Fabiola Degan, 75 anos - Portal do Envelhecimento e Longeviver
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Fabiola Degan, 75 anos

A origem

Nasci em Sertãozinho, no dia 29 de Dezembro de 1933. Vim para a Capital de São Paulo com 4 anos. Amadureci cedo e brinquei pouco. Sou a filha mais velha. Minha mãe perdeu uma filha e meus pais sofreram muito, depois de algum tempo nasceu meu irmão Alaor, e depois nasceu uma menina. Eu que cuidava dos meus irmãos. Minha mãe tinha muito serviço, a casa era pequena e não tinha água potável.

Marisa Feriancic

 

Eu que criei minha irmã mais nova. Recordo-me, com 12 anos, levando minha irmã de um ano e meio, ao Centro de Saúde. O médico me olhou e perguntou o que eu estava fazendo ali com uma criança no colo, e eu respondi que minha irmã estava doente e ele precisava cuidar dela. Ele levou um susto com a minha resposta. Eu era muito precoce.

Minha irmã, já adulta, adoeceu, foram 3 anos de sofrimento e mesmo assim ela faleceu, deixando uma filha de 6 anos. Foi muita tristeza, tive até depressão, eu a queria como filha.

Meu irmão Alaor está com 71 anos, constituiu uma linda família e encontrou a companheira ideal; eu a quero como se fosse uma irmã. Ele é um guerreiro, e eu o amo muito. Hoje ele luta com todas as forças contra uma doença degenerativa.

Minha mãe ficou doente durante 20 anos. Faleceu em 2003, com 84 anos, teve Alzheimer e esqueceu tudo.

A infância

Estudei no Grupo Escolar Romeu de Morais na Vila Ipojuca. Adorava a escola, sempre gostei de ler, de estudar, principalmente história. Comecei a trabalhar com 14 anos como auxiliar de escritório na Kartro, na Rua Traipu. Fiz curso de português, de taquigrafia, de datilografia, especialização em secretariado; tudo que eu podia agregar ao meu trabalho e que me permitisse estudar a noite.

Minha maior preocupação era ajudar meus pais e meus irmãos. Tinha paixão pelos meus irmãos. Fazia horas extras para sobrar um pouquinho de dinheiro. Esse dinheiro das horas extras era só meu, não fazia parte do envelope com o salário, que eu entregava para minha mãe. O dinheiro das horas extras era para comprar brinquedos e roupas para meus irmãos, meu pai não podia comprar.

Apesar das dificuldades, não faltava emprego, você podia escolher. Largava-se um emprego, e no dia seguinte já se conseguia outro. Ninguém ficava sem trabalho. Com um pouco de sacrifício, você estudava à noite. Naquela época a vida tinha outro sentido. Tinha mais perspectiva. Hoje o jovem tem pouca visão de futuro. Os pais também eram mais austeros. Lá em casa minha mãe era a mais rígida, meu pai era mais afetivo. Não me lembro de ganhar um beijo da minha mãe, nem no dia do meu casamento. Meu pai era meu amigo, meu confidente. Se surgisse alguma dificuldade, era com ele que eu contava. Até com coisas mais intimas.

Fiquei menstruada com 9 anos e meio. Não sabia nada, não sabia o que era. Hoje é normal, converso com meus netos sobre tudo. Meu marido também conversava, as meninas tinham cólicas e ele aquecia água para pôr na bolsa. Hoje os pais conversam mais com os filhos, são mais amigos, é diferente.

Eu tinha cólica e nem sabia o que era. Um dia meu pai perguntou se eu tinha algum problema, eu ia toda hora ao banheiro e eu disse que não sabia, achava que tinha me machucado. Não sabia mesmo. Ninguém falava.
1945- Orlando e Fabíola com um grupo de funcionários da Kartro

Comecei a namorar com 14 anos, eu devia ser bonitinha, mas a gente não se dava conta. O Orlando tinha 20 anos. Ele era chefe do setor de vendas da Kartro, trabalhávamos na mesma empresa. A Kartro vendia material de escritório e foi a primeira fábrica de carbono do Brasil. Eles eram da Suécia, vieram para o Brasil e trouxeram a tecnologia e a matéria prima. O carbono era fabricado em bobinas e depois cortado. Nessa época só existiam máquinas de escrever, mas ainda não tinha máquina elétrica.

Um dia meu pai viu a gente no ponto de ônibus e disse que o Orlando devia ir à minha casa falar com ele. O Orlando não se opôs, foi conversar com meu pai e assim seguimos o namoro. Eu achava lindo andar de mãos dadas com ele até o ponto de ônibus, me sentia uma moça. Na minha cabeça nunca tive dúvidas que daria certo. Para mim sempre ia dar certo, aquilo era definitivo, foi o homem que eu escolhi e que me escolheu.

O casamento de Fabíola e Orlando – 1950

Casei com 17 anos e fomos morar na casa dos meus sogros. Eu era muito menina. Moramos nessa casa 8 meses. Era uma casa que o Orlando tinha comprado para os pais. Ficamos morando no quarto dele, e eu continuei trabalhando.

Antes de casarmos, ele recebeu uma proposta de emprego de vendas e foi muito bem sucedido. Abriu uma filial em Porto Alegre, pensou em morar lá, mas achamos que ficaríamos muito isolados da família, fiquei morando aqui e ele trabalhando em Porto Alegre.

Eu era muito avançada para minha época. Casei de vestido de manga curta, coisa que na época era estranho, os vestidos eram de mangas compridas. Meu vestido era de cetim pérola. Minha sogra criticou muito meu vestido e eu coloquei uma luva bem justinha para não aparecer o braço. Só usei na igreja, na festa eu tirei as luvas. A gente vai aprendendo a ter jogo de cintura para viver bem, só que também se não tomar cuidado perdemos nosso lado autêntico, espontâneo.

Minha sogra era muito ciumenta. Foi muito difícil a convivência, eu era muito imatura, o que me guiava era o amor que eu tinha por ele e o desejo que desse certo.

Tive 4 filhas. Hoje tenho duas. Perdi uma, ainda bebê e outra há 4 anos. A primeira gravidez foi um aborto espontâneo, me fizeram uma curetagem em casa, com uma parteira, sem anestesia, achei aquilo horrível, depois fiquei com medo de engravidar.

Saímos da casa da minha sogra e fomos morar numa casinha bem pequena. Aos poucos as coisas foram melhorando, continuei trabalhando. Meu marido era muito corajoso, ele achou que podia abrir uma firma. Pediu demissão do emprego onde ele estava e abriu uma empresa. Deu certo, porque ele sabia administrar, tinha liderança.

Em 1953, com 20 anos, tive minha filha Lia e parei de trabalhar; ela chorava muito, me deu muito trabalho até um ano de idade. Em 1957, tive outra filha: Thais. Em 1960 engravidei novamente, mas perdi o bebê, era outra menina, foi um parto difícil, ela viveu apenas 2 dias. Em 1966 tive a minha filha mais nova, Beta.

Sempre acreditei que viver junto é uma troca: de alegria, de prazer, de trabalho, de respeito, de amor, de confiança, de tudo; senão não faz sentido. Sempre ajudei e colaborei com tudo em casa.
Orlando e Fabíola – Bodas de Prata, 1975
O homem antigo era muito machista, ainda bem que as coisas mudaram. Era o marido que resolvia tudo. Eu nem sabia quanto ele ganhava, mas não posso reclamar pois sempre tive uma vida boa, ele batalhou muito, as crianças sempre tiveram boas escolas. Eu também sempre fui uma lutadora, fazia tudo o que havia de possível para dar bem estar a todos e boa educação para as crianças. O Orlando trabalha até hoje, não parou.
As filhas: Lia, Beta e Thais, com Orlando e Fabíola – 1988

Espiritualidade

A espiritualidade é importante na vida das pessoas. O grupo de oração me ajudou muito. A dor da perda da filha era uma dor tão grande que eu precisava colocar para fora. Sempre tive os grupos de oração. Trabalhávamos em encontro de jovens e de casais. No grupo, você tem oportunidades de ajudar e ser ajudado. Você vai colocando em prática, nas suas relações, com o marido e com os familiares.

Envelhecer juntos
Fabíola e Orlando – 2007

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O envelhecimento é muito individual, chega diferente para cada pessoa.

Eu tive a felicidade de não ter doenças. Até 60 anos eu não me dei conta que estava envelhecendo, sempre me achei bonita, muito ativa, vaidosa. Estava sempre em atividade. Vieram 8 netos, quase em seguida. Duas filhas casaram em datas próximas e cada uma teve 4 filhos. Eu sempre gostei de trabalhos manuais. Tudo o que um bebê precisava, eu fazia para os netos: as caixinhas de remédio, o cesto do bebê, o lustre decorado, o chale de tricô tunisiano, tudo que era para os bebês, eu fazia. Estava tão feliz com a chegada dos netos que nem me dei conta que estava envelhecendo.

Foi nessa época que entrei na menopausa, mas não alterou nada a minha vida. Para mim foi um tempo bom, eu nem tinha muito tempo para pensar. Sempre estava arrumada e preparada para socorrer um pouco cada filha. Preocupava-me com as filhas e genros, que eles pudessem continuar a curtir a vida de casal. Eu ficava com as crianças para eles terem um momento só deles.

Acho importante o casal cuidar do relacionamento. Sempre lutei por isso. A minha mãe me ajudou um pouco, mas era muito fechada, pouco participativa e tinha pouca informação. Quando nasceu minha primeira filha minha mãe não deixou lavar o cabelo. Ela dizia que eu morreria. Quando tive a segunda, eu já morava sozinha e não tinha mais esses mitos. Eu lavei o cabelo e minha mãe ficou na porta esperando para ver se eu ia morrer.

Hoje as coisas são diferentes, a mulher tem mais opção. A família dava muito palpite, cobrava muito. Minha sogra, por exemplo, achava que a mulher tinha que andar atrás do homem, nunca na frente. Era uma época diferente, mas era boa também.

Atualmente os valores são outros, mudaram muito; o respeito pelas pessoas mais velhas, os relacionamentos. Fico aborrecida, porque me sinto envolvida por tudo, faço parte desse meio. Tenho netos, observo como é a vida dos jovens. Não reprovo, acho que é uma questão de geração. As pessoas têm que se adaptar, tem que entender essa nova geração, não adianta só reprovar. Você tem que se atualizar, ler, se informar, tentar entrar um pouco no mundo deles. Não só para não ficar marginalizada, mas também para entender a nova geração. Eles não viveram a nossa época, não sabem como foi, têm uma ligeira idéia pelo que a gente conta, mas não vivenciaram.

Não podemos ficar no saudosismo reclamando: “na minha época não se fazia isto porque era feio… respeitava-se a vovó, etc.” Hoje o tempo passa mais depressa. Antigamente, tínhamos condições de fazer e retribuir visitas, ser gentil. Se aparecia um morador novo na rua, você ia levar um prato de doce, convidava para um café. Hoje você nem sabe quem é seu vizinho de porta.

Eu sempre li muito. Acho fundamental. Sempre procurei me informar. Quando não tinha condições de comprar livros, quando jovem, emprestava na biblioteca. Sempre gostei de arte, de música, freqüentava os Concertos Matinais no Teatro Municipal, aos domingos.

A alimentação também é importante. Acho que uma boa alimentação também ajuda a envelhecer bem. Você é o que você come. Sempre cuidei muito da alimentação das crianças e dos netos também. Participava, mas deixava a cargo das filhas. Aconselhava, orientava. Hoje, as crianças mastigam pouco. Não fazem exercícios de mastigação. Quando tinha as meninas pequenas, dava um bifinho na mãozinha delas e elas ficavam chupando o bife, mordendo, exercitando a mastigação. Hoje a sopinha é batida no liquidificador, não precisa mastigar nada, não comem comidinha. Por isso têm tanta criança usando aparelho ortodôntico. As mudanças de hábito e o progresso ajudam de um lado e atrapalham do outro.

Qualquer atividade feita com prazer contribui para o bom envelhecimento. Ocupa as mãos e a cabeça. Eu estou sempre em atividade. Já pintei muitas telas. Faço tapetes de arraiolo, pintura e cuido da casa. Faço palavras cruzadas e caça palavras; exercita o português e melhora o imaginário. Gosto muito de plantas. Apesar de morar em apartamento tenho sempre umas plantas para cuidar. Sempre tenho um livro na cabeceira, nunca durmo sem ler

Precisamos ter projetos, ter sonhos, senão a vida fica sem motivação, fica sem graça. Vamos refazendo os projetos conforme a vida passa. Somos mutantes, graças a Deus. Passamos a entender coisas que não entendíamos com menos idade, relevamos situações, falamos coisas que não tínhamos coragem, temos menos preconceitos. Nunca fui preconceituosa, nunca me incomodou o homossexual ou o negro. Nunca fiz diferença com as pessoas. Meu pai tinha muitos preconceitos, não entendia minhas idéias, mas ele respeitava minha opinião. Certa vez ele fez uma cirurgia, de próstata, e foi muito bem cuidado por um enfermeiro que era homossexual, a partir daí ele mudou o conceito completamente. Ele dizia que eu tinha razão, que não deveríamos confundir a opção sexual das pessoas com os valores queela possui. Foi bom porque ele me entendeu, ele me achava muito avançada, dizia que eu vivia coisas que estava muito além da minha época.

À medida que vamos envelhecendo, precisamos nos atualizar, senão ficamos marginalizados, sem amigos, sem parentes. Existe discrepância entre nós e os jovens. Somos de épocas diferentes. Eu acho que o jovem também pode se adaptar. Não devemos ficar um velho cheio de manias, mas também não podemos perder nossas raízes, desprezar nossas experiências. Esse equilíbrio é muito difícil. É importante também cuidar da aparência, do vigor que vai diminuindo, e também fazer parte de algum movimento comunitário. Nessas reuniões você pode descobrir que as pessoas são muito parecidas em suas necessidades, são muito parecidas com você e que elas podem se ajudar mutuamente.

Sexualidade e envelhecimento

Na juventude, o sexo é muito importante para o homem. Quando ele é jovem, ele nem consegue controlar, é uma necessidade; para a mulher não. A mulher, mesmo quando ela é jovem, encara de outra maneira. Ela precisa se apaixonar. É difícil a mulher ter relação sexual com um homem só por prazer. Eu sei que isso ocorre, não estou julgando, mas é mais difícil. Para mim, o início foi difícil, eu tinha medo de engravidar. Faltava preparo e orientação. Na juventude o sexo é feito com pressa. Inibe a mulher. Por exemplo, um marido que começa o dia brigando, não vai encontrar uma noite boa. Ele precisa preparar o terreno. Alguns homens não sabem disso. Para a mulher, o sexo é uma conseqüência. Ela ama, acaricia, fica terna, meiga, para depois se entregar. Ela também sabe que a responsabilidade maior da gravidez é dela.

Nunca conversei sobre sexo com minha mãe. Não se falava sobre esse assunto. Nunca tive uma conversa com ninguém, no inicio foi difícil, hoje é muito melhor.

Entrei na menopausa com 53 anos. Não tive problemas e nunca tomei hormônios. Tive calores, mas eles foram abrandando. Hoje com 75 anos eu ainda tenho um pouco à noite.

Assim como a gente aprende muitas coisas com a idade, aprende sobre sexualidade também. Aprende que sexo não é feio, não é pecado, não é vergonhoso, e que é prazeroso. Um prazer compartilhado com o outro. A gente se surpreende, mas o desejo nunca acaba. Eu e o meu marido conversamos sobre isso. Hoje, eu com 75 anos e ele com 81 anos, entendemos melhor da sexualidade.

O eterno namorado

Acredito que o importante para manter a união é a paciência, o entendimento, o carinho. Estamos casados há 58 anos e eu nunca tive dúvidas que o Orlando foi o homem da minha vida. Eu sabia o que queria.

Não acho o Orlando um velho. Olho para ele e vejo o homem pelo qual me apaixonei e que sempre admirei. Ele é inteligente, afoito, sempre teve garra, sempre o admirei por tudo isso. Na relação é importante você admirar o outro. Eu acho que ele me admira também. Talvez até mais hoje. Ele me elogia, diz que gosta de me ouvir cantar. Gosto muito de música e sempre gostei de cantar. Parei durante muito tempo, quando perdi minha filha. Agora retomei porque me faz bem; a música alimenta a alma. Ganhei um “videoquê” de presente dos netos e dos filhos.

Hoje é dia dos namorados. Vamos comemorar, mas não há troca de presentes, isso já não é importante. Comer uma pizza, trocar carinhos, é isso que importa. Eu adoro ficar junto dele. Eu deito no sofá depois do almoço e se ele percebe que tenho frio, ele vem me cobrir. Isso é importante, é uma forma de cuidado, de afeto. Toda mulher busca isso. Ela pode ser extremamente independente, imediatista, prática, mas sente essa necessidade. O carinho é importante na vida de todo ser humano.

Família é assim, sempre tem um probleminha, eu fui entendendo isso ao longo do tempo. Desde 2004, quando perdi minha filha, nunca mais consegui ser feliz inteiramente. Sou feliz pela metade. Talvez um dia ainda consiga, mas ainda não consegui aceitar totalmente. Não tenho mais revolta; ainda tenho meus momentos tristes e ainda choro. Acho que mudei um pouco, nunca tive coragem de falar para Orlando; vamos rezar juntos? Agora eu tenho coragem de falar coisas que antes não tinha. De certa forma estamos mais unidos ainda, nos apoiamos muito.

Toda essa força que eu tenho hoje para acreditar na vida, para ter projetos, para gostar de viver, não sei se vem de Deus ou a gente já nasce assim.

Mensagem

A melhor coisa que me aconteceu foi ser mãe. Nasci para se mãe mesmo, para amar muito. Nunca fiz diferença entre as filhas e sempre me policiei para que isso não acontecesse. A gente vai aprendendo com a vida, ninguém vem pronto ao mundo.

Tenho muito orgulho dos meus netos. Tenho um neto que estuda em São Paulo e mora comigo. A mensagem que eu deixo para os netos é que sejam sempre muito honestos, principalmente consigo mesmo. É importante aprender a pedir perdão, pedir desculpas se estiver errado. Perdoar sem se humilhar, não ser melhor que ninguém. Sejam sempre corretos, não tenham vergonha de expor seu amor a alguém, sua verdade.

Você tem que se amar. Se você se ama, está pronto para amar o outro. Aceitar-se, mas isso não significa que não podemos melhorar a cada dia. Quando faço uma coisa errada eu tenho coragem de admitir, mas também tenho orgulho de mim quando conquisto algo.

Para as filhas eu quero dizer que me sinto recompensada. Tudo que aprendi ao longo da vida, consegui passar a elas, junto com o melhor de mim, com o maior amor que eu tinha para dar. Tenho uma enorme admiração por elas. São pessoas boas e excelentes profissionais. Me pego, às vezes, olhando para elas e vendo coisas que eu fazia, e que eu gostaria que fizessem, mas nunca impus.

Orlando sempre foi muito trabalhador, um excelente pai, um excelente filho, um bom irmão. Tivemos nossas desavenças no passado; a vida não é um mar de rosas, mas hoje é o homem que eu amo, é o meu companheiro. Sempre acreditei que era minha alma gêmea. Durante um tempo duvidei disso. Mas era ele mesmo. Ele me entende. Chegamos num grau de equilíbrio na relação muito grande, isso é muito bom. Já expusemos nossas fraquezas, nossas dores, nossas forças, e o amor sustentou tudo isso.

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