A cada ano a população brasileira vai ficando mais velha. Segundo o último censo, a projeção para 2025 é de aproximadamente 30 milhões de idosos, o que vai fazer com que o Brasil ocupe o 6º lugar no ranking dos países com maior número de idosos.
Alessandra Anselmi/ Texto e Fotos
Segundo o relatório de empreendedorismo, Relatório GEM (Global Enterpreneurship Monitor) de 2012 é possível constatar que dentro do período 2002-2012, a taxa total de Empreendedorismo teve um aumento expressivo, passando de 20,9% em 2002 para 30,2% em 2012, um aumento de quase dez pontos percentuais. E especificamente entre os idosos, de 3,1% de empreendedores na faixa dos 60 anos em 2000 para 8,3% em 2012, tendendo aumentar esse número em função das melhores condições econômicas do país.
De acordo com os dados, os idosos são hoje um importante e cada vez mais crescente nicho de consumo, que carece imensamente de negócios específicos e, representam a parcela da população que melhor possui características para empreender.
Mas o que significa empreender na maturidade quando já se vivenciou a vida toda como funcionário de uma empresa? É uma necessidade frente às condições de mercado que fazem substituições nos quadros funcionais demonstrando nitidamente a preferência das empresas por profissionais mais jovens? Ou é uma opção de vida, uma escolha que se faz quando se é jovem para um envelhecimento tranquilo, num momento de vida onde se tem maior conhecimento e mais segurança para ousar fazer aquilo que se sabe e que se gosta de fazer?
Para debater sobre essas e outras questões, foram convidados os seguintes debatedores: Jobelino Locatelli, Grant Thorton Brasil, Empreendedor, ao completar 50 anos abriu a Pryor Consulting Services, que em 2010 uniu-se a Grant Thorton. Sob seu comando, a empresa tornou-se umas das principais empresas de auditoria no Brasil, com mais de 700 funcionários; Edson Sadao, FECAP – É Graduado (1996), Mestre (2003) e Doutor (2008) em Administração Pública e Governo pela EAESP-FGV. Atua como docente nos cursos de mestrado e graduação em Administração na FECAP e PUC-SP. É Coordenador do Centro de Empreendedorismo da FECAP; Profa. Dra. Andrea Lopes, antropóloga, mestre em Gerontologia e doutora em Educação/Gerontologia, Docente do curso de Graduação em Gerontologia da EACH USP, Linha de pesquisa Envelhecimento Significativo e Engajamento Social, Coordenadora dos grupos de pesquisa ENVOLVE e EAPIS; Maria Luisa Trindade Bestetti é arquiteta graduada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, com mestrado e doutorado pela Universidade de São Paulo. Atualmente é professora no Curso de Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP, atuando na área de gestão e com pesquisa sobre Ambiência e Envelhecimento. Desenvolve atividades junto ao d-USPLeste (Laboratório de Design, Inovação e Criatividade), utilizando metodologia baseada em Design Thinking; Marcelo Cavalcanti – Trabalha no setor de Previdência Privada de uma grande multinacional; Bernadete de Oliveira, associada fundadora do OLHE, fisioterapeuta, mestre em gerontologia e doutoranda em ciências sociais, professora do Curso de Especialização em Gerontologia do COGEAEPUCSP, José Carlos Ferrigno, Gerontólogo Social, Psicólogo, Mestre e Doutor em Psicologia pela Universidade de São Paulo. Especialista em Programas Intergeracionais pela Universidade de Granada (ESPANHA). Professor convidado da PUC/SP, do Instituto Sedes Sapientiae, do Centro Universitário São Camilo e da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP. Autor do livro Coeducação entre Gerações (Edições SESC SP) e a organizadora do debate, Cláudia Soares, Coordenadora do IPROS – Instituto Prosseguindo, Especialista em Programas Intergeracionais pela Universidade de Granada (ESPANHA). Além, é claro, de uma participação significativa da plateia, na maioria idosos.
Representando o OLHE – Observatório da Longevidade Humana e Envelhecimento – Bernadete de Oliveira (foto), mestre em gerontologia e professora da especialização em gerontologia do COGEAEPUCSP: “sobre o tema empreendedorismo que foi discutido sobre duas vertentes: em um momento o empreendedorismo mercantil era o foco e em outro o pessoal, foi uma iniciativa pioneira, tanto que o debate se estendeu para diferentes temas relacionados ao impacto da longevidade humana, por exemplo, com a provocação de por que só empreender após a aposentadoria, com idade muitas vezes superior a 60 anos? por que não promover um ano “sabático” no período dos 40, 50 anos para que o indivíduo possa criar e refletir sobre novas possibilidades, e até mesmo permanecer como um funcionário? Chegamos a velhice como envelhecemos. Como viver o momento da aposentadoria de uma forma criativa para que o velho, de ônus seja de fato reconhecido (até por ele mesmo), como recurso para a família, comunidade e Estado? Afinal, de que empreendedor estamos falando? Interessante, falamos ora do idoso empreendedor, ora de adultos e até mesmo de jovens. Mas, o que realmente valeu, parece ter sido o despertar de propostas para empreender na troca de experiências e conhecimentos potenciais destas três fases”.
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