As notícias, algumas vezes, surpreendem. A referência é feita ao Relatório da Unaids que revela uma “diminuição no número de novos casos da doença, incluindo regiões fortemente afetadas, como a África subsaariana e o Caribe”. Inclui-se o Brasil. A reportagem foi divulgada no final de 2012 pelo website DW.
Então, devemos entender que as pessoas estão mais esclarecidas sobre os riscos de contaminação e assim passaram a se proteger? Um dia desses ouvi de um amigo que são poucas as pessoas que usam preservativo. Segundo ele: “Hoje em dia ninguém morre mais de aids. É só tomar o coquetel, fazer acompanhamento médico e pronto, está tudo sob controle. Ou seja, virou doença autoimune”.
O que dizem os números
Em 2011, 2,5 milhões de pessoas contraíram o vírus HIV, ou 20% a menos do que em 2001. Michel Sidibé, diretor executivo do Unaids revelou: “A velocidade do processo acelerou, o que demorava uma década para acontecer agora é alcançado em 24 meses”. Em algumas regiões essa diminuição foi bem acima da média. No Caribe, por exemplo, foi de 42% e na África subsaariana, de 25%.
Bem, o relatório, em questão, apontou que 34 milhões de pessoas viviam com aids em 2011. A região com maior número de infectados continua sendo a África subsaariana, com 69% do total. Segundo dados do Ministério da Saúde, há entre 490 mil e 530 mil soros-positivos no Brasil. Quase 135 mil não sabem que são portadores do vírus.
O poder da medicação
Cerca de 8 milhões de pessoas tiveram acesso às drogas antirretrovirais em 2011. A meta das Nações Unidas é aumentar esse acesso para 15 milhões de pessoas até 2015. Manica Balasegaram, da organização humanitária Médicos Sem Fronteiras, afirmou: “Estender o tratamento para um maior número de pessoas é possível e oferece o benefício crucial triplo de reduzir a doença, as mortes e os riscos de transmissão”.
Além disso, o aumento do acesso a medicamentos modernos contribuiu para a diminuição das taxas de mortalidade. No Brasil, 217 mil pessoas estão em tratamento. Segundo o relatório, o país investiu adequadamente os recursos e focou o seu programa de tratamento e prevenção nos mais vulneráveis e marginalizados e, por isso, tem colhido benefícios.
Com a palavra as organizações humanitárias
Renate Bähr, da organização de ajuda humanitária DSW (Deutsche Stiftung Weltbevölkerung) disse: “Os novos números comprovam que vale a pena investir em programas de prevenção. Com informação e prevenção é possível diminuir a epidemia de aids e salvar vidas”.
Holger Wicht, porta-voz da Deutsche Aids-Hilfe afirmou: “Um mundo sem aids é possível, mas é uma questão de vontade política. Há tratamentos e estratégia de preservação eficazes, agora eles precisam ser aplicados em maior escala”.
Unaids destaca que combater a discriminação dos portadores do HIV também é muito importante. Ela não apenas aumenta o sofrimento dos atingidos, como dificulta a luta contra a doença.
E falando sobre discriminação e outras textos opinativos que lemos quando navegamos pela web, chegamos neste: “Aids na Terceira Idade, por Josecley Tasca”. Após análise crítica, ressaltamos algumas “pérolas” que valem, pelo menos, sucintos comentários.
A autora inicia seu texto denominando o “envelhecimento do ser humano”, essa controversa fase da vida muito comentada, filmada e estudada nestes últimos tempos globalizados em que vivemos.
Viajando pelos escombros da sexualidade na terceira idadeaté chegar em Deus
Por isso, por isso diz ela, referindo-se a sexualidade dos mais velhos: “Os casos da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) na terceira idade se constituem num problema, pois há muito preconceito quanto à sexualidade na terceira idade, sendo que a prevenção da AIDS é um grande desafio para as políticas de saúde pública assim como para os profissionais de saúde”.
A autora continua: “Este fator precisa ser modificado, pois atualmente há um crescente aumento da população idosa, em virtude da melhoria da qualidade de vida, estes tem tido mudanças no comportamento, hoje é comum os idosos, frequentarem o baile da terceira idade, namorar, terem relações sexuais e na maioria das vezes não se protegerem contra a AIDS. Infelizmente também é comum o divorcio na terceira idade. Pois nos dias atuais os casais vivem na maioria das vezes uma vida sem DEUS, sem princípios e sem amor, o que torna mais propicio ao divorcio. Sendo assim os idosos passam a ter um número maior de parceiros na vida sexual, aumentando sua vulnerabilidade para adquirir AIDS”.
Bem, em primeiro lugar, levanto dois pontos que considerei sofríveis nesta matéria:
– Qual a razão do “infelizmente” quando a questão é o divórcio na terceira idade? A separação, em qualquer fase da vida, é uma decisão que cabe ao casal e isto, não necessariamente, resulta num evento triste ou torna os envolvidos infelizes. Muito pelo contrário, sempre é tempo de recomeçar, quantas vezes for preciso.
– Outra questão que chega a arrepiar é pensar na AIDS como resultado de uma vida sem Deus. O que “ELE” tem a ver com isso? O que é viver “sem princípios e sem amor”? Vivemos do jeito que julgamos correto. O que é amor para mim pode não ser amor para você, quero dizer, é uma interpretação altamente questionável. Quanto aos tais “princípios”, nem merece comentários.
Pobres casais, quantas obrigações, quantas culpas, quantas confissões desnecessárias. Para quê tudo isso? Igualmente malévolo é “USÁ-O” como justificativa e, quase sempre, em vão. Que tal “O” deixarmos em paz e nos responsabilizarmos pelos nossos atos e escolhas?
Referências
PAVÃO, M. (2013). Aids na Terceira Idade, por Josecley Tasca. Disponível Aqui. Acesso em 25/02/2013.
DW (2013). ONU registra grandes avanços no combate à aids. Disponível Aqui. Acesso em 08/03/2013.