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Gay and Grey: o envelhecimento de gays na CBC News

Várias pessoas idosas, gays, lésbicas, bissexuais e transexuais fizeram parte de uma geração de inovadores que mudaram leis e o jeito que a sociedade as trata, ao menos no Canadá.

 

 

Presenciaram em 1969, como o seu país descriminalizou atos homossexuais; em 1996 viram a orientação sexual ser adicionada a Atos de Direitos Humanos; em 2003, testemunharam a legalidade no país de casamento de pessoas de mesmo sexo; e em 2012, assistiram a primeira pessoa transexual competir na Miss Universo Canadá. Agora, elas estão em outro estágio da vida, na terceira idade, e descobrindo que tem desafios próprios pela frente.

Essa temática foi bem explorada no mês de março pela Radio On The Coast da CBC, que ouviu diversas histórias de pessoas que vivenciam esses desafios hoje, em uma série especial chamada “Gay and Grey” (gay e cinza). Um trocadilho possível na língua inglesa.

A ideia da série surgiu quando o antigo conselheiro da cidade de Vancouver (Canadá), Alan Herbert, decidiu começar um grupo de ajuda para idosos gays ao verificar que não existia nenhum suporte para eles.

O grupo vem se reunindo há meses e os relatos que Alan Herbert escuta giram em torno de histórias de isolamento, solidão, e medo da depressão. Ele enfatiza o impacto que o vírus HIV e AIDS teve nele e nos outros membros do grupo.

Em declarações à Rádio, Herbert diz que, “O grupo de homens gays que estão nos seus 60 anos hoje, gastaram muitos dos seus anos produtivos rodeados de pessoas que estavam morrendo ou gastaram parte desse tempo doentes no hospital. Eles perderam esses anos.”

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Herbert disse ainda que muitas pessoas têm medo de “serem empurradas para dentro do armário” a fim de terem cuidados e apoio necessários em seus últimos anos de vida. Ele reconhece que ainda há muita intolerância e por isso aconselha as pessoas a aprenderem a serem verdadeiros com eles mesmos.

Os diversos desafios

Brian de Vries, professor no programa de gerontologia de San Francisco State University, diz que as histórias que Herbert contou parece familiar. De Vries, que pesquisa sobre envelhecimento da comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros), diz que homens gays tendem a envelhecer sozinhos, sem filhos, e sem aumentar as incapacidades. Embora envelhecer só e sem filhos não é exclusividade da comunidade gay, aliás, é uma tendência mundial.

Já em relação a homossexuais idosas, o professor assinala que estas encaram dificuldades parecidas, e com grande dificuldade. Segundo Vries, pesquisas recentes mostram que mulheres homossexuais idosas tiveram um sucesso maior ao criarem uma comunidade de cuidados onde elas poderiam apoiar uma à outra.

Brian de Vries também enfatizou que idosos transexuais não são reconhecidos e não são apoiados por grande parte da sociedade. De acordo com Vries, pesquisas revelam taxas muito maiores de depressão, de abuso de substâncias, e de HIV entre transexuais adultos mais velhos. Para ele, este é o grupo com maior dificuldade porque não encontra um lugar no mundo que reconheça o jeito deles se verem.

No entanto, Vries vê evidências de que a situação está melhorando para toda a comunidade LGBT. Ele aponta para lugares que tem treinamento para pessoas trabalhando com idosos LGBT, e iniciativas em várias cidades, como a criação de moradia específica para eles.

A pesquisa do professor Vries revelou também que algumas pessoas dizem que ser LGBT os ajudou a se preparar para o envelhecimento. “Nós aprendemos a viver uma vida sem mais ninguém. Nós aprendemos como fazer coisas para nós mesmos porque nós precisávamos.”

Ele sugere que os LGBT idosos de hoje podem forjar uma trilha que vai melhorar os cuidados de envelhecimento para todos. Para ele, “O quanto mais livres ficarmos da noção tradicional de como serviços são oferecidos, melhor seremos em oferecer serviços de um jeito centrado em uma pessoa de maneira apropriada.”

Para escutar todas as histórias da série basta clicar Aqui. A foto é de Jennifer Chen, que clicou Nanci Blu.

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