com quem conversar. Poder ligar para um amigo ou entrar no MSN para bater-papo é muito bom, principalmente quando temos alguns problemas e precisamos de ajuda sem envolver a família em tudo. Eu também aconselho muito meus amigos, ajudo mesmo.”

Não perca nenhuma notícia!

Receba cada matéria diretamente no seu e-mail assinando a newsletter diária!

Verifique sua caixa de entrada ou a pasta de spam para confirmar sua assinatura.

Não sendo mais algo assustador, computador e mouse fizeram as pazes com a dona de casa e se tornaram um aliado, uma ferramenta que a leva às amizades, à vida. Ela lembra: “eu tinha pavor da flecha do mouse”. Hoje ela conta as vantagens de fazer parte das redes: “Até aniversário o site lembra para mim. Adoro parabenizar meus amigos pelo Facebook. Aliás, cada dia que passa gosto mais de usar redes sociais. Já chegamos a reunir um grupo de mais de 30 amigas do Orkut para nos encontrarmos. Foi muito bom”.

A reportagem traz outra usuária das redes e adepta dos amigos virtuais, a administradora de empresas Walderez Santos Balieiro, 66: “Não vivo sem meu computador. Como a gente é muito atarefada, nem sempre conseguimos ligar ou encontrar pessoalmente. A internet é mais rápida e conseguimos estar sempre presentes de alguma forma na vida de todos que gostamos. E também a internet obriga a gente a usar bastante a mente. Eu, por exemplo, gosto de sempre estar ocupada”.

O médico Alexandre Fortini acrescenta: “Atualmente sabe-se que a leitura frequente de jornais, revistas ou sites, participar de redes sociais, fazer palavras cruzadas, frequentar aulas em faculdades da terceira idade ou o aprendizado de línguas estrangeiras ajudam a manter conexões cerebrais em melhor estado”. Para fazer um trabalho preventivo, afirma o médico, é fundamental associar estas atividades à prática de atividades físicas para que se consiga desfrutar de uma velhice saudável e de bem com a vida.

Roy Burns, 70, não abre mão dos seus exercícios diários que pratica há cinco anos. “Eu vou à academia de segunda a sábado. Se chove, mais de uma vez por dia. Ser bem orientado por um personal trainer fez toda a diferença para mim”. Ser bem orientado através de treinos específicos que respeitam as diferenças, limitações e potencialidades de cada um, acaba se tornando uma atividade gratificante não só para o corpo, ajuda no equilíbrio emocional e melhor entendimento de si.

Conhecer e reencontrar amigos viajando pela “net” e praticar exercícios físicos com regularidade são fundamentais para um bem viver, mas como ressalta a psicóloga Blenda: “O contato físico nunca poderá ser menosprezado. Manter amigos pelo computador é ótimo, mas precisamos também estimular os idosos a terem contato com outras pessoas no dia a dia”. O contato físico que implica toque e olhar nunca deve ser esquecido. Nada substitui o prazer e a emoção de ver e estar com alguém “ao vivo e a cores”.

Referências

NORDI, D. (2011). Redes sociais ajudam idosos a manter mente ativa. Disponível Aqui. Acesso em 10/11/2011.

Portal do Envelhecimento

Sair da versão mobile