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A fonte das mulheres

Existem filmes que encantam e permanecem na nossa memória. Não são apenas entretenimento ou diversão quando não se tem nada melhor para fazer. Eles ficam, marcam e representam muito daquilo que temos dentro de nós e não sabemos como expressar.

 

Essa introdução é para falar do profundo, alegre e positivo “A Fonte das Mulheres”, do diretor romeno Radu Mihaileanu o mesmo dos fabulosos “O concerto” e “Trem da vida”, todos filmes imperdíveis com conteúdos provocativos e reflexivos.

Tendo concorrido a Palma de Ouro em Cannes de 2011, “A Fonte das Mulheres” descreve as questões femininas numa pequena comunidade muçulmana no Magreb no norte da África. Mulheres fortes, determinadas, destemidas e que lutam desesperadamente pelos seus direitos, todas lideradas pela jovem Leila (Leila Bekhti) que recebe o apoio incondicional da rebelde e experiente Velho Fuzil (veterana e brilhante atriz argelina Biyouna).

Podemos pensar que nesse cenário, homens e mulheres se tornam rivais e que o filme é um manifesto feminista explícito e frio. Não, trata-se de uma história para homens e mulheres, quente nos diálogos e nos expressivos olhares. Mulheres que amam, explodem de sentimento e desejo de liberdade e respeito. Uma busca constante, um direito claro e verdadeiro para elas, exploradas pelos seus homens no árduo trabalho diário.

Na pequena aldeia, assombrada pela seca, o desemprego e a corrupção das autoridades locais – que atrasam a instalação da água encanada e da eletricidade – sobrecarrega de trabalho pesado suas mulheres. Sempre levando baldes nas costas, ladeira acima, ladeira abaixo, várias delas, grávidas, perdem os filhos.

Depois de um novo aborto de uma delas, a jovem Leila, uma das poucas mulheres que sabe ler, lidera uma greve de sexo, procurando forçar os homens locais a se mexerem para resolver os problemas do povoado.

As cenas seguintes são encantadoras, coloridas, musicais e alegres. Até o marido de Leila, Sami (Saleh Bakri), um dos liberais do povoado, luta pela causa feminina, desafia os outros homens e sofre por seus próprios conflitos.

Os homens querem sexo, um direito do macho, as mulheres imploram para serem olhadas, para serem livres, não há acordo. Assim entram as autoridades religiosas que intervêm e isso acaba dando margem a uma animada discussão sobre aquilo que está ou não previsto no Alcorão.

E num canto, quase lamento, a mulher fala de amor e sobre o amor…

Mais quente do que o sol

Mais quente do que o sol, o homem

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Um verdadeiro leão

Cheio de força e sagacidade, o homem

Vigoroso em todas as coisas, o homem

No meu sonho, ele apareceu

E me revelou seus segredos, o homem

Ele prometeu morar no meu intimo

Acariciando meus suspiros e meu corpo

A terra diz que não pode dar a vida sem água

A fonte divina das mulheres

Não é a agua

A fonte das mulheres é o amor.

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=kzXEidNPAtU

Referências

G1 (2012). Estreia: ‘A fonte das mulheres’ lança olhar diferente sobre islã. Disponível em https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2012/01/estreia-a-fonte-das-mulheres-lanca-olhar-diferente-sobre-isla.html. Acesso em 18/11/2012.

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